É na experiência da vida que se adquire a verdadeira sabedoria, aquela que vem do Alto.

Sou velha no falar; velha na mensagem, velha nas tentativas de acertar. A minha força, eu a construí na vida, na dor, no sofrimento. Não no sofrimento como alguns entendem, mas naquele decorrente das lutas, das dificuldades do caminho, da força empreendida na subida.

A força da vida se estrutura nas vivências. É à medida que construímos nossa experiência que essa força se apodera de nós, nos envolve e nós então nos saturamos dela. É a força e a coragem de ser você mesmo, de então nos saturamos dela. É a força e a coragem de ser você mesmo, de não se acovardar diante das lutas, de continuar tentando.

Sou forte. Mas quando me deixo encher de pretensões, então eu descubro que sou fraca. Quando aprendo a sair de mim mesma e ir em direção ao próximo, aí eu sei que me fortaleço. Sou humano sem corpo. Sou como você, sou espírito. Sou errante, aprendiz de mim mesma. Na estrada da vida, aprendi que até hoje, e possivelmente para sempre, serei apenas o aprendiz da vida.

Sou andarilha. Pelas estradas da vida eu corro, eu ando. Tudo isso para aprender que, como você, eu sou uma cidadã do Universo. Sou um semeadora da paz.

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O nome “tronqueira”, como adotamos em diversas casas, é o local em que estão assentados Exus, Pombas Giras, Exus Mirins e outros.
Em algumas casas ficam logo na entrada; em outras, no fundo do terreno onde está o terreiro.

O nome tronqueira também é muito discutido, mas é o mais comum e conhecido. Em alguns cultos africanos, as firmezas de alguns Orixás são feitas no pé de uma árvore ou troncos. Alguns utilizam troncos secos, outros simplesmente árvores que possuam energia e fundamento espiritual para este feito.

Nas casas de Umbanda são feitas casas específicas em alvenaria ou madeira com porta e fechadura para limitar o acesso de pessoas, ficando somente o mesmo para o Sacerdote, ogans e outras pessoas devidamente autorizadas e preparadas. Neste local são utilizados os
fundamentos recomendados pelos próprios Exus e Sacerdotes.

O assentamento de Exu normalmente é feito para o guardião maior ou guardiões maiores, o elemento Exu na sua raiz, o Exu que não incorpora no médium, ficando fora da especificação “assentamento” os Exus Sacerdote e outros que fazem parte da Tronqueira. Estes são tratadas a cada sessão, com bebidas, charutos, velas, mas não assentados.

O princípio de enterrar elementos é o mais básico, pois dentro dos buracos, cavados e cobertos está a “essência”, ficando somente ao plano visível imagens, pontos riscados, alguns em metal (ferro), copos com bebidas, velas, charutos, pedras, em algumas casas chifres, cabeças de animais (esqueleto) e outros.

Neste texto não será fornecida “a receita” para preparar este local, esmo porque não existem receitas, cada casa é um caso, ou seja, o Sacerdote coloca dentro deste buraco no chão e externamente o que lhe foi ensinado pelo seu orientador maior, Pai Espiritual, Babalorixá, quando das suas preparações para a abertura da casa e função dentro da Umbanda. Cada casa também caracteriza este local de acordo com seus próprios fundamentos. Internamente são pintadas com cores vibrantes, geralmente preto e vermelho, ou simplesmente vermelho.

A casa de Exu é um dos maiores pontos de firmeza de uma casa.
Quando bem tratada, e devidamente preparada, o equilíbrio é percebido no “ar”; o ambiente é leve e os trabalhos fluem sem maiores problemas. Todo ambiente em que há confusão gera brigas e tem situações de desentendimentos, entende-se que está acontecendo alguma coisa de errado com Exu, ou alguma coisa o desagradou. Neste caso, devem ser tomadas as providências imediatas e necessárias, verificando o que precisa ser feito para a ordem voltar ao local.

“Respeitar Exu é respeitar a si mesmo, e o local que frequenta”.

Nos cultos africanos tradicionais ouço dizer que o Exu é lembrado sempre, diariamente e da seguinte forma:

“Ao se levantar, nas suas orações jamais se esqueça de saudar Exu, fazendo todos os seus pedidos para aquele dia, principalmente para que ele te proteja e deixe livre o seu caminho, e ainda reforçam: só do Exu não te atrapalhar, você já ganhou o dia”!

Não se esqueça, em hipótese alguma, que Exu abre os caminhos, mas também fecha. Ele dá, mas também tira. Ele faz o bem e o mal sem nenhum constrangimento. Na maioria das casas de Umbanda prega-se que o Exu é uma entidade que não pratica o mal, e que são doutrinados para isso. Realmente eu acredito que, quando uma casa foi criada para somente prestar a caridade, não se usa o Exu para fins negativos. Agora, é comum escutar que são como policiais do astral e trabalham dentro das leis do Terreiro e do Astral. Até aí, concordo. A Umbanda, por absorver várias religiões, segue alguns conceitos do próprio Kardecismo e Catolicismo em buscar o lado “branco” das coisas.

O mais importante é não esquecer: ele pode ser doutrinado, mas continua Exu do mesmo jeito. Exu e’ o único que, já na concepção africana, já no início do Mundo, tem 50% de positividade e ao mesmo tempo 50% de negatividade. Ele é absolutamente “neutro” às intenções do ser humano. Eu nunca conheci “Exu amiguinho” ou “simpático”.
Se conhecer um destes, cuidado! O Exu se faz passar pelo que quiser.
Acredito somente no Exu como o “agente disciplinador”, o mensageiro entre o homem e o desconhecido, por isso vale pensar muito a respeito.
Pode até haver certa afinidade dele para com você, mas é somente isso, não confunda, e muito menos encare como: Ah! Ele é meu amigo! etc.
Todo cuidado é pouco! E respeito também.

A Umbanda nunca foi ou será um espetáculo; quem faz dela um show pode levar vaias!

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Ficamos muito entristecidos quando observamos no meio espírita, dito universalista e não ortodoxo, preconceitos e interpretações totalmente equivocadas em relação ao movimento umbandista, de forma sectária.
E o maior agravante, é quando discriminam essas entidades amorosas e humildes, que são os índios e os pretos velhos, muitos tendo sido canonizados pelo Catolicismo em tempos idos e hoje desempenhando a caridade nessas configurações perispirituais.
Alguns entendem que essas entidades são somente uma tropa de choque, grosseira, indisciplinada, que não tem o trato fraterno com os irmãos desencarnados. Outros generalizam que todos os médiuns educados na Umbanda são extremamente anímicos e desordeiros, praticando o mediunismo mais sórdido, como se operassem em vil terreiro. Diferenças entre nós a parte, constatamos seguidamente que na Espiritualidade essas entidades dão apoio imprescindível nos trabalhos mediúnicos dos quais participamos, com fluidos mais densos e desobsessivos. São essas “tropas de choque”, das vibrações dos orixás Ogum e Xangô, que adentram nos charcos trevosos umbralinos e valentemente resgatam muitos irmãos prisioneiros das organizações trevosas, trazendo os sofredores escravizados e os líderes escravizadores, quando necessário, para a manifestação mediúnica, seja na mesa kardequiana ou no grupo apométrico, e tenham a certeza de que muitos médiuns videntes fazem que não vêem esses irmãos por puro preconceito.

Preconceituosos e mal informados, irmãos de outras crenças e filosofias chegam a chamar a Umbanda de “baixo espiritismo”, como se isso fosse possível, onde espíritos bondosos praticantes da caridade ensinada pelo mestre Jesus trabalham em lugares de grande perigo para o resgate e socorro de irmãos menos ditosos que sofrem e imploram a ajuda do Alto.

Texto retirado do livro Samadhi, de Norberto Peixoto, pelo espírito de Ramatis.

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Por muito tempo Exu foi confundido com uma entidade ligada a vícios, com ser ignorante, um ser negativo que não sabe distinguir o bem do mal ou o certo do errado.
Há muito tempo nos é mostrando nos terreiros que não é bem assim.
Quem não consegue ainda (por mais incrível que pareça) distinguir o bem do mal, a caridade da maldade é o ser humano.
É o ser humano que é negativo nos seus sentidos e viciado nos seus interesses pessoais, nas suas dificuldades emocionais.
Essas questões mal resolvidas, por muitas vezes usam o nome de Exu para extravasar esse seu negativismo, esse seus desequilíbrio mas Exu não tem nada haver com essas questões!
Exu na Umbanda é uma entidade que vem portando a luz nos limites das trevas, ou seja, aquele que faz a nossa guarda, nossa proteção na escuridão; nossa proteção nos caminhos escuros e sombrios.
É Exu que nos protege, é Exu que nos ampara. É Exu que nos guia porque ele é força, é proteção, é a lei divida manifestada onde o caos pretende se instalar.
Exu é guardião, e pra ser um guardião trazendo o nome de falanges (quer que seja o nome que for) , esse espirito foi extremamente preparado para interagir conosco encarnados.
E portando podemos dizer que qualquer atrocidade, qualquer afronta a harmonia, ao amor, a caridade que façam em nome de exu; é o ser humano mistificando, extravasando seu negativismo em nome de Exu.
Exu somente se torna presente na vida do individuo para executar a lei na vida dele, colocar essa pessoa direta no colo da Lei, para que a Lei cobre essas ações do individuo.
Exu traz o carma para a pessoa responder.
Exu é o espirito humano que sofreu sua queda (uma grande queda) e depois de lutar muito nas trevas, conscientizou-se e redimiu-se. E na sua redenção, e em seu processo de redenção, ele assume um compromisso com a LUZ, com a Lei de Divina.
E em seu compromisso ele passa a ser (nas trevas) a Lei, de ser nas trevas a espada de Olorun, de ser nas sombras os olhos atentos da Justiça, de ser nas trevas aquele que esgota o ódio para dar lugar ao amor, e de ser nas trevas aos que estão paralisados no campo da fé e da espiritualidade oferecimento de evoluir.
Exu por tudo isso é o portador da vida, da luz que vem de Olorun e se manifesta em nossas vidas com intensidade, pela presença e pelo apoio, pela força de Exu.
Portanto não confundir Exu com qualquer anomalia comportamental!
Quando qualquer desvio de conduta quando intenso, o que toma lugar são os Quiumbas (que são como os marginais no astral – os bandidos no astral) que Exu tanto combate.
Os Quiumbas se manifestam por ai afora – mas não aparecem em terreiros de Umbanda onde não se há a menor fresta para espíritos zombeteiros ou mentirosos.
O terreiro de Umbanda é sustentado pela lei espiritual e o caos não se instala!
Exu é um espirito consciente do seu papel e é para nos aqui , a grande oportunidade de interagir com aqueles espíritos do outro plano, para ajudar a sanar qualquer dor.
Qualquer dificuldade é somente um grão de areia aos olhos e Exu – porque Exu tem uma visão muito privilegiada das nossas dificuldades e sabe lidar com maestria nessas situações.
Ir na encruzilhada, ir no ponto de força de Exu, é um símbolo que retrata o ponto de encontro entre as duas realidades – a material e a espiritual – e quem guarda o limite entre um e outra realidade é Exu. Por isso a encruzilhada é um campo de força natural de Exu.

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