A África muito nos deve
29 de janeiro de 2014 18:02 / Deixe um comentário
“Se tivermos uma dívida com a África, tenho a impressão de que ela já foi paga. E mais, nos tornamos credores com a reconstrução da cultura africana em solo brasileiro, feita com muita devoção.”
Nas visitas às casas de Umbanda, não surpreende ninguém ao ver como ele está enraizado na crença do povo e quando digo povo não me refiro aos humildes, mas no sentido mais amplo e legítimo da palavra, ou seja, gente de todos os matizes, sem dotes social e cultural específicos.
Não são poucas as pessoas que cultuam os seus orixás, que frequentam terreiros, que fazem obrigações e que se aconselham nos momentos mais difíceis, com seus dirigentes. São senhoras e senhores que ganharam repercussão e respeito nacionais, concorrendo para que a Umbanda deixasse de ser visto como um folclore, para caracterizar uma crença religiosa merecedora de respeito como qualquer outra.
No início era coisa só de negros, que enfrentava e atiçava os seus à resistência, para não serem esmagados por uma maioria branca, que não só detinha o poder e a força, mas, também, o perverso preconceito. Ao grupo de diversas etnias, o tempo foi revelando a união entre negros e brancos,- uma prática que percorreu séculos, produzindo uma nova forma de beleza numa terra em construção. Não só revelou o gosto pela mistura como nos tornou avesso a interdições raciais. Inegavelmente, somos um povo misturado, com muita honra.
Juntou-se ao grupo, pessoas de todos os matizes, com a grande missão de fazer com que sua gente sobrevivesse como pessoa humana, como raça e como cultura. Foi um desafio que se tornou vitorioso, mas que ainda não terminou e nós sabemos disto. E bom entender que isto só aconteceu em razão de todos serem dotados das forças da natureza por eles domadas para a arte de resistir e insistir. Aninha, Menininha, Senhora, Benzinho, Cristóvão, Otávio. Fomutinho, Runhó, Falefá, Luiza, Olga, Bernardino, Çiriaco, Joãozinho, Dila, Álvaro, Martiniano, Davínia, Simplicia, Massi, entre tantos outros, participaram dos mais diferentes processos de transformação social ocorridos no Brasil. É o fruto comum do trabalho feito. E a tarefa ainda persiste nos dias atuais, ai estão: Stela, Nino, Regina, Nitinha, Carmem, Didi,Maria do Pantanal, Mabeji, Glorinha, Zezinho, Sajemi, Margarida, Beata, Helena, Ajalewi, Waldomiro de Xangô, Jobi, Meninazinha, Omindarewa, Paulo, Palmira, e centenas de pessoas entre sucessores e herdeiros naturais.
E com esta reflexão não há como esquecer o trabalho feito pelos pesquisadores e escritores que alteraram os rumos dos acontecimentos que vinham sendo tomados por antigos estudiosos comprometidos com crenças pessoais ou coisa parecida. Reescreveram a história da Umbanda com o mesmo cuidado com que se cuida de um recém-nascido. Afinal, a Umbanda ainda não atingiu 200 anos em solo brasileiro.
São esses fatores que me levam a crer que criamos um axé brasileiro. Os ingredientes africanos nos fortalecem e ajudam. Obrigado. Mas já temos nossas próprias folhas, ritos e quizilas. Uma história devidamente construída com suor, lágrimas e uma persistência heroica. Fazer obrigações na África? Não faz sentido e nem vamos discutir a validade, mas temos que respeitar a nossa gente. Verger disse certa vez “se o africano quiser aprender o que é a Umbanda, tem que vir ao Brasil”. Foi definitivo.
Se tivermos uma dívida com a África, tenho a impressão de que ela já foi paga. E mais, nos tornamos credores com a reconstrução da cultura africana em solo brasileiro, feita com muita devoção. E não foi só no terreno religioso. Para todos os lados que nos dirigirmos, vamos encontrar uma amálgama de valores, no idioma, no comportamento, nos festejos, na música e instrumentação, e vai por ai.
O que eu quero dizer, é que temos que dar valor à nossa gente, que aqui fincou o pé, resistiu e vem se mantendo através de seus descendentes. Eu os saúdo agradecida pelo que representam, pelo que fazem, resistem e ensinam.
QUANTO SÃO OS ORIXÁS?
13 de janeiro de 2014 10:18 / 1 comentário em QUANTO SÃO OS ORIXÁS?
QUANTO SÃO OS ORIXÁS?
Cada orixá representa uma força da natureza, portanto, ao cuItuá-Ios, estamos em contato com as forças elementais da água, da terra, do ar e do fogo. Essas forças em equilíbrio produzem uma grande energia, o axé, que nos ajuda no processo de melhorar nosso destino.
Toda essa força à nossa disposição pertence ao Pai criador ou seja: OIorum (Deus Supremo). OIorum está acima de tudo e de todos, inclusive dos orixás. Muita gente pensa que OxaIá é o grande Pai, mas OxaIá é apenas o orixá mais velho de todos. Desde sua origem, há cinco miI anos na África, a Religião dos orixás tem OIorum como o grande criador. Os orixás tiveram experiências na Terra. Viveram, caçaram, plantaram, curaram, amaram, tiveram filhos e guerrearam. Suas histórias são repletas de cenas heroicas, pois eles têm características humanas: são vaidosos, temperamentais, brincalhões, briguentos, carinhosos ou ciumentos, e cada traço de personalidade é associado a um elemento da natureza. Depois de uma curta passagem peIo mundo terreno, eIes retornaram ao Orum (Céu), mas antes disso nos deixaram profundos ensinamentos para nos ajudar como Iidar com o apego material e nos mostrar o mundo espiritual. Na África existem mais de 200 orixás. Os escravos vindos para o Brasil trouxeram alguns Atualmente são 16 orixás, mas apenas 12 deles são cultuados: Exu, Ogum, Oxóssi, ObaIuaiê, Oxumaré, Xangô, Oyá (Iansã), Oxum, Yemanjá, Nana, OxaIá e Ossaim. Os outros são: Obá, Logunedé, Ewa e Irôco, que pouco se manifestam nos rituais.
Orixás cultuados no Brasil
EXU – É o elemento de ligação entre o mundo material e o espiritual. Também é o mensageiro dos orixás. No jogo do Ifá (búzios) eIe é o portador da resposta. Age como aliado da humanidade. Cada orixá possui¡ seu Exu. Cada terreiro tem seu Exu. Trabalha por dinheiro, bebida ou sacrifício animaI. Quem não cumpre com suas obrigações ele pune drasticamente. É um servo, porém enérgico e sensual. Atua como uma espécie de segurança de seus devotos. Adora quebrar normas e regras. É tão amado quanto odiado por seus “filhos”. São provocadores, astutos, ágeis física e mentalmente. Precisam de dinamismo e inteligência para gastar sua energia interior. É experiente e, às vezes, amargo e explosivo como todos nós. É sempre o primeiro a baixar no terreiro em dia de festa. É especialista em questões de amores, emprego, etc. Pode ser representado por um imenso pênis de ferro como símbolo da fecundidade e virilidade masculina. Ê erroneamente Iigado ao diabo. Existem três tipos de Exus: Exu Pagão, Exu Batizado, Exu Coroado.
Elemento: fogo
Símbolo: ogó (um bastão adornado com cabaças e búzios)
Dia da semana: segunda-feira
Roupa: vermelha e preta
Oferendas: farofa com dendê, feijão, inhame, água, mel e aguardente
OGUN: É um guerreiro de personalidade instável, filho de Iemanjá com OxaIá. Nas questões amorosas é sensual e aconchegante mas na guerra é furioso e vingativo. Não dispensa uma boa peleja. Usa todos seus conhecimentos para defender os filhos. Protege a todos os que usam o ferro para trabalhar (metalúrgico, cirurgião, açougueiro, agricultor). Seus filhos adoraram estar com os amigos, transformando a rotina do dia-a-dia. Parecem tão suaves, mas se houver conflito explodem numa fúria devastadora. Sua franqueza é desconcertante, e a curiosidade idem. Abominam a derrota e o perdão, preferindo um grito de guerra vitorioso. Ogum porta armas brancas de todos os tipos, principalmente espadas de fio cortante. Seu colar pode ser de cor verde ou azul escuro. Sua saudação é: Ogunyê! Algumas ervas de Ogun: ano-peipa (cipó chumbo), omum (bredo), eregê (erva tostão), Pepe (bem me quer bravo).
Elemento: ferro
SímboIo: espada
Dia da semana: terça-feira
Roupa: azul, verde escuro, vermelho ou amarelo
Oferendas: feijoada, xinxin de galinha, inhame
OXOSSI: É intuitivo e emotivo. É o grande patrono do candomblé brasileiro. Oxóssi é um caçador nato, irmão mais novo de Ogun e protetor dos caçadores e policiais. Por isso é chamado de deus da caça! Seus filhos são Iutadores, obstinados e não desistem de seus objetivos por nada neste mundo. Possuem fortes Iigações místicas e são capazes até de adquirir poderes sobrenaturais. Acima de tudo, possuem uma alegria contagiante e uma agitação inevitável. Empunha um arco e flecha de ferro e sua cor é o azuI esverdeado. Come essencialmente peixe de escamas, arroz, feijão, miIho. Foi rei do Keto, portanto deve ser saudado com a seguinte reverência: Okê Oxóssi! No sincronismo está associado a São Sebastião da Igreja Católica. Ervas de Oxóssi: orin-rin (aIfavaquinha), piperégun (nativo), mariwô (foIha do dendezeiro), irum perlêmin (capim cabeludo)… Elemento: florestas Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi Dia da semana: quinta-feira Roupa: azul ou verde-claro oferendas: miIho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e abóbora. OBALUAIÊ Está sempre coberto dos pés à cabeça para esconder sua figura esquálida e ferida. Com essa aparência, Obaluaiê inspira medo. Muito fechado e sério, eIe vive curvado por dores e tremores de febre. É também conhecido por OmoIu – Homem (Omo) Rei da Vida (IIu) -, ou Xapanã. Usa como arma o xaxará, um cetro adornado em contas e búzios que serve como captador de energias negativas para Iimpar almas e ambientes. Os raros filhos de Obaluaiê são tensos, sábios e tristes. Costuma ser consultados para decisões importantes e muitos vivem solitários. Ocupam importantes cargos públicos e burocráticos, mas sentem que o bom humor não é seu forte. Obaluaiê gosta de pipoca, feijão preto, milho e farofa com dendê, servido em folhas de mamona ou bananeira. Suas cores são preto, branco e vermelho. Apesar de intimamente Iigado à morte, ele cura doenças, pois anda sempre com cabaças medicinais. Saudação é: Oba-luaiê com: Atotô! “SiIêncio! Escutai. Hora de devoção e reverência!”. Suas ervas são: baIa (taioba), turin (folha de neve), jakomijé (jarrinha), afoxian (erva de passarinho). Elemento: terra SímboIo: xaxará (feixe de palha e búzios) Dia da semana: segunda-feira Roupa: vermelha e preta, coberta de palha Sacrifício: galo, pato, bode e porco Oferendas: pipoca, feijão preto, farofa e milho, com muito dendê
OXUMARÉ: Filho de Oxalá e Nanã, ele tem a força que governa o movimento. É o deus da chuva e do arco-íris (dã aido huedo – energia que gira em volta do planeta e movimenta os corpos celestes) e que transporta a água entre o céu e a terra. Os filhos de Oxumaré possuem clarividência e a capacidade da renovação e mudança constante. São pessoas que rompem com seu estilo de vida (emprego e amizades) para começar uma nova etapa. Têm tendência a bissexualidade, mas nem todos aceitam bem isso. Outras qualidades são a inteligência, a curiosidade e a ironia. Gostam de vestir e ostentar boas roupas. São agitados e precisam de movimentação. Oxumaré contém em si o poder do bem e do mal. Conta a Ienda que ele é macho por seis meses, e fêmea pelos outros seis. A forma masculina é o arco-íris, cuja função é Ievar a água até o castelo de Xangó no céu (poder de controlar as chuvas e secas). A forma feminina é a da cobra, que se movimenta agilmente sobre a terra e sobre as águas. A capacidade de Oxumaré assumir os dois sexos é que ele é o Orixá da transformação – coerente com a dualidade das coisas: bem e maI, dia e noite, masculino e feminino. Oxumaré é sensível e tranquilo. Seu colar é amarelo e verde.
Elemento: água
Símbolo: cobra de metal
Dia da semana: quinta-feira.
Roupa: azul claro e verde claro
Oferendas: milho branco, acarajé, coco, mel, inhame e feijão com ovos.
XANGÔ Apesar de atrevido e prepotente, ele é o símbolo máximo da justiça. É uma espécie de faz-Tudo. Persegue e pune os malfeitores com rigor. Tem fixação peIo poder absoluto. É o Orixá que tem mais histórias interessantes, sempre cheia de batalhas vigorosas e vitórias. Possui três esposas: Iansã, Obá e Oxum. Essa entidade (Xangô) lembra em muito Zeus (deus grego) em seus momentos de fúria, pois chega até a cuspir fogo, literalmente. O filho de Xangô geralmente é dado a paixões desenfreadas, sem muito compromisso com a fidelidade. O amor é aquele que existe no momento. O passado não existe! Domina a oratória e é até um bom ouvinte desde que ele dê a sentença final. Xangô é dotado de espírito aventureiro, é indócil e libertino. Trata-se de um dos Orixás mais imponentes e majestosos Usa um colar branco e vermelho. Sua arma é um machado de dois gumes feito de madeira de Iei. Suas cores preferidas são o vermelho e o branco. Adora bebidas tais como cerveja preta, vinho doce e Iicor. Elemento: fogo SímboIo: machado dupIo (oxé) Dia da semana: quarta-feira. A Roupa: branca e vermelha, com coroa de Iatão Oferendas: amaIá (quiabo com camarão seco e dendê)
IANSÃ – Conhecida também como Oyá. É a deusa dos ventos e das tempestades, senhora dos raios e dona da alma dos mortos. Também é dona de uma personalidade impulsiva e imprevisível. Foi a primeira mulher de Xangô e ex-esposa de Ogum. Quando foi buscar o amuleto para Xangô, aproveitou e pegou pedaços do amuleto para si, assim aprendeu a cuspir fogo pelo nariz e pela boca. O amor entre Iansã e Xangô foi tal que, já separados, quando ele se recolheu para baixo da terra em Kossô, ela fez o mesmo em Ifá. As filhas de Oyá são meigas e inoportunas ao mesmo tempo, perseguem obstinadamente seus desejos e costumam ser inconstantes no amor, mas quando se apaixonam vão até o fim. Seu colar tem as cores vermelha ou marrom escuro. Se estiver na presença de Ogum (seu ex-marido) certamente haverá um duelo bravo. Ela comanda furacões e é a única entidade a enfrentar Egungún.
Saúda-se Iansã com: “Eparrê! “
Suas ervas são omin ojú (golfo branco), odidí (bico de papagaio), efim (malva branca), piperégun (nativo).
Elemento: fogo
SímboIo: espada e rabo de cavalo representando a realeza)
Dia da semana: quarta-feira.
Roupa: vermelho grená
Oferendas: miIho branco, arroz, feijão e acarajé
OXUM – É a mais beIa entre os orixás femininos. Sua personalidade é maternal e tranquila. É deusa das águas doces (rios, fontes e Iagos) e também deusa da riqueza, do jogo de búzios e do amor. Está Iigada à fecundidade e procriação. Reina sobre os rios e o ouro. Foi esposa de Ogum, OrunmiIá, Oxossi e Xangô. Era a favorita de Xangô em assuntos sexuais. Feminina ao extremo, cheia de dengo, sagacidade e inteligência; Oxum é também vaidosa, doce e protege as crianças. Seu senso de humor é quase infantil Mas cuidado: Oxum é uma poderosa e experiente feiticeira. Seus filhos devem tomar cuidado com o álcool, as drogas e as doenças venéreas. As entidades femininas não costumam ser muito chegadas a ela. Suas filhas são meninas bonitas, delicadas, sofisticadas e fúteis. Adoram joias, adulações e são muito namoradeiras. Têm forte tendência artística ou para qualquer profissão que envolva ascensão social e muito dinheiro. Seu colar normalmente tem a cor amarelo-ouro. Gosta xinxim de galinha.
Costuma ser saudada com: Ore Yeyé ô! Que quer dizer: “Clamemos a benevolência da mãe!”
As ervas de Oxum são: irôko (folha de Ioko), pepe (malmequer branco), eim dum-dum (folha da fortuna), ilerin (folha de vintém).
Elemento: água
Símbolo: abebê (leque espelhado)
Dia da semana: sábado.
Roupa: amarelo ouro
Oferendas: milho branco, xinxim de galinha, ovos, peixes de água doce.
IEMANJÁ – Considerada deusa dos mares e oceanos, é também a mãe de todos os orixás. Seus seios fartos simbolizam a maternidade e a fecundidade. Nasceu na Nigéria, num rio chamado Ogun. Domina mares, rios e Iagos. Tem o maior prazer em atender mulheres com problemas de fertilidade. Defende seus filhos com a espada, mas é dócil e maternal. Seus filhos costumam ser sensíveis e protetores ao extremo. Gostam de dar ordens. São obstinados, decididos e ansiosos. São voluntariosos e tomam para si os problemas alheios, gostam do Iuxo, da riqueza e têm grande tendência a engordar. As mulheres têm seios grandes, pouca nádega, longas madeixas e se acham as mais sábias. Se a prole for ameaçada, podem se tornar feras. Gostam de estar em grupo falando sobre tudo e sobre todos. Iemanjá porta um leque e usa um colar branco e prata. Gosta de beber champanhe, calda de pêssego, melão e arroz doce. Sua data festiva é 2 de fevereiro.
Deve-se saudá-Ia com: “Odo Iyá!”.
Suas ervas são: odum-dum (foIha da costa), omin ojú (golfo branco), ereximominpaIa (golfo de baronesa), jamin (cajá)…
Elemento: água
Símbolo: leque e espada
Dia da semana: sábado
Roupa: branco e azuI
Oferendas: peixes do mar, arroz, milho, camarão com coco
NANÃ: É a deusa da lama e do fundo dos rios. Também está associada à fertilidade ou fecundidade, à doença e à morte. É a orixá mais velha de todos e, um tipo de avó dos outros orixás, por isso é muito respeitada. Ela é também chamada Nanã Burukê (ou Buruku). Essa orixá daometana foi assimilada pela cuItura yorubá. Originalmente era conhecida como a Mãe da Terra, e como quem tudo sabe e determina. Mas hoje está relegada ao segundo plano pelas gerações mais novas. Os filhos e filhas de Nanã são carinhosos e gostam de saber de tudo da vida dos que o cercam, mesmo que esses não queiram contar. Não são muito bem-humorados, e ainda por cima são chegados a um verdadeiro dramalhão. Agem como se fossem muito velhos. Diz-se que é vingativa, mas o perdão é seu forte e costuma ser procurada para conselhos sérios. Seu colar tem as cores branco, azul e vermelho. Suas ervas são omin (beldroega), eregê (erva tostão), ereximominpala (golfo de baronesa), mariwô (folha do dendezeiro).
Elemento: terra
Símbolo: ibiri (cetro de palha e búzios)
Dia da semana: sábado
Roupa: branca e azuI
Oferendas: milho branco, anderê, aberén, acaçá, arroz, mel e dendê
OXALÁ: È tido como o criador da humanidade, mas esse cargo cabe exclusivamente a Olorum. O certo é que ele é o mais antigo orixá, pois foi o primeiro criado por OIorum. Dependendo da região, pode ser chamado de Lembá, ObataIá, OrunmiIá, Olodumaré, Olufon. Na verdade esses nomes são títulos. ObataIá significa “O Rei Branco é Iento nas decisões” (pois pondera com meticulosidade). OxaIá é imponente, silencioso e frio, mas capaz de decisões enérgicas É equilibrado e tolerante. Conhecido também como Oxalufan na fase serena, ou Oxaguian na fase tempestiva, ou Orixanlá em quaisquer circunstâncias. Na fase serena, seus filhos mostram responsabilidade equilíbrio e respeito. São amáveis, espiritualistas e capazes de resolver grandes problemas com sabedoria. Mas em fase tempestiva tornam-se calados, temperamentais e tem uma agilidade incrível. São altivos, aglutinadores e centralizadores Seu cajado de prata ou alvo metal chama-se opaxorô e, na guerra, brada uma espada e uma luva metálica. Seu colar pode variar entre os tons branco fosco ao branco salpicado de azul. Gosta muito de arroz, canjica, mel, coco verde, inhame e todas o tipo de frutas. Sua saudação é:”Epa baba!” A ervas de OxaIá são: efim (malva branca), omin (beldroega), afere (mutamba), obô (rama de Ieite). Elemento: ar SímboIo: opaxorô (cajado de alumínio com adornos) Dia da semana: sexta-feira. Roupa: branca Oferendas: milho branco, arroz e massa de inhame Obs.: Na umbanda, Oxalá não incorpora. OSSAlM – É filho de OxaIá e Iemanjá, mas às vezes é considerado como sem pai e sem mãe, pois brotou da terra assim como as plantas que conhece tão bem. Tal como Oxossi, ele está associado à floresta e à vegetação por isso é considerado deus das folhas e ervas medicinais. Conhece seus usos e ofós que despertam seus poderes. Ossaim não cuida da alimentação e sim da saúde e do que estiver associado ao uso das plantas, pois as folhas são portadoras do axé. Essa força é tão importante para humanos quanto para os orixás (que se alimentam delas). O poder das folhas e plantas funciona nos dois sentidos: podem curar ou matar; podem acalmar ou alucinar. No candomblé, Ossaim é uma figura importante na realização das cerimônias. Além de conhecer as potencialidades de cada folha e planta, existe um ritual para sua aplicação que envolve palavras mágicas que devem ser ditas de modo adequado para que o axé de cada planta seja libertado. Esse conhecimento é exclusivo de Ossaim e é considerado pelos estudiosos como um dos maiores segredos, reveIado apenas aos iniciados. Ossaim é instável e emotivo. Seu colar é branco rajado de verde. Seus filhos são introvertidos, misteriosos e discretos. Elemento: matas Símbolo: lança com pássaros na forma de leque e feixe de folhas Dia da semana: segunda-feira (outras fontes dizem quinta-feira). Roupa: branco e verde claro Oferendas: feijão, arroz, milho vermelho e farofa de dendê.
Os 4 orixás menos cultuados e suas características
EWÁ ou EUÁ – Orixá dos astros, guerreira valente e caçadora das úmidas florestas. Raramente aparece no Brasil. Ela é simbolizada pelos raios brancos do sol, pela neve, o sumo branco das folhas e a faixa branca do arco-íris. Diz-se que Ewá seria a irmã mais nova de Oxum e esposa do Rei ObaIuaiê. A exemplo de Oxumaré, Irôko e OmoIu, Ewá é uma divindade do ritual jeje. É a deusa dos mistérios e da magia, pois mantém em torno de si uma aura que ninguém é capaz de definir com exatidão. A única definição possível é que ela é o mistério. A encantadora Ewá é dona de uma beleza exótica e sensual. As virgens têm sua proteção ou seja tudo o que é inexplorado: a mata virgem, rios e lagos, pois ela é tida como a “Virgem da mata virgem dos lábios de mel”. Ao entregar seu corpo a Xangô, despertou a ira de Iansã e refugiou-se nas profundezas das matas. Ali aprendeu com Oxóssi a arte da caça. Ewá é também a deusa do céu estrelado e dos mistérios da noite. Ela nos visita através do brilho das constelações e nos proporciona bons sonhos e nos ajuda a alcançar nossos objetivos. Manifesta-se no céu rosado do fim de tarde e nesse momento pedimos sua proteção e dádivas. Devemos saudá-Ia para que nos mantenha protegidos. Talvez por ser deusa de muitos mistérios, pouco se saiba sobre ela. Mora na terra do perigo, que aprendeu a dominar com o rei de Katu. Seu brilho é intenso. O céu reflete a cor rosa maravilhosa de sua aura.
OBÁ: A terceira esposa de Xangô e conhecida como a origem do ciúme, portanto do amor, das paixões e todos os sofrimentos que esse sentimento pode provocar. Amou Xangô e sofreu muito. Morria de ciúmes de Oxum – esposa preferida de Xangô. Querendo ter o marido só para si, tentou descobrir os segredos da rival, mas essa lhe preparou uma astuta armadilha que fez Xangô repudiá-la. Então Obá e Oxum se pegaram numa luta mortal, mas Xangô gritou com a voz do trovão e cada uma fugiu numa direção. Na corrida, se transformaram em rios: o rio Obá e o rio Oxum, que em certo ponto se chocam e formam uma pororoca. Guerreira imbatível venceu lutas contra OxaIá, Xangô e OrumiIá. Desafiou Ogum, que usou uma pasta escorregadia a base de quiabos e espalhou próximo onde travariam a luta. Começaram a lutar e Obá estava ganhando, mas Ogum conseguiu levá-Ia para o local onde havia espalhado a pasta. No calor da luta, Obá escorregou e Ogum dominou-a. Vencida. Obá tornou-se esposa de Ogum, com quem se aperfeiçoou na arte da guerra. Os amores de Obá não param por aí. Também se casou com Oxóssi, com quem adquiriu habilidade sobre a caça e o domínio das florestas. Mas morreu sem amor e isso a fez entender, como ninguém, os sentimentos dos apaixonados, que devem recorrer a ela quando sofrem e não são correspondidos. Obá descarregou a energia de suas paixões frustradas no trabalho. Por isso as mulheres bem-sucedidas nos negócios são suas filhas – aquelas que não têm sorte no amor, mas tem muito sucesso profissional.
LOGUM EDÉ – Esse orixá, filho de Oxum e Oxóssi, é deus da riqueza e da fartura, da terra e da água. É o mais beIo dos orixás, claro, seus pais também são bonitos. Boa parte do que se sabe sobre Logum Edé gira em torno de sua paternidade que é uma forma de existir e resistir, pois apesar de pouco conhecido no Brasil seu culto resiste e está crescendo. Parece que na África eIe é um importante caçador embora em IIexá, IIobu, ljexá e Oxobô ele seja visto como versão masculina de Oxum. Mas Logun Edé é Oxóssi e é Oxum sem deixar de ser ele mesmo: uma princesa na floresta e um caçador sobre as ondas. Quando era casada com Ogum, Oxum apaixonou-se por Oxóssi. Um dia, ogum partiu para uma batalha. Oxum teve um caso com Oxóssi e engravidou. Ogum voltou, mas não podia ver a criança. Então, Oxum deixou-a em cima de um Iírio e foi embora. lansã achou o menino e o criou. Ensinou-o a caçar e a pescar. Logum Edé cresceu e saía sempre para caçar. Um dia, do alto de uma cachoeira, viu uma bela mulher e ficou observando-a escondido. Era Oxum. Vaidosa, admirava-se num espelho e viu um homem olhando-a. Fez uma magia com o espelho e Logum Edé caiu na água na forma de cavalo-marinho. Por fim, Iansã teve de procurar Oxum e lhe contar que havia enfeitiçado o próprio filho. Oxum desmanchou a magia e decretou que daquele dia em diante Logum Edé viveria seis meses na água (comendo do peixe), e seis meses na terra (comendo da caça).
IRÔKO – Filho de Nanã Buruku e irmão de Obaluaiê e Oxumaré, esse orixá raramente aparece nos terreiros. É também chamado de Roko ou Loko, sendo esse nome mais comum nos cultos jeje-mahi. Os segredos de seu culto desapareceram conforme os sacerdotes antigos morreram, mas ele não desaparece definitivamente porque vive na mais esplêndida árvore de um terreiro: o pé de irôko – a árvore símbolo do candomblé. No entanto, qualquer árvore não Ieitosa com mais de 100 anos pode ser considerada irôko, pois serve de morada aos ancestrais, tornando-se um eIo entre a terra, o chão, e o ar. A floresta é a morada de Irôko, que é um orixá do mato como Oxossi e Ossaim. Ali moram os ancestrais, e Irôko é o guardião da ancestralidade. Todas as árvores centenárias, grandiosa podem ser consideradas Irôko. Na verdade, a palavra irôko quer dizer “floresta”, não o espaço físico propriamente dito, e sim as árvores e aos seres que habitam a mata, ou seja, significa um espaço mágico, pois vários povos consideram a floresta como a morada dos espíritos. Uma irôko é sagrada e não pode ser derrubada, a não ser pelo tempo. Irôko representa a floresta de árvores centenárias e a morada dos ancestrais Irôko é o guardião das grandes árvores, de raízes firmes, de estrutura sólida, que resistem às variações do tempo e observam as velhas gerações passarem e as novas chegarem.
EXU NA UMBANDA
10 de janeiro de 2014 01:26 / 1 comentário em EXU NA UMBANDA
Sentinelas da meia-noite.
Primeiramente temos a considerar que a palavra Exu é de origem Yorubana. Entre os vários significados encontramos um que define sua atuação: esfera, ou seja: está em toda parte!
Para os sacerdotes de antanho do continente africano, uma entidade primitiva, misteriosa, cuidadosamente tratada e invocada em momentos difíceis para a solução imediata de problemas cruciantes da comunidade. Na verdade é um Elemental, comprovado mais tarde como espírito dos elementos muito citado na literatura ocultista. Os sacerdotes africanos trabalhavam intimamente com esse agente sobrenatural capaz de operar fatos milagrosos, embora não dispensassem a colaboração de almas (eguns) dos antepassados.
Produzir, porém, chuvas, ventos, incêndios, fertilidade no solo e outros fenômenos, mesmo em proporção mínima, era um trabalho específico que somente acontecia por meio da conjuração do exu, mensageiro natural dos orixás. Não eram poucas as necessidades, situações extremas em que o feiticeiro de tribo, respeitável autoridade religiosa do agrupamento, o convocava através de rezas, esconjuros, cânticos, danças de gestual mimético, sempre referenciado por um feitiço adrede preparado. Tudo, enfim, se destinava a controlar as forças invisíveis e serviçais da natureza, como por exemplo: desviar o vento (ar) para outra direção com o fim de afastar pragas fosse moléstias ou de insetos daninhos que ameaçavam assolar o vilarejo; debelar incêndios (fogo) acidentais que punham em riscos palhoças e roçados dominando-os até a sua extinção; invocar aos céus a chuva (água) em favor da comunidade sedenta, aflita, que logo respirava aliviada com a chegada do aguaceiro benigno; vitalizar o solo (terra), embora em pequena extensão, para que houvesse plantio básico, de subsistência para a aldeia triste e esfaimada.
Os sacerdotes da velha África, companheiros do dia-a-dia de sua gente eram, acima de tudo, servidores dos orixás e de um Senhor que era dono do infinito (Òrun) e do destino: OLODUMARE ou OLORUN. Na medida das suas possibilidades simplistas, falavam de perto aos ouvidos dos orixás através dos ele mentais (exu) em favor do agrupamento sofrido, habitantes nativos e intrépidos das tórridas terras de Can.
Com a vinda dos negros escravos para o Brasil, pouquíssimos sacerdotes desse quilate aqui chegaram. Raros ainda os que aprenderam com aqueles o processo de comunicação com o Elemental, então conhecido pelo nome de Exu. A tradição do conhecimento oral, auricular e da prática, perdeu-se por completo no transcorrer desses quinhentos e poucos anos de sujeição econômico-político-religiosa deste nosso país que se diz cristão e democrático…
Hoje, conta-se nos dedos da mão esquerda, pais de santo que se valham do recurso da magia para seus trabalhos sejam nos cultos de nação seja na Umbanda. Prevalece, quando muito, o contato mediúnico com entidades do plano astral.
Raríssimos magos, pouquíssimos médiuns, muitos os embusteiros e maI intencionados que laboram em prol da clientela aflita e sofredora. Cabe, portanto, aos verdadeiros religiosos dessas áreas, minorar, orientar e, se possível solucionar os desvios de conduta do ego problemático.
Exu na Umbanda é nome símbolo de um organismo sediado no plano astral brasileiro, conhecida por Organízação dos Sete Focos, constituída por mais de duzentos miI participantes que tomam o nome de exu, além de outro tanto de “quiumbas classificadas” que nada mais são do que estagiário aspirantes a uma credenciamento oficial na rígida e temida Instituição executiva, que respalda o trabalho da religião de Umbanda, sempre ameaçada pelos astuciosos poderes das igrejas Católicas e ditas Evangélicas, cujos mentores, com raras e honrosas exceções, são realmente cristãos.
A ação dos exus – no que lhes compete – é combater com firmeza a feitiçaria, a maldade, as perseguições no físico e no astral, ameaças, abuso de poderes todo o lixo emocional, enfim, que reina na sociedade contemporânea. Sociedade essa, colegiada “normalmente” pela ambição desmedida, pela competição e pelo desregramento consumista, oriundos de uma má formação familiar.
O exu na Umbanda é parte do poder moderador utilizado pelos Pretos-veIhos, Caboclos e Boiadeiros em prol dos mais fracos e oprimidos. Que não se confunda exu com “quiumbas desclassificados”, instrumentos cegos de outras reIigiões, infelizes desencarnados que fomentam dissabores entre criaturas desavisadas e pouco vigilantes.
Dia da Umbanda agora é OFICIAL
8 de janeiro de 2014 01:07 / Deixe um comentário
Foi aprovado no mês de setembro último o projeto de lei 254/201 que declara a Umbanda como patrimônio cultural imaterial de São Paulo. Projeto de lei do vereador Quito Formiga que luta, ama e acredita na nossa querida e amada Umbanda. Essa aprovação teve a atuação efetiva e determinante do nobre vereador POLICE NETO,que abraçou a nossa causa e lutou por ela. Longe de quaisquer paixões ideológicas ou partidárias, entendemos que esta conquista é de todos os umbandistas. O povo unido mostrou que ama e acredita na nossa querida e amada Umbanda, agradeço de todo coração a todos que enviaram emails e lutaram para mais uma conquista para nossa Religião.
SALVE A UMBANDA MEUS IRMÃOS!
ZE PELINTRA: Origem e história.
6 de janeiro de 2014 01:10 / 1 comentário em ZE PELINTRA: Origem e história.
O rei da Umbanda
Seu Zé é a única entidade da Umbanda que é aceita em dois rituais diferentes e opostos: A “’Linha das Almas” (caboclos e preto-velhos) e o ritual do “Povo de Rua” (Exus e Pombas-gira). A Umbanda de Zé Pelintra é voltada para a prática da caridade – fora da caridade não há salvação – tanto espiritual quanto material – ajuda entre irmãos propagando que o respeito ao ser humano, é a base fundamental para o progresso de qualquer sociedade. Zé Pelintra também prega a TOLERÂNClA RELlGIOSA, sem a qual o homem viverá constantemente em guerras. Para Zé Pelintra, todas as religiões são boas, e o princípio delas é fazer o homem se tornar espiritualizado, se aproximando cada vez mais dos valores reais, que são Deus e as obras espirituais. Na humildade que Ihe é peculiar, Zé Pelintra, afirma que todos são sempre aprendizes, mesmo que estejam em graus evolutórios superiores, pois quem sabe mais deve ensinar a quem ainda não apreendeu e compreender aquele que não consegue saber. Zé Pelintra, espírito da Umbanda e mestre catimbozeiro faz suas orações pelo povo do mundo, independente de suas religiões. Prega que cada um colhe aquilo que planta, e que o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória. Zé Pelintra faz da Umbanda o local de encontro para todos os necessitados, procurando solução para o problema das pessoas que lhe procuram. Ajudando e auxiliando os demais espíritos. Zé Pelintra é o médico dos pobres e advogado dos injustiçados; é devoto de Santo Antônio, e protetor dos comerciantes, principalmente bares, lanchonetes, restaurantes e boates, e sempre recorre a Jesus, fonte inesgotável de amor e vida. Na gira em que Zé Pelintra participa são invocados os caboclos, pretos velhos, baianos, marinheiros e exus. A gira de Zé Pelintra é muito alegre e com excelente vibração, e também disciplina é o que não falta. Sempre Zé Pelintra procura trabalhar com seus camaradas, e às vezes, por ser muito festeiro, gosta de uma roda de amigos para conversar, e ensinar o que traz do astral. Zé Pelintra atende a todos sem distinção, seja pobre ou rico, branco ou negro, idoso ou jovem. Seu Zé Pelintra tem várias estórias da sua vida, desde a Lapa do Rio de Janeiro até o Nordeste. Todavia, a principal história que seu Zé Pelintra quer escrever é a da CARIDADE, e que ela seja praticada e que passemos os bons exemplos, de pai para filho, de amigo para amigo, de parente para parente, a fim de que possa existir uma corrente inesgotável de amor ao próximo. Zé Pelintra prega o amparo aos idosos e às crianças desamparadas por esse mundo de Deus.
“Se você, ajudar com pelo menos um sorriso, a um desamparado, estarás, não importa sua religião ou credo, fazendo com que Deus também Sorria e que o Amor Fraterno triunfe sobre o egoísmo”.
ZÉ PELINTRA pede que os filhos de fé achem uma creche ou um asilo e ajudem no que puder as pessoas e crianças jogadas ao descaso. “Não devemos esquecer que a Fé sem as obras boas é morta”. Zé Pelintra nasceu no nordeste, há controvérsias se o mesmo tivesse nascido no Recife , Pernambuco e veio para o Rio de Janeiro, onde se malandreou na Lapa e um certo dia foi assassinado a navalhadas em uma briga de bar.
Assim, Zé Pelintra formou uma bela falange de malandros de luz, que vêm ajudar aqueles que necessitam, os malandros são entidades amigas e de muito respeito, sendo assim não aceitamos que pessoas que não respeitam as entidades e a umbanda, digam que estão incorporados com seu Zé ou qualquer outro malandro e que eles fumam maconha ou tóxicos; entidades usam cigarros e charutos, pois a fumaça funciona como defumador astral. Podemos citar além de Seu Zé Pelintra, Seu Chico Pelintra, Cibamba, Zé da Virada, Seu Zé Malandrinho, Seu Malandro, Malandro das Almas, Zé da Brilhantina, João Malandro, Malandro da Madrugada, Zé Malandro, Zé Pretinho, Zé da Navalha, Zé do Morro, Maria Navalhada e muitos outros. Os malandros vem da linha de exu mas malandros não são exus.
Ao contrario dos exus que estão nas encruzilhadas, encontramos os malandros em bares, subidas de morros, festas e muito mais.
Chegou a hora de lutarmos pelo nosso culto de Orixá!
4 de janeiro de 2014 01:00 / Deixe um comentário
Estou trazendo mensagens para a reflexão do povo de Santo. Vivemos um momento de extrema gravidade, pois a volta da perseguição às nossas religiões de Matriz Africana em níveis assustadores traz à pauta o debate da união de todos que praticam esta milenar religião e suas vertentes, como a Umbanda Sagrada. Estão pipocando no Brasil diversos Projetos de Lei que pretendem proibir os giras e todo o tipo de rituais religiosos umbandista, em outros casos bandidos evangélicos apoiados por pastores neopentecostais fazendo terrorismo com sacerdotes e praticantes, expulsando-os de suas casas e ameaçando de morte se o culto for praticado. E as autoridades assistem passiva ao que acontece. Aquela velha suma de “se é de preto que se dane”, a de “todo o castigo para macumbeiro é pouco”. Depois de mais de dois séculos de conquistas nos vemos novamente diante de uma perseguição que começa inclusive com a polícia e as autoridades, que nada fazem para proteger o nosso culto e a nossa liberdade constitucional de praticá-lo,e até mesmo exercendo violência aos nossos locais de culto e nossos sacerdotes, invadindo os terreiros e prendendo sacerdotes a pretexto incompatível com a Lei. O crescimento das igrejas chamadas “evangélicas” tem suscitado esta guerra absurda contra o nosso culto. E isto não pode ficar sem resposta. É necessário urgentemente medidas legais apoiadas por movimentações sociais contra estas atitudes. Ocupar meios de comunicação e deixar bem claras as nossas posições e direitos. Temos feito isto. Trago uma defesa ostensiva ao povo de santo, e deixo claro que os praticantes das religiões de Matriz Africana não vão ficar parados vendo o seu culto ser dizimado por pessoas que se dizem defensores do cristianismo, sejam vereadores, deputados ou traficantes e bandidos. Chegou ”a hora do nosso povo se unir e esquecermos as nossas diferenças. É claro que é quase impossível alguém ser unanimidade. Não importa, não podemos lembrar que somos diferentes e que temos as nossas pluralidades. Se não falarmos o mesmo idioma agora e lutarmos juntos com humildade e cumplicidade, vamos ser dizimados. Eu estou fazendo a minha parte, denunciando e sendo a voz do Povo de Santo. Mas este povo de Santo tem que levantar a sua voz. Não pode e não deve ficar calado em relação à estas atrocidades e perseguições. Chegou a hora de respondermos baseados sempre na Lei, aos que nos desprezam e nos perseguem, que nós cultuamos Orixá e que esta é a mais antiga religião do Planeta, e vamos continuar a fazê-Io por que a Lei nos permite e nos protege.
Dicionário de Umbanda
2 de janeiro de 2014 07:12 / 2 comentários em Dicionário de Umbanda
ABAÇÁ – Templo, tenda, terreiro de Umbanda
ABACÊ – Cozinheira que prepara as comidas de Santo, no culto Gegê
ABADÁ – É o nome dado a uma túnica larga e de mangas compridas, usada nos terreiros pelos homens.
ABALÁ – Comida muito semelhante ao acarajé.
ABAÔ – Quer dizer um iniciando do sexo masculino, desenvolvendo-se mediunicamente no terreiro de Umbanda
ABARÁ – Comida dos pretos africanos como seja bolo de feijão, que vem enrolando em folha de bananeira.
ABEDÊ – É o leque de Oxum, quando feito de latão.
ABÔ dos AXÉS – Água contendo ervas maceradas, não cozidas, e sangue de animas sacrificados no terreiro.
ABRIR A GIRA – Significa o início ou abertura dos trabalhos nos terreiros de Umbanda.
ABROQUE – É um manto usando somente pelas mulheres durante uma sessão.
ACAÇÁ – Comida originária da África, com aparência de bolo de angu de arroz.
ACARAJÉ – Comida de santo feita na base de feijão fradinho com pimenta malagueta e outros temperos. Comida de Iansã.
ACENDE CANDEIA – Planta muito utilizada para banos conhecida também como Candeia-Mucerengue
ACHOCHÔ – Nome dado à uma comida de Oxossi
ADARRUM – É o toque feito seguidamente pelos atabaques quando da invocação dos protetores para incorporarem nos mediuns.
ADEJÁ – É uma campainha (sino) usada nas cerimônias de terreiro.
AGÔ – Significa pedir licença ou permissão, em outros momentos em que este termo traduz perdão e proteção pelo que se está fazendo.
AGURÊ – Toque em ritmo muito lento para chamar Iansã
AIA – Toalha branca para uso em terreiro
AIOCÁ – Referente a Iemanjá e ao fundo do mar. Ver AIUKÁ.
AIUKÁ – Fundo do mar. Também se diz os domínios de Iemanjá (Rainha do Aiuká).
AJUCÁ – É a festa da Cabocla Jurema entre os capangueiros. Nessa festa há defumações no terreiro, bebidas e comidas, tudo com a finalidade de duplicar a proteção no terreiro e gerar mais fartura nas casas dos filhos de fé.
ALDEIA – Povoado de índios. Tratando-se de terreiros, esta palavra quer dizer a moradia dos espíritos de caboclos na Aruanda.
ALGUIDAR – Bacia de barro usada para entregas, ascender velas, deposito de banhos, entrega de comidas e defumação.
AMACI – Líquido preparado com o suco de diversas plantas, não cozidas, e que tem muita aplicação na firmeza de cabeça dos médiuns. O principal banho para a o ritual da “lavagem de cabeça”.
AMACI-NI-ORY – Cerimonia da lavagem (feitura) de cabeça dos mediuns (ritual equivalente a raspagem de cabeça no Candomblé).
AMALÁ – Comida de Santo. Também se denomina a todo ritual que o umbandista ao manipular alimento deve dispensar atenção, amor e especial carinho, fazendo por completo a Homenagem ao Orixá.
AMOLOCÔ – Comida de Oxum.
AMPARO – Chicote sagrado usado especialmente para afastar espíritos atrasados e maléficos.
ANGOMBA – É a designação para um segundo atabaque.
APARELHO. Médium
ARAUANÃ – Dança ritual africanista para quebrar demandas e trazer alegrias.
ARIAXÉ – Banho preparado com ervas e folhas. Esse banho consta mais de 21 diferentes espécies de vegetais. Preparado somente pelo próprio chefe de terreiro.
ARIMBÁ – Pote de barro para guardar o azeite-de-dendê
ARIPÓ – Panela muito semelhante ao alguidar de barro
ARUANDA – Céu, Nirvana ou Firmamento significam a mesma coisa, isto é, a moradia daquele que é Criador de todos os mundos e de todas as coisas. Plano Espiritual Elevado.
ARUÊ – Espírito desencarnado
ASSENTAMENTO DE ORIXÁ – E o lugar no pegi onde é colocada a representação de Orixá, ou do seu fetiche, ponto riscado, etc.
ASSENTO – Termo utilizado para um local preparado para um Orixá ou Exu. Santuário exclusivo.
AXÉ – É a força mágica do terreiro representada pelo segredo composto de diversos objetos pertencentes as linhas e falanges. Força bendita e divina.
AXEXÊ – Cerimônia funebre iorubana. Semelhança com a missa de 7º dia católica.
AXOGUM – Nome dado ao encarregado de sacrificar animas quando não é feito pelo Chefe do Terreiro. Muito comum nos cultos de candomblé nagô.
AZÊ – Capuz de palha. Ornamento da roupa de Omulu
AZEITE-DE-DENDÊ – Óleo bahiano extraíado do dendezeiro, sendo muito utilizado na culinária dos Orixás.
BABALAÔ – Pai-de-Santo. Chefe de terreiro. (masculino)
BABUGEM – Restos de comidas e bebidas que sobram no terreiro. Estes restos devem ser jogados sobre o telhado do terreiro ou despachado em alguidares, dependendo do ritual.
BACURO DE PEMBA – Filho de Santo.
BAIXAR – Termo que quer dizer incorporação das Entidades/Orixás nos médiuns. Esse termo designia que toda entidade que vem do Céu, ou seja, de Aruanda, baixe do céu para a Terra.
BALANGANDÃ – Enfeites e ornamentos. Podem também ser amuletos.
BALÊ – Casa dos Espíritos mortos (desencarnados)
BANDA – Termo utilizado para dizer em qual linhagem está ligado a Entidade.
BARRACÃO – Local de ritual, terreno, o terreiro fisicamente propriamente dito. O lugar principal do terreiro.
BASTÃO-DE-OGUM – Espécie vegetal de espada-de-São-Jorge.
BATER-CABEÇA – Ritual que quer dizer cumprimentar respeitosamente e humildemente. Consiste em abaixar-se aos pés do congar(altar) ou a uma Entidade Espiritual e tocar sua cabeça ao chão, aos seus pés. Representa respeito e humildade.
BATER PARA O SANTO – ato de percutir os atabaques usando o ritmo especial de determinado orixá.
BEJA – Cerveja branca.
BENTINHOS – Escapulário que traz pendurado no pescoço e contém orações, rezas e figuras de santos. Patuá.
BETULÉ – Machado feito de pedra e de bambú para designação de Xangô.
BILONGO – Amuleto muito usado por caçadores para proteção
BOLAR NO SANTO – início incompleto de transe que ocorre com os médiuns não preparados.
BOMBO-GIRA – O mesmo que exu Pomba-Gira. Denominação de Pomba-Gira em Congo.
BORÍ – ato pelo qual filho de santo oferece sua cabeça ao orixá. Termo usado também cujo significado é cabeça.
BOTAR NA MESA – Quando um médium atente particularmente um consulente e através de um oracúlo (principalmente as cartas) procede a consulta e a orientação espiritual.
CABAÇA – Vaso feito do fruto maduro do cabaceiro depois de esvaziado o miolo. Utilizado também como moringa de bebida (água).
CABAIA – Assim é denominado uma túnica de mangas largas utilizada por médiuns e/ou cambones.
CABEÇA-FEITA – Denominação do médium desenvolvido e que já foi cruzado no terreiro, tendo já definido seu Orixá de cabeça. Médium que já passou pelo ritual do amaci.
CAIR NO SANTO – Transe mediúnico de quem ainda não está preparado para incorporar.
CALUNGA – Cemitério
CALUNGA GRANDE – Oceano, mar.
CAMBONO ou CAMBONE – Auxiliar de Médiuns de Incorporação e o Servidor dos Orixás. O cambone é o médium que teve o necessário desenvolvimento para poder auxiliar e entender os Guias nas necessidades das sessões. Auxiliar de culto.
CAMOLETE – Lenço branco de tamanho grande colocado na cabeça dos médiuns durante alguns rituais
CAMUCITÊ – Nome dado ao altar, congar ou pegi.
CANJIRA – Lugar onde são realizados algumas danças religiosas.
CANZUÁ ou CAZUÁ de QUIMBÉ – Terreiro, casa, tenda espiritual.
CATERETÊ – Designação de um ritual do Estado do Maranhão
CATULÁ – Termo usado em sessão que significa anular um trabalho maléfico.
CAVALO – Médium dos Guias de Umbanda.
CENTRO – terreiro, tenda de Umbanda, cazuá.
CHEFE DE CABEÇA – É um dos nomes como é designado o Guia-Chefe do médium de terreiro que tenha sido desenvolvido e cruzado no mesmo.
COISA FEITA – Quer dizer trabalho feito para levar o mal a alguém, despacho maléfico, feitiço, bruxaria.
CONGAR – Altar, pegi
CORPO FECHADO – Nenhum espírito maléfico pode incorporar no médium, ou nenhum espírito pode trazer o mal a pessoa que tem o corpo fechado.
CORREDOR DE GIRAS – Freqüentador que passa por vários terreiros, sem ter firmado compromisso espiritual com nenhum deles.
CREDO-EM-CRUZ – Interjeição que traduz espanto, admiração e repulsa.
CURIAU – Comida de Santo, despacho.
CURIMBA – Conjunto de instrumentos musicais do terreiro. Os instrumentos que compõe uma curimba pode ser atabaques, tambor, agogôs, chocalhos, berimbau, violões, etc. Curimba é a orquestra de um terreiro.
DANDÁ – Vegetal, espécie de capim, que exsuda um odor, muito usado em trabalhos, como banho e defumações em ritual de Umbanda.
DANDALUNDA – Outro nome dado a Janaína, Iemanjá, ou Mãe Dandá.
DAR COMIDA AO SANTO – Quer dizer o oferecimento de alimentos aos orixás, seja como parte do ritual, como pagamento de algum favor recebido.
DECÁ – Bracelete ritual que o filho-de-santo recebe após sete anos de sua primeira saída da camarinha (Candomblé)
DESCIDA – quando as Entidades Espirituais vão incorporar no médium
DESMACHE – Espécie de muleta usada em alguns terreiros como instrumento de Xangô
DESMANCHAR TRABALHOS – É tornar livre uma pessoa dos efeitos de trabalho de enfeitiçamento, como também beneficiar alguém que tenha sido vítima de magia negra.
DESPACHAR – Entregar ao Orixá o que é do Orixá. Despachar também é um termo usado para tudo que é sagrado, seja comida de santo, seja qualquer objeto sacro seja entregue num local adequado a cada Orixá.
DESPACHO – Anular um trabalho, desmanchar trabalhos de magia negra.
DIA DE OBRIGAÇÃO – É o dia de sessão quando os médiuns e os consulentes observam certos atos do ritual umbandista e cumprem tudo quanto lhes é determinado pelos Guias.
DILONGA – Prato que representa uma das ferramentas, ou melhor, um dos utensílios de Ogum.
DOBALÊ – É assim chamada a saudação dos médiuns que possuem guias femininos.
DOLOGUM ou DILOGUM – Guia com 16 fios
EBAME ou EBAMI – Filha de Santo com mais de 7 anos.
EBI – Serpente que é representada por um ferro retorcido, fazendo parte da ferramenta de Xangô, colocada junto com o machado.
EBIANGÔ – Planta muito usada pelos negros em amuletos e que é tida como portadora de virtudes mágicas, como por exemplo, afastar espíritos maléficos.
EBIRI – Símbolo de Oxumaré
EBÔ – Despacho. Presente para Exu. Oferta que se oferece em encruzilhadas ou em qualquer outro local.
EBÓ – Líquido com vários vegetais não fermentados, sendo preparado para diversos casos: Banhos, banhos para a cabeça, limpeza de ambiente, etc.. Cada ebó tem um preparo diferente para cada situação diferente. Antes de ser usado, é benzido (cruzado) por um Guia.
EBOMIM – Designação do médium feminino quando conta mais de 7 anos desenvolvimento.
EGUNGUN – Materialização de encarnados. Aparição. Evocação de Ancestrais e Espiritos Protetores.
EGUNS – Espíritos desencarnados. Almas.
EJILÉ – Pomba que é destinada ao sacrifício com a finalidade de ser empregada em algum trabalho.
EKEDI ou EQUÉDE – São as auxiliares femininas das Mães-Pequenas. Ekedis não incorporam, mas tem autoridade sobre as Entidades como uma Mãe Pequena.
ELEDÁ – Anjo da Guarda
ELEGBÁ – Espírito Maléfico
ENCANTADO – Ser que não morreu, foi arrebatada.
ENCOSTO – Espírito que consciente ou inconsciente, aproxima-se da pessoas vivas, prejudicando em diversos setores da sua vida (econômica, saúde, pessoal, familiar, amorosa).
ENCRUZAR – Ritual umbandista no início de um período ou sessão, consistindo em fazer uma cruz com a pemba na nuca, na palma da mão, na testa do médium e na sola do pé. Isso fecharia o corpo do médium e protegeria, fortificaria sua mediunidade e ajuda também a estabelecer uma ligação mais firme com os Guias Espirituais. No encruzamento dos médiuns é entonado um canto próprio para a ocasião
ENDÁ – Diz-se a coroa imaterial que acompanha o médium em desenvolvimento após a iniciação. Sinônimo de aura.
ERÊ – Espírito infantil. Criança
ERÓ – Segredos e Ensinamentos revelados aos médiuns no terreiro em seu desenvolvimento.
ERUEXIM – Rabo de cavalo, espécie de espanador usado por Iansã
ESPIRITISMO DE LINHA – Designação dada a Umbanda e as sessões no terreiro.
ESPIRITISMO DE MESA – Designação dada a Umbanda nas sessões de cura por médicos incorporados.
EXÊS – Partes dos animais sacrificados para serem oferecidos aos Orixás.
FALANGE – Falange em Umbanda significa a subdivisão de Linhas onde cada falange é composta de um número incalculável de espíritos orientados por um Guia chefe da mesma.
FALANGEIRO – Chefe de falange. Guia Chefe.
FAZER MESA – Abrir a sessão, abrir a gira.
FAZER OSSÊ – Cerimonia semanal que consiste no oferecimento de alimento e/ou bebida preferida dos Orixás.
FECHAR A GIRA – Encerrar os trabalhos no terreiro.
FECHAR A TRONQUEIRA – Ato de defumar e cruzar o terreiro – os quatro cantos do terreiro – evitando que espíritos perturbadores ou zombeteiros atrapalhem o culto.
FEITO – É o médium masculino desenvolvido dentro do terreiro.
FEITO DE SANTO – Iniciação do desenvolvimento de um médium.
FEITA(O) NO SANTO – Médium que teve o cerimonial de firmeza de cabeça por haver completado seu desenvolvimento mediúnico.
FILHO DE FÉ – Denominação para adeptos da Umbanda
FILHO OU FILHA DE SANTO – Médium que se submeteu a doutrina e todo ritual.
FIRMAR A PORTEIRA – É a segurança para os trabalhos da sessão que será realizada. Esse trabalho pode ser simbolizado por um ponto riscado na tronqueira, uma vela acesa, conforme critério do terreiro.
FIRMAR O PONTO – Concentração coletiva que se consegue cantando um ponto puxado pelo Guia responsável pelos trabalhos. O Ponto Firmado pode ser apenas cantado como também riscado ou a combinação de ambos. Significa também quando o Guia dá seu ponto cantado e/ou riscado, como prova de identidade.
GANZÁ – Instrumento musical.
GARRAFADA – Remédio preparado por Pai/Mae de Santo, o qual consiste numa maceração de vegetais em aguardente. A preparação dos ingredientes são puramente naturais.
GIRA – Corrente espiritual. Caminho.
GONGÁ – O mesmo que congar. Altar dos santos católicos e orixás africanos.
GUIA – conta de miçangas ou de cristal ou mesmo de porcelana, da cor especial do Orixá ou Entidade Espiritual que representa e identifica. Pode também significar o próprio orixá, quando se trata de um preto-velho, caboclo, bahiano, boiadeiro ou marinheiro.
HALO – Luminosidade que envolve um espírito de grande elevação.
HOMEM DAS ENCRUZILHADAS – Exú
HUMULUCU – Comida Africana feita de feijão fradinho, azeite-de-dendê e diversos temperos. Também conhecida como Omolocum.
IABÁ – Cozinheira que conhece e prepara as comidas dos Orixás. Cozinheira do culto.
IALORIXÁ – Designação dada a qualquer mãe-de-santo.
IAÔ – Médium feminino no primeiro grau de desenvolvimento do terreiro.
IJEXÁ – Ritual africano. Os adeptos do Ijexá temem os mortos e apressam-se em expulsá-los dos terreiros.
IORUBÁS – Negros africanos que falam a linguagem nagô.
IR PARA A RODA – Uma frase que traduz o desenvolvimento da mediunidade na corrente.
ITÁ DE XANGÔ – Pedra caída junto com o raio.
JABONAN – Assim chamada a auxiliar da Babá.
JACULATÓRIA – Oração curta. Reza resumida e fervorosa.
JACUTÁ – Denominação de altar. Casa do santo.
JESUS – Oxalá
JIBONAN – Designação do fiscal de trabalhos do terreiro.
JUREMA – Uma das caboclas de Oxossi, chefe de falange. Local onde todos os caboclos ficam espiritualmente.
KAÔ – Saudação de Xangô. Salve! Viva!
KARDECISMO – Um dos pontos básicos em que se fundamentam todas as teorias espiritualistas. Decodificação do Espiritismo por Alan Kardec, de onde originaria o nome Kardecismo.
KARMA – É a conseqüência de vidas passadas, as quais dirigem a presente e organizam as futuras encarnações.
KAURIS – Búzios, utilizados no jogo do delogum. Outrora também serviram de dinheiro na Africa.
KIBANDA ou KIMBANDA – No termo, significa KIM (gênio do mal) para BANDA (lado), ou seja, Kimbanda ou Kibanda significa o Lado do Mal. Também conhecido como culto de magia negra, neles trabalham exus-zombeteiros, espíritos vingativos, enfim todos os espíritos que não aceitam Doutrinação Divina e estão ainda ligados ao lado material.
KIUMBA – Espírito maléfico e obssessor. Espírito atrasado e sem nenhuma luz. Zombeteiro.
LAÇAR O COBRERO – É assim chamada a oração que se escreve com tinta em volta do “cobrero” para fins curativos.
LÁGRIMAS DE NOSSA SENHORA – Além do capim e da miçanga, assim também são conhecidas as contas de semente dessa planta para confecção de terços, guias e outros objetos.
LANCATÉ DE VOVÔ – É o mesmo nome por que é conhecida a igreja Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador – Bahia.
LAVAGEM DE CABEÇA – A lavagem de cabeça é feita derramando-se o Amaci (banho preparado especialmente para essa cerimônia) sobre a cabeça do médium, enquanto se entoa um ponto de caboclo. A confirmação do Guia de Cabeça verifica-se após a lavagem de cabeça, quando o Guia incorpora e risca seu ponto em frente ao congar.
LINHA – União das falanges, sendo que cada um tem seu chefe.
LINHA BRANCA – Linha de Guias que não cruzam com a linha da esquerda.
LINHA CRUZADA – É quando se unem duas ou mais linhas com o fim de tornar mais forte um trabalho no terreiro. Normalmente esse cruzamento se dá com um guia da direita com um da esquerda.
MACAIO – Coisa ruim e sem nenhum valor.
MACUMBA – Termo antigo que se denominava aos cultos dos escravos nas senzalas. Candomblé. Depois esse termo passou a ser vulgar e tornou-se como feitiço ou culto de feiticeiros.
MACUMBADO – enfeitiçado
MADRINHA – O mesmo que Mãe de Santo, Babá.
MÃE D´ÁGUA – Iemanjá.
MÃE de SANTO – Médium feminino chefe ou dirigente de terreiro, Madrinha, Babá.
MÃE PEQUENA – Médium feminina desenvolvida e que substitui a Mãe de Santo. Auxiliar das iniciandas (iaôs) durante o seu desenvolvimento mediúnico.
MALEME ou MALEIME – Pedido de socorro, de clemencia, de auxilo ou ajuda, de misericórdia. Podem vir em forma de canticos ou preces pedindo perdão.
MANIFESTAÇÃO – Quando o corpo do médium é tomado por um Guia. Conhecido também como transe mediúnico, incorporação.
MARAFA ou MARAFO – aguardente, cachaça.
MAU OLHADO – Quebranto, feitiço. Doença ou mal estar causado por um olhar mau, invejado.
MESA BRANCA – Trabalhos no terreiro quando há incorporação apenas de médicos e enfermeiras.
MEISINHA – Despacho, mandinga, trabalho.
MIRONGA – Feitiço, segredo, feitiço feito pelos Espiritos Nagôs.
MISTIFICAÇÃO – É o mais importante dos casos do falso espiritismo, pois constitui um recurso muito empregado por falsos médiuns, ou pessoas de má fé, com a finalidade de auferirem vantagens pecuniárias e aumentarem sua fama e sua vaidade.
MUCAMBA – O mesmo que cambone.
MUZAMBÊ – Forte, vigoroso.
NAGÔ – Nome dado aos escravos originários do Sudão, na África. Considera-se nagô como a religião do antigo reino de Iorubá.
NIFÉ – Fé, crença na lingua iorubá
NOMINA – Oração que é guardada num saquinho e pendurada no pescoço como amuleto para proteção. Patuá.
NURIMBA – Bondade, amor e caridade.
OBASSABÁ – O mesmo que abençoar, benzer.
OBASSALÉA – O mesmo que obassabá.
OBATALÁ – Céu. Abóbada celeste. Deus
OBRIGAÇÕES – Festas em homenagem aos Guias ou Orixás. São também as determinações feitas aos médiuns ou consulentes pelos Guias com o objetivo de auxilio ou como parte de um ritual do desenvolvimento mediúnico.
OBSEDIAR – Perseguir. Ação pela qual os espíritos perturbados que prejudicam as pessoas levando a situações econômicas difíceis, loucura, etc.
OBSSESSOR – Espírito pertubador ou zombeteiro que prejudica as pessoas.
ODÉ – Oxossi. Oxossi mais velho.
ODÔ, IÁ – Saudação de Iemanjá
OFÃ – Médium responsavel pela colheita e seleção das ervas nos rituais.
OGÃ – Auxiliar nas sessões do terreiro. Ogã pode ser um protetor de Terreiro ou como um Chefe das Curimbas. Ambos tem o mesmo grau hierarquico.
OIÁ – Outro nome conhecido por Iansã
OKÊ – Saudação aos Caboclos. Diz-se assim : Okê Caboclo! Okê Oxossi.
OLHO-DE-BOI – Semente de Tucumã, gozando de propriedades protetoras contra cargas negativas como feitiços, mau-olhado, inveja. Tem muitas utilidades no terreiro, desde patuás até guia (colar).
OLHO GRANDE – Mau Olhado, inveja, malefício, quebranto.
OLORUM – Deus Supremo.
OMOLOCÔ – Culto de origem angolense.
OPELÊ DE IFÁ – Rosário deito de pequenos búzios e que é utilizado para ler o futuro.
ORAÇÃO FORTE – Patuá que consiste em uma oração escrita em pequeno pedaço de papel, que a pessoa preserva em seu poder, quer guardado no bolso, ou dentro de um pano em forma de saquinho pendurado no pescoço a fim de proteger-se ou livrá-la de todos os males.
ORIXÁ – Divindades africanas que representam as forças do Universo Infinito. Espirito puro. Santo.
OTÁ – pedra ritual, elemento e objeto sagrado e secreto do culto.
PADÊ – Despacho para Exú no início das sessões ou festas, constando alimentos, bebidas, velas, flores e outras oferendas, a fim de que os mesmos afastem as perturbações nas cerimonias.
PADRINHO – pai-de-santo, Chefe de Terreiro.
PAI-DE-SANTO – Zelador do Santo, Chefe de Gira, Chefe de Mesa, Chefe do Terreiro. Médium e conhecedor perfeito de todos os detalhes para o bom andamento de uma sessão.
PALINÓ – Cântico ou poema em louvor a Iemanjá
PÃO BENTO – Pão ázimo ou qualquer outro tipo de pão, ao qual se dota de forças mágicas. É utilizado em inúmeros trabalhos para diversas finalidades. Há trabalhos com pão e vela benta para se localizar num rio ou no mar o corpo de uma pessoa afogada, por exemplo.
PARAMENTO(s) – Roupas e objetos utilizados em cerimônias do ritual religioso.
PATUÁ – Amuleto que é colocado num saquitel (pedaço de pano costurado em forma de saquinho) e é pendurado no pescoço, ou se prende na roupa de uso.
PAXORÔ – Instrumento simbólico de Oxalá usado pelos pais-de-santo em trabalhos.
PEDRA-DE-RAIO – Meteorito, Fetiche de Xangô , itá
PEJI – altar, congar.
PEMBA – Espécie de giz em forma cônico-arredondada, em diversas cores, como sejam : branco, vermelho, amarelo, rosa, roxo, azul, marrom, verde e preto, servindo para riscar pontos e outras determinações ordenadas pelos Guias, sendo que conforme a cor trabalhada com pemba, pode se identificar a Linha a que pertence a Entidade, ou a Linha que trabalhará naquele ponto.
PIPOCA – comida de Omulu/Obaluaê. Grão de milho arrebentado na areia quente para ser utilizado em descarrego. Descarrego de Pipoca.
PIRIGUAIA – Variedade de búzio.
PONTOS CANTADOS – Os pontos cantados na Umbanda são preces e a invocação das falanges e Linhas, chamando-as ao convívio das reuniões e no auxilio dos que buscam caridade. Assim, como toda a religião tem seus canticos, a Umbanda usa seus pontos cantados, dos quais, não se deve abusar. Esses hinos representam e atraem forças das Falanges, para trabalhos de descarrego e desenvolvimento mediúnico. Pontos cantados não devem ser deturpados, ou modificados, para que sua força não se altere, uma vez alterado o efeito não será o mesmo, podendo até ser prejudicial.
PONTOS RISCADOS – São identificação dos Guias. Cada Guia e cada Orixá tem seu ponto riscado. Os pontos são riscados com pemba. Mas o ponto não se resume apenas a identificação de um guia, linha, falange ou Orixá; ele pode fechar o corpo de um médium, pois a escrita sagrada se utiliza de magia para que qualquer espírito perturbado não se aproxime.
PORTEIRA – Entrada de terreiro.
QUARÔ – Flor chamada Resedá possuidora de notáveis virtudes mágicas e grandemente empregada em banhos e defumações.
QUEBRANTO – Mau olhado, feitiço, coisa feita. Normalmente atinge mais crianças pagãs, mas pode atingir também crianças batizadas e adultos. O quebranto é cortado com benzimento.
QUEBRAR DEMANDA ou QUEBRAR AS FORÇAS – É anular, desmanchar o efeito de um trabalho para prejudicar ou perturbar uma pessoa.
QUEBRAR PRECEITO – Desrespeitar as regras e hábitos estabelecidos no ritual do desenvolvimento ou dos trabalhos.
QUEZILA, QUEZíLIA ou QUIZILA – Aversão, antipatia, repugnância, alergia a alguma coisa.
QUIUMBA – Espírito obsessor e pertubador. Zombeteiro.
RAÚRA – Cambone. Auxiliar nos trabalhos do terreiro.
RECEBER O SANTO – incorporar. Entrar em estado de transe com o Guia ou Orixá
REDENTOR – Jesus Cristo
REINOS – Uma das divisões dos mundos espirituais. Domínios dos Orixás. Alguns exemplos : Juremá, Pedreiras, Fundo do Mar, Humaitá, etc
RESPONSO – Oração em latim para determinado santo para se conseguir uma graça.
ROÇA – terreiro, centro.
SACUDIMENTO – Ato de realizar limpeza, lavagem e varredura do terreiro e/ou seus filhos. Descarrego.
SAÍDA de IAÔ – cerimônia de inciação do filho-de-santo no candomblé ou no culto Omolokô.
SANTERIA – nome da religião na América Latina. Religião irmã do Candomblé
SAL (GROSSO) – Empregado sob diversas modalidades nos terreiros, principalmente como banho de descarrego. Ou como descarrego do local com um copo de água e sal atras da porta.
SALUBÁ – Saudação de Nanã
SARAVÁ – Saudação umbandista que corresponde a Salve! Viva!
SEREIA DO MAR – Janaína, princesa d´água. Pode representar também como Iemanjá dentro de um contexto.
SINCRETISMO – Fenômeno de identificação dos orixás com os Santos Católicos.