LIMPANDO O AMBIENTE
29 de fevereiro de 2016 08:49 / Deixe um comentário
Os segredos e o poder místico da defumação.
Uma das mais maneiras mais antigas de afastar maus espíritos e atrair boas energias é a defumação com ervas aromáticas. A maioria das religiões usa algum tipo de defumação para purificar o ambiente e durante os rituais. Um dos presentes recebidos por Jesus ao nascer foi justamente a mirra, essência aromática muito usada em rituais ate hoje. Mas não é apenas para isso que a defumação é feita. A técnica atrai as boas energias e afasta a negatividade, contribuindo para a harmonia e o equilíbrio no lugar em que é realizada.
Como FAZER: O ritual mais tradicional da defumação utiliza um incensório, que pode ser adquirido em lojas especializadas em produtos místicos e religiosos. Em geral, ele se parece com uma bola de metal pendurada em uma corrente. Dentro são colocadas brasas e sobre elas são jogadas as ervas para queimar diretamente, liberando uma energia mais “pura”. Mas a manipulação pode ser perigosa para pessoas inexperientes. Uma maneira mais prática é comprar defumadores feitos a partir da essência das ervas ou flores. O valor místico não se altera e é bem mais seguro.
FAXINA ESPIRITUAL: Uma defumação completa deve ser feita em etapas. Antes de tudo, escolha bem o horário e o dia, para evitar interrupções, e varra o local (sempre de dentro para fora). A seguir, usando as ervas ou defumadores mais indicados para “limpar” o ambiente, defumando de dentro para fora da casa, levando as más energias embora. Após esse descarrego, é preciso atrair o bem, através da chamada defumação “lustral’, usando os aromas que abrem seus caminhos. Esta segunda etapa deve ser iniciada pela entrada principal e a fumaça vai sendo emanada até a saída dos fundos, passando por todos os cômodos. Não tem encosto que resista.
Os AROMASESEUS PODERES: As ervas ou os defumadores devem ser escolhidos não só pelo perfume que possuem, mas, principalmente, pela função espiritual de cada um(a). As opções são bem variadas, então, conheça algumas das principais.
PARA PURIFICAÇÃO (descarrego)
– Alecrim e cardo santo: espantam inveja e olho gordo.
– Benjoim, beladona (so o incenso), cascas de alho, canela, folhas de fumo e mirra: purificam o ambiente contra más vibrações e espíritos negativos.
– Folhas de bambu: contra “vampiros” astrais (pessoas que sugam a boa energia do ambiente).
– Guiné: barra todo e qualquer malfeito.
– Arruda: desfaz trabalhos e feitiços.
PARA ATRAIR BOAS ENERGIAS (lustral)
– Abre-caminho e levante: atraem bons fluidos, força e liderança.
– Alfazema e macela: acalmam,atraem boas amizades e protegem o lar.
– Anis estrelado: chama a boa sorte e as energias positivas.
– Cedro: eleva as preces e orações e invoca as forças positivas.
– Cravo da índia: protege contra as más intenções alheias.
– Eucalipto: favorece a saúde.
– Lavanda: serve como escudo protetor contra todos os males.
– Louro: atrai prosperidade.
– Manjericão e sândalo: trazem amor e espiritualidade positiva para o seu lar.
– Rosa branca: atrai paz e harmonia.
- Evite queimar juntas as ervas com intenções diferentes, como uma para purificação e outra para abrir caminhos.
- Sempre que possível, após a “faxina”, jogue as cinzas ,em um local distante da sua casa. Se não der, coloque no lixo para elas irem pra bem longe.
- Antes de iniciar a defumação, afaste de sua mente as pensamentos negativos. Uma boa é fazer uma oração para o santo ou a entidade de sua devoção.
- Faça sempre a defumação, pois seus efeitos não são eternos e as más energias podem voltar a qualquer momento.
Curiosidades
A prática de usar a fumaça aromática em rituais está ligada à ideia de que ela sobe aos céus e faz a ligação entre o mundo material e o espiritual. A lua também pode influenciar no resultado da defumação. Para quebrar feitiços e descarregar o ambiente, prefira a fase minguante. Para atrair positividade, faça o ritual em qualquer uma das demais fases. .
Diversidade da Umbanda
22 de fevereiro de 2016 08:21 / Deixe um comentário
Sabemos que existem várias correntes de pensamento dentro a Umbanda e também há muitas formas de praticá-la, ainda que todas se mantenham fiéis à participação dos espíritos nos seus trabalhos ou em giras. Não consideramos nenhuma das correntes melhor ou pior e nem mais ou menos importante para a consolidação da Umbanda, Todas foram, são e sempre serão boas e importantes, pois só assim não se estabelecerá um domínio e uma paralisia geral na assimilação e incorporação de novas práticas ou conceitos renovadores.(Rubens Saraceni Formulário de Consagrações Umbandistas)
Há quem defenda um “tipo ideal” de Umbanda, descartando outras formas de praticá-la. Assim uns reconhecem e outros negam as várias Umbandas, creio que podemos trilhar um caminho do meio, no qual a Umbanda é una na essência e diversa nas formas de praticá-la. O UM da Unidade e a BANDA da Diversidade. O Uno e o Verso deste Universo Umbandista.
A liberdade litúrgica permite certas variantes, desde que estas não desvirtuem seus fundamentos básicos. A pluralidade deve existir enquanto não coloca em risco a unidade.
Por unidade podemos entender seus fundamentos básicos, o que deve estar presente em todas as formas ou pelo menos na maioria delas. Portanto é pela unidade que definimos Umbanda e não pela diversidade, que são as diversas maneiras de praticar esta unidade.
Por exemplo, podemos ter como fundamento básico de sua unidade a definição de Umbanda dada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por meio de seu médium Zélio de Moraes, em 15 de Novembro de 1908:Umbanda é a manifestação do espírito para a prática da caridade.
Esta definição está em sua unidade, faz parte de seus fundamentos básicos, não cobrar pelos trabalhos, logo ela pode ter variantes mas nenhuma das tais deve apresentar-se cobrando para realizar trabalhos espirituais. Pois neste ponto a “diversidade” colocaria em risco a “unidade”. Desta forma falar de Umbanda é falar de sua unidade assim como falar de Umbandas é falar de sua pluralidade. Abaixo apresento algo desta pluralidade ou se preferir Diversidade, para nossa reflexão:
UMBANDA BRANCA: O termo pode ter surgido da definição de Linha Branca de Umbanda usada por Leal de Souza e adotada por tantos outros. A idéia era de que a Umbanda era uma “Linha” do Espiritismo ou uma forma de praticar Espiritismo, na qual a Linha Branca se divide em outras Sete Linhas. Ao afirmar a Umbanda como Branca subentende-se muitas coisas, entre elas que possa haver outras umbandas, de outras cores e “sabores”. Mas a questão de ser branca está muito mais ligada ao fato de associar ao que é “claro”, “limpo”, “leve” ou simplesmente ausente do “preto”, “escuro” ou “negro” – há um preconceito subentendido – afinal é uma Umbanda mais “branca” que “negra”, mais européia que afro e, porque não, mais Espírita. Geralmente usa-se esta qualificação, “Umbanda Branca”, para definir trabalhos de Umbanda com a ausência do que chamamos de “Linha da Esquerda”, para Leal de Souza uma “Linha Negra”. Ainda hoje muitos se identificam desta forma e geralmente o usam como um “recurso” para “livrar-se” do preconceito de outros… como a dizer: Sou Umbandista, mas da Umbanda Branca – como quem afirma pertencer à “Umbanda boa”. Não há uma “Umbanda Negra” ou uma “Umbanda Ruim”, toda Umbanda é Boa.
UMBANDA PURA: Ao propor o Primeiro Congresso de Umbanda em 1941 o grupo que assumiu esta responsabilidade esperava apresentar uma “Umbanda Pura” (“desafricanizada” e “orientalizada”), praticada pela classe média no Rio de Janeiro. É a Umbanda praticada pelo “grupo fundador da Umbanda”[2] ou simplesmente o grupo intelectual carioca que lutou pela legitimação da Umbanda, criando a Primeira Federação Espírita de Umbanda do Brasil, Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda e o Primeiro Jornal de Umbanda. Este grupo pretendia uma “codificação” da Umbanda em seu estado mais puro de ser. Embora a idéia de uma “Religião Pura” sempre será algo a ser questionado, independente de qual tradição lhe tenha dado origem. Do ponto de vista Histórico, Sociológico, Antropológico e até Filosófico, não há “Religião Pura”. Por trás de uma cultura sempre há outras culturas que lhe deram origem, sucessivamente desde que o Homem é homo-sapiens também é homo-religiosus. O Antropólogo Arthur Ramos afirma que: “As formas mais adiantadas de religião, mesmo entre os povos mais cultos, não existem em estado puro. Ao lado da religião oficial, há outras atividades subterrâneas…”[3] E o já citado Historiador das Religiões, Mircea Eliade, afirma: “Mas nunca será demais repetir que não há a menor probabilidade de se encontrar, em parte alguma do mundo ou da história, um fenômeno religioso ‘puro’ e perfeitamente ‘original’.” “Nenhuma religião é inteiramente ‘nova’, nenhuma mensagem religiosa elimina completamente o passado; trata-se, antes, de reorganização, renovação, revalorização, integração de elementos – e dos mais essenciais! – de uma tradição religiosa imemorial.”[4]
UMBANDA POPULAR: É a prática da religião de Umbanda sem muito conhecimento de causa, sem estudo ou interesse em entender seus fundamentos. É uma forma de religiosidade na qual vale apenas o que é dito e ensinado de forma direta pelos espíritos. O único conhecimento válido é o que veio de forma direta em seu próprio ambiente ritualístico. Não se costuma fazer referências a outras filosofias ou justificar suas praticas de forma “intelectualizada”. Eximindo-se de auto explicar-se reforçam a característica mística da religião, em que, independente de “racionalizações” a prática se sustenta devido a quantidade de resultados positivos alcançados. Podemos dizer que os adeptos muitas vezes não sabem ou tem certeza de como as coisas funcionam, mas sabem que funcionam. É aqui que muitas vezes nos deparamos com médiuns que afirmam, sobre a Umbanda, que não sabem de nada o que estão fazendo, mas que seus guias espirituais (caboclo e outros) sabem e isto lhes basta. Outrora, alguns, afirmam que médium não pode saber de nada de Umbanda para não mistificar. Muitos caem na armadilha do tempo, em que jovem de outrora agora já sabe de muita coisa que finge não saber para manter esta idéia de que nada deve saber. Enfim para nós que acreditamos no estudo dentro da religião é muito difícil abordar um seguimento que não se interesse pela leitura, embora deve-se reconhecer, para não incorrer ao erro, que muitos estudam e conhecem muito das realidades espirituais que nos cercam e ainda assim preferem manter-se junto a uma forma pura de contato espiritual.
UMBANDA TRADICIONAL: Esta qualificação serve tanto para identificar a “Umbanda Branca”, “Umbanda Pura” ou “Umbanda Popular”. Que são as formas mais antigas, mais conhecidas e mais populares de praticar Umbanda, muito embora este perfil está mudando. Creio que hoje os terreiros que se adaptaram para uma linguagem mais jovem, mais intelectualizada e racional estão em franco crescimento, na medida em que no local de desinformação e/ou bagunça a Umbanda ainda vai secar. E neste mesmo solo vai ressurgir, nas novas gerações, que quando crianças, em algum momento, visitaram um terreiro. Estas crianças de ontem, adultos de hoje, podem nos dizer o quanto foi importante o trabalho da linha das crianças para a multiplicação da religião. Tantos se perguntam como criar cursos para as crianças na Umbanda, como um “catecismo” de Umbanda, ou umbanda para crianças, preocupados em como preparar e ensinar religião a nossos filhos. Se os terreiros mantivessem um trabalho periódico com a incorporação das crianças, bastava que este se torna-se o dia de nossos filhos na Umbanda, e que nesse dia nossos filhos aprenderiam sobre Umbanda diretos com estas entidades. A curiosidade levaria nossos filhos a questionar e querer aprender mais sobre a Religião… Portanto a idéia de estudar Umbanda está na base de crescimento e multiplicação da mesma.
UMBANDA ESOTÉRICA OU INICIÁTICA: É uma forma de praticar a Umbanda estudando os fundamentos ocultos, conhecidos apenas dos antigos sacerdotes egípcios, hindus, maias, incas, astecas e etc. O conhecimento esotérico, ou seja, fechado e oculto dos arcanos sagrados, é desvelado por meio de iniciações. Foi idealizada com inspiração na obra de Blavatski, Ane Bessant, Saint-Yves D’Alveydre, Leterre, Domingos Magarinos (Epiaga), Eliphas Levi, Papus e etc. Os fundamentos esotéricos da Umbanda foram organizados pela Tenda Espírita Mirim e apresentados, alguns deles, no Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda[5]. O primeiro autor que trouxe este tema para a literatura umbandista foi Oliveira Magno, 1951, com o título A Umbanda Esotérica e Iniciática. Como vimos no capitulo anterior e veremos nos capítulos posteriores, recebeu contribuições de Tata Tancredo e Aluízio Fontenelle. Já na segunda e terceira geração de autores Umbandistas surgirão outros autores dentro deste seguimento. Costumam citar a origem da Umbanda na Atlantida ou Lemúria, no mito do AUMBANDÃ.
UMBANDA TRAÇADA,MISTA OU OMOLOKÔ: São nomes usados para identificar uma Umbanda praticada com influência maior dos Cultos de Nação ou do Candomblé Brasileiro onde combina-se os fundamentos e preceitos oriundos das culturas africanas com as entidades de Umbanda. Pode-se ter os tradicionais rituais de Camarinha, Bori, Ebós e oferenda animais com seus respectivos sacrifícios. Muitos chamam esta variação de Umbandomblé. O autor, médium, sacerdote e presidente de Federação que mais defendeu a origem africana da Umbanda foi o conhecido Tata Tancredo. Autor de inúmeros títulos de Umbanda, publicou seu primeiro livro Doutrina e Ritual de Umbanda, 1951, em parceria com Byron Torres de Freitas e é defensor da variação chamada de Omolocô, da qual é seu idealizador no Brasil.
UMBANDA DE CABOCLO: É uma variação de Umbanda onde prevalece a presença do caboclo, muitas vezes acreditando que a Umbanda é antes de mais nada a pratica dos índios brasileiros revista pela cultura moderna e doutrinada com conceitos que foram sendo absorvidos com o tempo. Decelso escreveu o título Umbanda de Caboclo para explicar esta variação de Umbanda.
UMBANDA DE JUREMA: No nordeste existe um culto popular chamado Catimbó ou Linha dos Mestres da Jurema, que combina a cultura indígena com a cultura católica, somando valores da magia européia e de quando e vez algo da cultura afro. O principal fundamento é o uso da Jurema Sagrada, como bebida e também misturada no fumo, que vai ao fornilho do tradicional cachimbo, também chamado de “marca”, feito de Jurema ou Angico. As entidades que se manifestam são chamadas de Mestres e da Jurema. Umbanda herdou a manifestação do Mestre Zé Pelintra, que pode vir como Exu, Baiano, Preto-Velho ou Malandro. Quando se combina os fundamentos de Umbanda e Catimbó temos esta modalidade, que pode ser uma Umbanda regional de Pernambuco ou praticada de forma intencional pelo umbandista que se interessou pela Jurema e descobriu a Linha de Mestres dentro de sua Umbanda.
UMBANDAIME: O Santo Daime é uma religião nativa do Amazonas, é uma variação da Ayuasca, que é um chá preparado com duas ervas de poder, o cipó Mariri e a folha da Chacrona. De tanto ter visões de entidades de Umbanda e Orixás em rituais do Daime é que alguns grupos de umbandistas passaram a praticar Umbandaime ou seja trabalhos de Umbanda ingerindo o Daime ou rituais de Ayuasca, para se comunicar com as entidades de Umbanda. A Umbanda em si não tem em seus fundamentos o uso de bebidas enteógenas, além dos tradicionais café, cerveja, vinho, “pinga”, batida de côco e outros que servem apenas como “curiador” (elemento usado para potencializar alguma ação espiritual ou magistica), cada linha de trabalho tem sua “bebida-curiador”, no entanto nem a bebida nem o fumo são carregados de erva que induza o estado de transe. A própria bebida deve ser controlada. Podem no entanto ser consideradas bebidas de poder como o “vinho da jurema”, no entanto a bebida não é o centro do ritual, apenas um elemento auxiliar. No caso do Daime, este está no centro do culto, o poder que se manifesta por meio do chá é que conduz o adepto. Na Umbanda quem conduz o trabalho são os espíritos guias, com daime ou sem daime.
UMBANDA ECLÉTICA: Chama-se de Eclética a Umbanda que mistura de tudo um pouco fazendo uma bricolagem de Orixás com Mestres Ascensionados e divindades hindus por exemplo. Recorrem a conhecida Linha do Oriente para justificar a presença de tantos elementos diferentes do Oriente e Ocidente junto ao esoterismo, ocultismo e misticismo.
UMBANDA SAGRADA: Quando começou a psicografar e dar palestras, Rubens Saraceni sempre fazia questão de se referir à Umbanda como Sagrada. Não havia intenção de criar uma nova Umbanda, apenas ressaltar uma qualidade inerente à mesma. Na apresentação de seu primeiro título doutrinário Umbanda – O Ritual do Culto à Natureza, publicado em 1995, afirma que o livro em questão guarda uma coerência bastante grande, o de trilhar num meio termo entre o popular e o iniciático, ou entre o exotérico e o esotérico. Já no Código de Umbanda, no capítulo Umbanda Natural, cita: Umbanda Astrológica, Filosófica, Analógica, Numerológica, Oculta, Aberta, Popular, Branca, Iniciática, Teosófica, Exotérica e Esotérica. Para então afirmar que: Natural é a Umbanda regida pelos Orixás, que são senhores dos mistérios naturais, os quais regem todos os pólos umbandistas aqui descritos. Muitos optam por substituir a designação de “Ritual de Umbanda Sagrada”, dada á Umbanda Natural […] Fica claro que para o autor a Umbanda é algo natural e sagrado, adjetivos que se aplicam ao todo da Umbanda e não a um segmento em particular. No livro As Sete Linhas de Umbanda volta a citar as várias “umbandas” e comenta que na verdade, e a bem da verdade, tudo são seguimentações dentro da religião Umbandista […] Ainda assim, sem a intenção de criar uma nova seguimentação dentro do todo, trouxe muitos temas novos e novas abordagens para outros tantos, criando toda uma Teologia de Umbanda. Seus conceitos se expandiram muito rapidamente assim como a popularidade de títulos como O Guardião da Meia Noite e Cavaleiro da Estrela da Guia. Sua forma de apresentar, entender e explicar a Umbanda ficou identificada ou rotulada de Umbanda Sagrada. Palavra que para este autor engloba toda a Umbanda, como um Todo também chamado de Umbanda Natural .
UMBANDA CRISTÃ: A Umbanda, fundada no dia 15 de Novembro de 1908, tem no Caboclo das Sete Encruzilhadas a entidade que lançou seus fundamentos básicos, logo na primeira manifestação esta entidade já esclareceu que havia sido, em uma de suas encarnações, o Frei Gabriel de Malagrida, um sacerdote cristão queimado na “Santa Inquisição”, por ter previsto o terremoto de Lisboa e que posteriormente nasceu como índio no Brasil.”
Quarta-Feira de Cinzas, Quaresma e a Umbanda.
15 de fevereiro de 2016 08:23 / Deixe um comentário
O Carnaval passou e com ele muitas pessoas cometeram vários excessos, mas não é sobre isso que iremos abordar nesse tema. Quero de fato comentar a visão da Umbanda mais tradicional para o período pós-carnaval: a Quarta-Feira de Cinzas e a Quaresma.
Como todos sabem, depois da festa e comemoração, ocorre a chamada quarta-feira de cinzas. Esse dia marca o início da quaresma para os cristãos e tem o propósito de relembrar a efemeridade da vida para todos. Na bíblia encontramos algumas passagens onde podemos ver que são jogadas cinzas nas cabeças das pessoas que se arrependeram dos seus pecados.
Como o carnaval é visto como a festa da carne, onde diversos “pecados” são cometidos, a quarta-feira de cinzas seria o início do arrependimento dos pecados cometidos nesse período. Mas nós umbandistas, não acreditamos no pecado com o viés católico, logo seria incoerente “celebrar” tal dia, mas não é. Apenas modificamos a sua forma e sua simbologia para nós.
É tradicional então no dia de quarta-feira de cinzas, fazer uma defumação em casa e ao invés de jogar fora as cinzas resultantes, levá-las para o terreiro, que geralmente tem uma gira especial para a celebração de Cinzas, onde irão ser colocadas conjuntamente com as cinzas dos demais membros do terreiro e utilizadas – após consagração – para CRUZAR a fronte e os punhos dos filhos de fé.
Isso demonstra uma proteção e o início do período de preceito da Quaresma.
A quaresma é encarada de forma diferente conforme a tradição de Umbanda que se está inserido. O mais ordinário (comum) é ver terreiros fechando durante esse período e não fazendo seus trabalhos. Alguns outros abrem seus trabalhos, mas existem certas regras a serem observadas:
- Cobrem as imagens do Congá e o próprio Congá com um pano branco.
- Não fazem giras de esquerda.
- Não tocam os atabaques e não batem palmas.
- Não fazem trabalhos com entregas e oferendas.
- Não comer carnes vermelhas durante a quaresma toda.
E muito mais.
Dentro do que tenho observado nas minhas práticas, é um contrassenso total não trabalhar nesse período. Justamente após os “excessos” cometidos é quando as pessoas mais precisam de se reencontrar a sua própria espiritualidade, não se pode virar as costas. Além disto, muita coisa acontece em quarenta dias (ou quarenta e seis, depende da contagem), não podemos deixar de praticar a caridade nesse intervalo. Porém, concordo com alguns aspectos, o caso de não se fazer oferendas e entregas; assim como não se trabalhar com a esquerda nesse período.
A casa em que trabalho, absorve esses elementos e também não tocam os atabaques. Mas o Congá fica aberto normalmente e continua-se o atendimento caritativo. Tudo volta a sua regularidade após da celebração de Páscoa.
Seja como for, se há ou não implicação energética nisto, devemos sempre respeitar a tradição. As incorporações continuam a ocorrer, mesmo sem o concurso do atabaque, que é um facilitador natural. Por um lado é até bom, pois aqui poderemos ver quem realmente precisa ou não de uma ferramenta para manifestação do espírito guia. Serve de uma confirmação para quem conseguiu e um alerta para quem não conseguiu.
ANJOS CAÍDOS UMBANDA
9 de fevereiro de 2016 20:08 / Deixe um comentário
Na Umbanda não acreditamos em demônios, nossa crença vê como demônio os próprios defeitos inerentes aos seres humanos, alguns espíritos de baixa vibração que se afastaram da Lei Maior e praticam atos ruins contra seus semelhantes, mas que depois de esgotados energeticamente, retomarão seus caminhos evolutivos dentro da Lei Divina.
Para que isso ocorra, anjos foram enviados para os locais mais densos e abismos dos planos espirituais, para que possam redirecionar os espíritos que caíram em sua jornada evolutiva, não cremos que esses anjos foram castigados, mas que foram incumbidos por Olorum de uma árdua e ingrata tarefa, sendo mal compreendidos.
Se Zambi é a perfeição, onipotente, onipresente e onisciente, não faria sentido ele permitir que o chamado “Diabo” atentasse contra sua criação Divina.
O que acontece é que Lúcifer ( estrela da manhã, aquele que traz a luz) por amar a Deus acima de todas as coisas, é o responsável por esgotar e redirecionar quem se virou contra O Criador, e para isso ele tem uma hierarquia de subordinados que trabalham nas trevas para a luz.
Eu particularmente acredito que Exus são Exus(e Pomba-giras são Pomba-giras) e os demônios da cabala são os demônios da cabala e o que ocorre é o sincretismo, mas não acho muito saudável, pois algumas pessoas não possuem esclarecimento para separar uma coisa da outra e isso contribuiria para perpetuar a visão cristã de que cultuamos o demônio e que Exus e Pomba-giras são demônios. A seguir colocarei a cabala, por mera curiosidade:
“ASTAROTH: Ex-querubim celeste, sua função é a do controle do inferno.
ASMODEUS: Demônio hebreu, seu domínio é a ira e a luxúria.
ABRAMALECH: Demônio guardião e servo de Lúcifer.
ARIMÃ: Príncipe de uma legião de demônios, tradição persa.
BAALLBERITH: Demônio do assassinato e da blasfêmia, ex-líder dos querubins celeste, braço direito de Lúcifer.
BELIAL: Demônio da loucura e arrogância. Um dos demônios do apocalipse
BESTA DO APOCALIPSE: Demônio que terá seu reino no apocalipse, assim como Belial. Alguns acreditam que A Besta do Apocalipse e Belial irão se unir no fim dos tempos, formando assim um único ser.
BELZEBU: Príncipe dos demônios e senhor das Moscas é um dos governantes do inferno, seu domínio é o orgulho. É considerado a encarnação do mal absoluto. Era um antigo deus do Mediterrâneo oriental.
DEMÔNIOS: Anjos caídos, também chamados de: INÍQUOS, ESPÍRITOS INÍQUOS, ANJOS DE LUZ.
DINJs: Tipo de demônio, anjos caídos, gênios contrários, gênio. Dependendo da tradição, existem Dinjs do fogo, água, ar e terra. Seus domínios são; desejo e ambição.
GÊNIOS CONTRÁRIOS: Tipos de demônios, anjos caídos, com domínios contrários aos dos anjos celestiais.
IBLIS: Senhor do inferno, tradição mulçumana.
LEVIATÃ: Príncipe dos demônios, seu domínio é a heresia.
LÚCIFER: O rei do inferno, ex-arcanjo de Deus, líder da rebelião dos anjos contra o domínio único de Deus.
NERGAL: Poderoso demônio sumeriano. Na tradição cristã assumiu o comando de policiamento.
PAZUZU: Rei dos Espíritos malignos, ele pode possuir o corpo de um ser humano, possessão.
Diabo, estes nomes são usados frequentemente para referi-lo:
Asmodeus, Azazel, Belzebu, Cadreel, Lúcifer, Mastema, Mefistófele, Satã, Satanãs, Sier.
Apesar de diversificado, na demonologia clássica, alguns desses nomes referem-se a entidades diferentes. Esses são antigos arcanjos que decidiram seguir a Lúcifer.
Representam os pecados capitais:
Abramalech – representa a avareza.
Asmodeu – representa a luxúria.
Astaroth – representa a inveja.
Baalberith – representa gula.
Belial – representa a ira.
Nergal – representa a soberba.
Pazuzu – representa a preguiça.
Outros nomes:
Ahriman – Demônio mazdeano.
Apollyon – Sinônimo grego para Satan, o arquidemônio.
Baphomet – Adotado pelos templários como símbolo de Satan.
Beherit – Nome sírio para Satan.
Bile – Deus celta do inferno.
Demogorgon – Nome grego para Demônio,( diminutivo Gorgo ).
Drácula – Nome romeno para demônio.
Emma-O – Regente japonês do inferno”
A porta da frente
8 de fevereiro de 2016 08:24 / Deixe um comentário
A quantidade de médiuns que entram e saem dos terreiros em São Paulo e no Brasil, são enormes, alguns mudando para outro terreiro ou dando inicio a uma nova casa. Tenho certeza que este grande fluxo de pessoas ocorre para que haja uma reciclagem na religião e em função das afinidades entre as pessoas, assim como seus objetivos.
A minha intenção neste texto é retratar algumas situações que ocorrem no processo de saída.
Nestes processos que envolvem mudanças, existe um tempero ardido, chamado de relacionamento pessoal, onde a religião diminui e crescem as deficiências de convivência. Estas mesmas deficiências darão abertura a um comportamento hostil envolto em um manto de mentiras e desentendimentos.
A partir dai o médium que se mostrou dedicado, ou aparentemente dedicado, vai forçar a sua própria saída pelas portas do fundo.Começa agora uma seqüência de dissabores, problemas com os compromissos assumidos, desrespeito aos horários estabelecidos e um total descaso com os problemas da casa.
Temos ai um comportamento típico de quem quer sair, mas não tem iniciativa de verbalizar:- EU QUERO SAIR!
Este comportamento sempre tem um final infeliz, seja pelo lado da casa, representada por um dirigente e também pelo lado do médium que acaba se queimando.
O pior neste cenário obscuro é o comportamento posterior onde o médium que saiu, sai falando da casa e quem ficou na casa, fica falando do médium.
Tudo isto deve ser evitado e tudo deve ser encarado como relacionamento pessoal e não religioso.
O desprendimento e a solução estão nas mãos de ambos os lados. O dirigente pode tomar a iniciativa e através do diálogo fazer com que o médium tome o seu caminho, já o médium também pode estabelecer um diálogo e seguir o seu caminho.
Em ambas as situações devem prevalecer à educação e a razão e não o sentimento e a emoção.