Tamara Valentina

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Arquivo mensal: outubro 2014

Datas Históricas da Umbanda

Datas Históricas
15 de novembro de 1908 – Zélio de Moraes, naquela época muito jovem, se reúne pela primeira vez com o presidente da Federação Espírita de Niterói, José de Souza e demais membros da diretoria. Ali, tomado por uma força espiritual, ele recebeu os primeiros sinais do Caboclo das Sete Encruzilhadas, embora não tivesse havido incorporação.

16 de novembro de 1908 – Primeira sessão de Umbanda na casa de Zélio de Moraes. Ele reuniu a família, vizinhos e amigos em Neves, Estado do Rio de Janeiro, no Brasil, e às 20 horas dessa noite, recebeu o espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas, que conduziu o processo de fundação da Umbanda até seu registro oficial em cartório, por José Pessoa. 1939 – Foi fundada a federação União Espírita de Umbanda do Brasil, que tinha como meta congregar os templos umbandistas e se tornar o centro da Umbanda.

tamara valentina

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A Umbanda é uma religião natural que segue minuciosos ensinamentos de várias vertentes da humanidade. Ela traz lições de amor e fraternidade sendo cósmica em seus conceitos e transcendental em seus fundamentos. A essência, os conceitos básicos da Lei de Umbanda fundamentam-se no seguinte:

1. Existência de um Deus único.

2. Crença de entidades espirituais em evolução.

3. Crença em orixás e Entidades chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual.

4. Crença em guias Espirituais.

5. Na existência da alma.

6. Na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médium.

7. Manifestação de Espíritos em prol da Caridade.

Essas são as principais características fundamentais das Leis de Umbanda, uma religião que prega a Paz, a União e a Caridade. A origem da palavra Umbanda perde-se no tempo. São várias as definições que já foram apresentadas a respeito deste nome tão sagrado. Na verdade, quando o vocábulo Umbanda começou a ser introduzido pelos praticantes daquela nova religião, todos, de um modo geral, humildes o bastante para permitirem serem instrumentos daqueles que iriam fazer grandes revelações, não tiveram a preocupação de captar a verdadeira palavra mântrica que lhes estava sendo passada. A origem do vocábulo está na raiz sânscrita AUM que, na definição de Helena Petrovna Blavatsky, em seu Glossário Teosófico, significa a sílaba sagrada; a unidade de três letras; daí a trindade em um. É uma sílaba composta pelas letras A, U e M (das quais as duas primeiras combinam-se para formar a vogal composta O). É a sílaba mística, emblema da divindade, ou seja, a Trindade na Unidade (sendo que o A representa o nome de Vishnu; U, o nome de Shiva, e M, o de Brahmâ); é o mistério dos mistérios; o nome místico da divindade, a palavra mais sagrada de todas na Índia, a expressão laudatória ou glorificadora com que começam os Vedas e todos os livros sagrados ou místicos. Já a palavra Bandha, também de origem sânscrita, no mesmo glossário significa laço, ligadura, sujeição, escravidão. A vida nesta terra. Assim, analisando as duas palavras, podemos definir a Umbanda como sendo o elo de ligação entre os planos divino e terreno. Infelizmente, na época da revelação da Umbanda em terras brasileiras, não houve a preocupação em se manter a integridade do vocábulo. A palavra mântrica Aumbandha foi sendo passada de boca a ouvido e chega até nós como Umbanda. Pelo seu uso, o termo Umbanda, hoje já consagrado, ganhou força mântrica. Mas não devemos nos esquecer desta origem tão sagrada. A Umbanda, em síntese, é o elo entre a divindade e os seres humanos! É a manifestação do plano divino no plano físico. É o despertar de Deus no coração dos homens. No entanto, a Umbanda não crê em entidades tutelares de forças naturais. Esta é a concepção do Candomblé. A Umbanda crê em forças ou qualidades divinas que ao penetrarem no campo áurico do planeta, sentem-se atraídas por determinados habitat’s da natureza. As entidades cultuadas pela Umbanda, denominadas de Caboclos, Crianças, Pretos-Velhos, Exus e Pomba-Giras, citando somente os mais cultuados, não são espíritos tutelares de forças naturais. São seres como nós, que já viveram e estiveram encarnados, exatamente como nós, diferenciando-se pelo seu elevado grau de espiritualização. A Umbanda presta culto a todos os grandes Avatares como Jesus, Buddha e Krishna. Assim, não somente o Mestre Jesus é o Mestre Supremo da Umbanda. Pela sua característica sincrética, a Umbanda cultua todos estes grandes seres, devotando-Lhes posição especial. A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de Orixás, e não tem nessa prática legítima do Candomblé um dos seus recursos ofertatórios às divindades, pois recorre às oferendas de flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertatórias isentas de sacrifícios de animais, é uma reverência aos Orixás e aos guias espirituais recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos estimuladores do respeito e união religiosa com as divindades e os espíritos da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados.

Conhecendo a tradição Umbandista

Meu Orixá, é o ar que respiro, é meu Pai e meu filho. Eu, sem orixá, não sou nada.

linha pretos velhosLevo a tradição do Orixá e minha família como minha vida. Hoje em dia nossa religião entra numa nova fase. Momento onde os sacerdotes e as sacerdotisas têm a consciência plena de que são formadores de opinião, e, portanto têm um papel social fundamental além do religioso.
Há uma comunidade por trás de um terreiro, e nossa missão ou pelo menos uma delas, é a de levar informação, dogmas e sacramentos, além dos fundamentos primordiais para os nossos, com verdade, clareza e respeito.
Aquela historia (tão comum em tantos terreiros), de que o filho novato não pode saber “disto ou daquilo”, fez com que muitos adeptos desgostosos, migrassem para outras religiões, e isto é triste.
A verdade é que os tempos mudaram, nossa cultura religiosa sempre foi discriminada, mas não dá pra entender discriminação ou omissão dentro do próprio axé, entre iguais. É assim que penso. Nossa sociedade difunde de forma distorcida a religião de matriz afro, e nesta hora, nosso dever como sacerdotes é o de “resgatar” irmãos e filhos sem orientação, e dar a eles o amor e o encaminhamento que merecem.
As portas do meu axé estão sempre abertas para todos, e do que nos adianta criticar outros sacerdotes por erros cometidos? Cabe a nós, orientar a todos aqueles que, como eu, amam o orixá, longe dos interesses financeiros, vaidades e tais, porque axé não se compra, axé se conquista, se adquire com o tempo, amor e respeito pelo que se faz.
O Orixá já me mostrou várias Vezes a sua força! Inúmeras pessoas foram curadas, tenho amigos sinceros e a prosperidade se revela em minha vida todos os dias.
Trago e preservo ao meu lado, pessoas das quais gosto muito, e que são muito importantes para o meu axé.
Alem das minhas atividades, divulgo a religião através de todos que me solicitam. É uma grande oportunidade que tenho, já que estou em evidencia, para difundir os interesses religiosos para a grande massa.
Atendemos a todas as pessoas, adeptos ou não que buscam ajuda espiritual, anônimos e personalidades do nosso Brasil.
Todos que passaram na minha vida, me ajudaram muito na minha trajetória.

Jovens Herdeiros da Umbanda

A Satisfação de conduzir um Império

construir ou destruir

Muitas famílias de santo são desfeitas, e os membros encontram-se perdidos e sem horizonte quando o líder religioso vem a faltar; sem deixar um herdeiro preparado e consciente de sua missão. A sociedade formada pelo que se foi acaba sem rumo e se dispersam.

A sucessão num terreiro de Umbanda se toma, no primeiro momento, uma guerra santa onde os mais Velhos (todos) se acham no direito do trono.

O pai-de-santo ou mãe-de-santo deve preparar seu substituto e deixar a família ciente de que é a vontade da divindade.

Algumas casas têm a sucessão por parte de sangue e acabam evitando algum estresse.

Algumas Casas de Santo tem como método de se empossar um membro da comunidade da casa, independente do laço sanguíneo e sim do parentesco espiritual.

Mas como os tempos são outros, os zeladores hoje (os mais conscientes e sábios), se preocupam com isso e desde já preparam seus jovens herdeiros que compartilham com os sonhos de seus antecessores.

Às vezes, uma maratona de fé, paciência, descontentamento, enfim inúmeras dificuldades. Cada um com seu cada um.

Os jovens herdeiros levam sua vida de acordo ao destino que Deus preparou.

Sempre alegres, curtem sua liberdade, ajudam alguns amigos em casas de Umbanda, mas também tem consciência dos problemas e sendo um bom Caçador sempre acerta no alvo.

Enfrenta os problemas diários que lhe batem a porta. Tendo pouca ajuda ele está no posto, mas não é o sacerdote definitivo da Casa, leva o terreiro como pode. Atribui o problema da sucessão aos conflitos internos da família, tem magoa dos grandes lideres que ainda não se pronunciaram por respeito à espera e a paciência talvez.

Mas ambos tem a certeza de que a vontade dos orixás serão respeitadas. Por outro lado, temos pessoas que vendo tantas polemicas e dificuldades, começam a se preparar e se preocupam desde já com a continuação do sonho da casa do santo.

O mais importante é ter pessoas que terão amor e dedicação e vão continuar com o sonho da família Umbandista. Que vão continuar com a esperança no orixá e que a tradição nunca morrera. Tem que ter firme o objetivo de preservar a tradição da casa

Não se pode ter medo de enfrentar as dificuldades e as falsidades, tem que se unir e todos se apoiarem. E o mais importante estar sempre indo em busca de conhecimentos dentro da Umbanda e conquistar na sua trajetória sabedoria e postura de um sacerdote mantendo a hierarquia do culto afro-brasileiro.

O VERDADEIRO SENTIDO DA UMBANDA

O VERDADEIRO SENTIDO DA UMBANDA

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Significa o contato direto com os espíritos e consulentes. Existem várias formas de se praticar a Umbanda, ou melhor, as pessoas misturam muito o espiritismo, algumas cultivam a Umbanda tradicional, que são os atabaques tocados a mão. As oferendas simples que são frutas e bebidas de cada entidade, os banhos e pontos firmados e as vestimentas brancas.

Outros cultuam a Umbanda com alguns rituais de candomblé, como quartinhas, assentamentos de Exu, matanças, ferramentas, comida de santo, curas, camarinhas, vestimentas e ornamentos coloridos, essa Umbanda é chamada erroneamente de Umbandomblé, já que este termo não existe. A Umbanda nada mais é do que uma legião poderosa e invencível de espíritos que trabalham com as forças vivas da natureza: mata, mar, pedra, terra, ar, fogo, água, uma legião constituída de espíritos de várias raças terrenas, que unidos e despidos das ilusões do mundo, têm por Pátria o Infinito, por lei a fraternidade e por Bandeira o Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Adotamos na Umbanda, como símbolo da energia, o corpo fluídico do Índio perseguido e primitivo habitante de nosso País; como símbolo de humildade, o corpo negro escravizado que verteu lágrimas de sangue sob a chibata do feitor enquanto plantava cafezais, uma das riquezas da terra de Santa Cruz! Não importa a origem da Umbanda, que se perde na noite dos tempos, mas o que deve importar é o benefício que ela presta a muitos encarnados que encontram alívio para seu males nos terreiros. Diante de Deus nada é impossível!

Salve, pois, a Umbanda que não vem do Ocidente nem do Oriente, mas sim do infinito, divinamente pura, como um manto consolador protegendo a todo o infortúnio, confortando o desgraçado, consolando o desesperançado, corrigindo o culpado e procurando arrancar das trevas os espíritos maus. Salve a Umbanda, divinamente pura, que terá a primazia das religiões terrenas, quando seus adeptos deixarem de ser inimigos da sua evolução.

A Umbanda, ao contrário do que muitos imaginam, não é só trabalhos de magia, “macumba” ou despachos na “encruza”, fatos que nem são Umbanda. Como religião ela possui um fundo de magia, mas que se desdobra em recursos acessíveis a todos que dela se aproximam. Muitos buscam na Umbanda a cura para seus espíritos enfraquecidos nas lidas diárias e muitos encontram nela uma via natural, onde se religam espiritualmente com seus afins no plano astral. Esse religamento acelera a evolução espiritual de tal forma, que após alguns anos o Umbandista possui uma noção muito ampla do que seja o outro lado da vida.

Umbanda é religião, é conhecimento, é magia e espiritualização, animados pela fé interior de cada um que resulta no que chamamos de “Religião Umbandista”, onde o socorro espiritual convive com o despertar da consciência para as verdades maiores.

Por isso, temos assentado que o verdadeiro sentido da Umbanda é acelerar a evolução espiritual e o aperfeiçoamento consciencial e religioso de seus praticantes (tanto do lado de cá, quanto do lado de lá da vida). A Umbanda não recusa fiéis de outras religiões entre os consulentes que freqüentam assiduamente seus locais de trabalho.

A Umbanda não obriga ninguém a renegar sua religião para poder participar de suas energias. Umbanda é fé, é caridade, é conhecimento, é ecumenismo religioso. Sob o teto de um templo de Umbanda manifesta-se o Caboclo Índio, o Preto Velho, o mestre Hindu, o sábio Chinês, o descontraído Exu e a exuberante Pomba Gira.

Ai está sintetizado o verdadeiro sentido da Umbanda; união de todas as correntes astrais e de todas as linhas de pensamento que tem norteado a humanidade e a harmonização do ser com todas as religiões.

A Máxima é Fé, Esperança e Caridade.

Salve a Umbanda !

O culto de orixá e seus inimigos!

O culto de orixá é uma das mais antigas, talvez até a mais antiga, das religiões a contar com seguidores e possuir uma estrutura definida nos dias atuais.

O culto aos Orixás - Candomblé_thumb[2]

Mesmo que originariamente de tradição oral- o que à primeira vista representa uma fragilidade, pois cada praticante que ouve um relato o passará adiante, acrescido de algumas alterações pessoais, fato que felizmente alguns estão tentando mudar ao escrever seriamente sobre temas ligados ao Culto – pode-se notar uma admirável coesão entre seus elementos constituintes que o capacitaram a atravessar os milênios e sobreviver a todos os ataques: o tempo, o colonialismo, a escravidão e as guerras.

Povos outrora dominantes, como os gregos e romanos já não cultuam mais seus deuses, eles passaram a ser apenas mitologia, destruídos pelo cristianismo. Se bem que, nada os recomendava, pois, possuindo poderes divinos (como vida eterna) e mentalidade humana (ódio, luxúria, inveja, etc), acabavam por cometer uma série de atos arbitrários no mínimo inadequados.

O perigo hoje são as neo-religiões capitalistas que, controlam algumas mídias, e a política que prega a dominação intolerante, excludente, monopolista e radical, nos seus meios de ação e ideologia, maquiadas no apelo da “salvação da alma”. Nas sociedades de massa o espírito de rebanho supera o desejo humano de conhecer a verdade. Tal espírito é um retorno a nossa origem animal, quando andávamos em bandos e elegíamos um chefe para pensar e agir por nós.

O ser humano não aprende, ou não lembra. Todos os exemplos de ideologias radicais, como o comunismo e o nazi-fascismo, por exemplo, só provocaram sofrimentos, degradação, guerras e mortes. Mas as religiões que mais crescem no mundo em número de adeptos são as mais radicais. O que está ocorrendo com a humanidade? Está cansada do direito de escolha? Está cansada da democracia? Está cansada da liberdade?

As religiões radicais levarão a espécie humana à beira da extinção, se não física, pelo menos moral e intelectual, pois renegam a própria individualidade em favor do rebanho idiotizado. Mas, o Culto de Orixá sobreviverá. A religião não é só uma ideologia para ser manipulada ao bel prazer dos radicais, ela se desenvolveu junto com o Homem, surgindo como resultado da ação da consciência humana indagando sobre a realidade, a vida e a morte.
Cada Orixá tem sua manifestação individualizada, porém, dois filhos do mesmo Orixá apresentarão manifestações semelhantes, mas com nuances pessoais. O indivíduo não é suprimido a pelo Orixá, devido não ser uma manifestação inconsciente. Podemos, então, afirmar que nem tudo se resume a um, “Aleluia Senhor”.

O aquecimento global já está ai para mostrar o resultado da desumanização do homem e sua transformação em marionete do consumismo generalizado, tanto de coisas, quanto de religiões que consomem, ao invés de acrescentar ao espírito das pessoas a espiritualidade, e somam preconceitos.

O verdadeiro Culto de Orixá é ecologicamente correto e não agride a Natureza que é respeitosamente cultuada e preservada, ninguém retira uma única folha da floresta, se dela não for fazer uso adequado.
O ser humano é doutrinado desde a infância ao consumismo barato, tornando a moda religiosa de quem busca um Deus que fala aos humanos somente da “riqueza apoiada na fé”.

Desencantadas com os maus sacerdotes (pais e mães de santo com pouca sabedoria), instigadas pelos artistas convertidos, que após anos e anos de comportamento amoral e imoral vêm “dar o testemunho”, e sufocadas pela propaganda e assédio onipresentes, as massas acreditam estar diante de um poder maior.

O Culto de Orixá, talvez só não sobreviva aos seus próprios (mal) praticantes, que ao invés de assimilar e cultuar as práticas tradicionais, milenarmente garantidas pelo lfá, ficam inventando, as vestimentas dos Orixás parecem um desfile de escola de samba; os ebós são criados como num atelier artístico; misturam kétu com jêjê, omolocô, umbanda, pajelança, e acabam nem sabendo quem estão cultuando.

O pior é a arrogância e frivolidade de quem só está “curtindo” a religião dos Orixás e fica desfilando sua vaidade e, dentro deste grupo, os supremos representantes são os seguidores da atualíssima moda que é ser Bàbálawo, ou Awo Ifá que e mais chique. Gente completamente despreparada procura “Bàbálawo profissionais” para obter sua “mão de Ifá” num fim de semana e poder ostentar um titulo vazio.

Títulos conferidos em série a Bàbálawo construídos em linha de montagem, sem qualquer critério, exceto o poder financeiro.

Outros e outras gostam do Culto “para poder usar umas roupas diferentes” e ficar desfilando sua superficialidade.
A Religião dos Orixás talvez não sobreviva também aos seus “seguidores” que ansiosos por aparecer, utilizam a Internet para “criar casos” e poder ficar numa ilusória “crista da onda”.

Gente que tem tempo para denegrir imagens, mas não tem tempo para divulgar as verdades de Orúnmilà, pois encobrem seu profundo desconhecimento do Culto numa agressividade incontida e em tudo semelhante às neo-religiões de massa, que fingem combater.

Ebós

ebo

EBÓ ODU DE OSSA-MEJ I “ISSA”
1 Metro pano vermelho,
1 tigela branca,
1kg de arroz,
99 moedas,
1 orobô.
Procedimento: A pessoa vai em uma praia do oceano que tenha ondas e lá chegando, mistura, com a mão esquerda, o arroz com as moedas. Logo em seguida, a pessoa já está com o morim as costas, pega o orobô na mão esquerda, oferece a ISSA ODÚ NA 9ª onda. Jogue o orobô nas águas, balance o pano vermelho e peça tudo que desejar. Logo após jogue o pano nas águas e venha embora.

EBÓ ODU DE OSSA-MEJI “TERE”

1 alguidá vidrado,
27 moedas,
9 ovos,
9 maças,
9 ovos cozidos,
9 bolas de farinha,
9 bonecos de pano,
9 espigas de milho.
Procedimento: Arrumar tudo bem enfeitado no alguidá, esgarçar as espigas e arrumá-las também. Entregar no mato de um caminho.

EBÓ ODU DE OSSA-MEJI “NISSÓ”
9 palmos de morim vermelho,
1 cabaça,
9 acaçás,
9 bolas de arroz,
9 ovos cozidos,
1 obi,
1 orobô,
9 búzios,
9 conchas,
mel.
Procedimento: Arrumar tudo dentro da cabaça, embrulhar no pano vermelho: levar em uma elevação no mato e levantar bem com as mão se chamar por NISSÓ OSSA MEJI. Pedir tudo que desejar.

Ebó OMO ODU DE OSSA-MEJI “BEKERI”
1 travessa de louça,
1 tainha bonita crua,
9 acaçás, 9 moedas,
9 ovos cozidos,
1 kg de arroz,
9 camarões crus.
Procedimento: arrumar tudo na travessa, o arroz, os camarões, os acaçás, as moedas, os ovos; levá-los em uma lagoa e oferecer ao ODU.

EBÓ OMO ODU DE OSSA-MEII “TEMONJI”
1 saco de morim vermelho,
9 fitas brancas e azuis,
9 obis,
9 imãs,
9 moedas,
deburú (pipoca),
ebô (canjica),
9 folhas de lírio copo-de-leite.
Procedimentos: colocar tudo dentro do saco, levar em um rio limpo, acender 9 velas e chamar pelo ODU TEMONJI OSSA.

EBÓ OMO ODU DE OSSA-MEJI “SAMANDI”
9 folhas de mamona,
9 ovos,
9 acaçás,
9 ekurus,
1 farofa de dendê,
1 frango branco,
1 metro morim vermelho,
mel,
azeite doce,
azeite de dendê.
Procedimento: amassar o inhame cozido, misturar com azeite doce e de dendê, colocar as 9 folhas de mamona no chão, colocar nelas um pouco de farofa em cada uma, 1 ovo em cada uma, 1 acaçá em cada uma, 1 ekuru em cada uma. As folhas são colocadas em forma de ferradura e a pessoa fica dentro dela, ou seja, dentro do circulo; embrulha as folhas, vai passando nas pessoas e colocando no morim. O frango é também passado na pessoa e despachado tudo; o frango vivo e o embrulho no morim do ODU. Tudo isto vai para o MATO, beira rio.

EBÓ OMO ODU DE OSSA-MEJI “LEJÓ”
1 abóbora de pescoço,
9 obis,
9 orobôs,
1 imã,
1 ferradura,
9 búzios,
9 conchas,
9 acaçás,
mel,
ebô (canjica)
Procedimento: abrir a abóbora ao meio no sentido horizontal, colocar nela tudo arrumado; jogar por cima mel.
Nota: despachar em um jardim com vela acesa.

EBÓ OMO ODU DE OSSA-MEJ I “OGBO”
1 igbim branco,
1 obi,
1 orobô.
Procedimento: levar a pessoa no mar em meia noite de lua cheia; olhar o mar e a lua levando o obi e o orobô em cada mão; passa-o no corpo e joga-os nas águas do mar. O igbirn e o pombo, mostre-os a lua e solte o pombo no ar; e o igbim nas águas.

EBÓ OMO ODU DE OSSA-MEJI “NEKERENDE”.
1 cesto,
9 espelhos,
9 bolas de arroz,
9 espigas de milho,
9 acaçás,
1 kg de uma branca,
9 peras,
9 maças,
1 ebô (canjica),
deburú (pipoca),
9 pentes,
9 rosas brancas,
9 obis,
9 búzios,
mel,
1 metro de morim branco.
Procedimento: arrumar tudo dentro do cesto, levar em uma beira de cachoeira, colocar a toalha no chão e arriar o balaio. Oferecer ao ODU ASSA NEKE-RENDE MFJI. Pedir o que desejar.

EBÓ OMO ODU DE OSSA-MEJI “NISSEIÓ”
1 rã,
1 búzio,
1 concha,
1 Vintém,
1 acaça,
9 ovos cozidos.
Procedimento: levar a pessoa na beira de uma lagoa, conversar com a rã e pedir o que precisa. Soltar na água, passar tudo no corpo: o búzio, a concha, o Vintém, o acaçá e os ovos, coloque na beira da lagoa e peça tudo que desejar.

EBÓ OMO ODU DE OSSA-MEJI “OKU” 
9 bandeirinhas com morim vermelho, sendo as varinhas com atori de amora,
1 cabaça (com água de cachoeira),
9 imãs,
9 gotas de azogue,
9 búzios,
9 conchas,
9 dandá da costa,
9 moedas.
Procedimento: colocar na cabaça grande tudo que tem de material, ou seja, os imãs, o azogue, as moedas, os dandás da costa. Coloque no mato, na beira do rio do seguinte modo: a cabaça grande no meio, as 9 pequenas em volta a ao lado de cada uma (das pequenas) fincar uma bandeirinha oferecer ao ODÚ.

EBO OMO ODU DE OSSA-MEJI”OBELFSSUN”
1 pote com asa,
9 palmos de morim vermelho,
1 ebô (canjica),
9 bolas de arroz,
9 caixas de fósforo,
9 ekurus,
9 bolas de farinha,
9 moedas.
Procedimento: colocar tudo dentro do pote após passar na pessoa; tampar o pote e despacha-lo em um campo com mato baixo.

EBÓ OMO ODU DE OSSA-MEJI “ONIA”
1 frango branco,
ebô (canjica),
mel,
deburú (pipoca),
1 metro de morim vermelho,
9 côcos,
9 acaçás,
9 velas,
9 bolas de farinha,
9 bolas de arroz.
Procedimento: passar o frango na pessoa e soltá-lo no mato. Arriar no mesmo local o pano, os 9 cocos abertos e dentro deles colocar um acaçá, 1 bola de arroz, 1 de farinha, o deburu e o ebo. Acenda as 9 velas e enfeite a obrigação e venha embora.

EBÓ OMO ODU DE OSSA-MEJI“OBAKARÓ”
1 gamela,
1 ebô (canjica),
9 búzios,
9 conchas,
milho cozido,
9 imãs,
9 moedas,
9 fitas com 9 cores,
mel.
Procedimento: arrumar tudo na gamela, enfeitar com as fitas e oferecer no alto de uma arvore na cachoeira.

EBÓ OMO ODU DE OSSA-MEJI“BENESSÔ”
1 travessa branca,
1 inhame acará cozido,
9 ovos cozidos,
ebô,
9 cavalos marinhos,
1 estrela do mar,
9 acaçás,
9 conchas,
9 búzios,
1 imã,
azogue.
Procedimento: arrumar tudo bem enfeitado na travessa e arriar tudo em um morro que fique de frente para o mar, Peça tudo o que desejar ao ODÚ.

Zé Pilintra

Fiel à boemia, de um andar solto cheio de ginga, papo despretensioso, sorriso faceiro, vestido de terno branco com gravata e lenço vermelho, assim ele se apresenta na maioria das vezes, em todos os locais onde é Chamado.

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Espírito mestre do catimbó igual aos mestres: Carlos, Arigó, Araribóia, etc., Seu Zé Pelintra, trabalha na Umbanda, na linha da direita, na corrente dos baianos e pretos velhos, praticando seu catimbó verdadeiro da Jurema nas rezas, orações e simpatias trazendo paz e prosperidade, fumando seu cigarro, bebendo sua bebida e usando sua tradicional vestimenta, com seu chapéu e sua bengala.

Sem ser muito percebido com as folhas da Jurema branca, proveniente da árvore sagrada, rapadura e outros mistérios ele prepara o “Vinho da Jurema”, bebida usada em seus rituais sagrados, para cura dos males físicos.

Com uma dosagem alcoólica controlada no nível da simpatia, Seu Zé Pelintra é brincalhão, extrovertido e adora dançar, fazendo sempre de sua presença, uma festa, chamando atenção principalmente das mulheres.

Na esquerda, ele fica mais sério, parado sempre no mesmo lugar, observando o movimento ao seu redor, e se veste com um terno preto, uma cartola, bebe marafo, fuma charuto, e muda um pouco sua voz, e usa uma capa preta e trabalha com velas escuras, etc.

Como trabalha muito na linha dos pretos velhos e exus, seu ponto de força maior é na porta do cemitério, suas guias podem ser de vários tipos, desde coquinhos com olho-de-cabra, até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco.

Sua imagem fica sempre na porta de entrada dos terreiros, pois ele é quem toma conta das portas, estradas, etc

Odus – Características

odus 1Os odus são admitidos por todas as nações da Umbanda. E não existe nação que não tenha falado de odu, como conhecedor do destino dos seres humanos.
As hierarquias dessa energia seguem uma linha de evolução paralela à dos orixás. Diferenciam-se dos orixás somente por não incorporarem, ou seja, por não tomarem o corpo físico. Evoluem passando por todos os reinos da natureza, individualizam-se no mundo espiritual, e prosseguem no muno físico (material), denominando-se signo dos orixás.
Enfim, os odus são mensageiros divinos que estão presentes no cotidiano a terra entre os homens numa relação de proteção embora nem sempre mútua por parte dos humanos, que, na maioria das vezes lembram-se dos orixás e das forças dos odus só nos momentos de crise e de amarguras, perdendo, assim, a oportunidade de usufruir todos os dias das suas benesses, pois é através dos Odus e Omo odus que ajuda divina dos orixás chegam até nós.

A MISSAO DOS ODUS NA TERRA.

Diz Obatalá, que nós somos os autores de nosso próprio destino, e que os odus não nos salva, sem o nosso consentimento. A vida humana é regulada segundo Obatalá e, sobre tudo, segundo a marcha dos odus que são os soberanos líderes de nossa natureza, desde o primeiro momento em que somos gerados.
Os odus tem uma grande influência sobre nós, e assim, os Babalorisás podem predizer o que a fatalidade nos reserva para o futuro, mas ao lado da fatalidade, existem os ebós que podem modificar o que a fatalidade nos preparou.
Cada um de nós tem nosso odu permanente, que nos acompanha desde o nosso nascimento.
Essa energia considerada os signos dos orixás auxilia-nos contra as forças negativas. É ao nosso odu-ori, que devemos nossa inspiração, talento e nosso dom profético e a cura de doenças.
Eles estão num movimento misterioso no espaço entre o céu e a terra (orun e aye), que nos ajudam a escapar de forças malignas, nos iluminam numa situação obscura, difícil, e nos fazem descobrir a saída de um labirinto complicado.
As tensões do mundo atual poderão ser amenizadas se recorremos a tempo aos odus, recebendo auxílio dos mesmos, que são uma categoria de auxiliares invisíveis.
Os tempos são chegados, um novo sol romperá nos horizontes de um novo ano, com a regência de Ossá.
Todos os zeladores que desejarem, do fundo do coração, com amor e consciência do certo, auxiliar ou contribuir para esta evolução nesta fase de transição que ossá vem apresentar, poderá atrair o lado positivo dessa energia, para terra que será de grande valia, correspondendo, desta forma, ao ideal traçado pelo Deus supremo, Olodumare.
Contudo, são necessários ressaltar que qualquer que seja o tratamento, forças espirituais devem ser ministradas por babalorixás ou yalorixás, uma vez que saibam os cálculos para chegar aos Oduss positivos e negativos de seus consulentes.

Ossa
Ligado diretamente ao elemento fogo, ele é o odu da criação demorada, porém com raízes fortes e seguras. Quando em negativo, toma-se relaxado em suas atividades e permite que a evolução sofra danos na maioria das vezes até reversíveis.
Ossá tem uma influência primária: o desvio normal desenvolvendo a independência, a originalidade e os impulsos inventivos no sentido de um desvio dos padrões normais e das respostas normais. Ossá rege o pó, a poeira, sobras, as folhas secas e sempre esta preso em tudo o que é seu.

Ossá representa
A necessidade que temos de conquistar ou reconquistar a liberdade. É o impulso e o desejo de liberdade. A necessidade que temos de reestruturar o que esta obsoleto, rejeitando os modelos arcaicos. A necessidade de quebrar os modelos tradicionais e descobrir novas formas mais liberais.

Atividades Relacionadas
– Engenharia elétrica
– Eletrotécnica
– Eletrônica
– Computação
– Rádio
– Telefonia
– Atividades associadas com o cooperativismo (as cooperativas, associações e sindicatos)
– Astrologia
– Pesquisa Científica

Traços Positivos.
Originalidade, inventividade, inconvencionalismo, qualidade de ser progressista, independência, intuição, capacidade de falar claro e com franqueza, capacidade de experimentar, criatividade e capacidade para ações pioneiras e reformistas.

Traços Negativos
Excentricidade, irraticidade, fanatismo, anormalidade esdrúxula, intolerância, impaciência, grosseria, agressividade, perversidade, anarquismo, irresponsabilidade, licenciosidade, tendência de ser ditatorial, impiedoso, cruel, explosividade, aversão de ser controlado, necessidade de chorar os outros.

Enfermidades
Fraturas, distensões musculares, paralisias temporárias, poliomielite, lesões traumáticas, desordens espasmódicas, irritações nervosas, câimbras, desmaio de fundo nervoso, nevralgias, desordens sexuais (hermafroditismo), deslocamento de útero, paranoias, palpitações, insanidade, psicoses, mal de Parkinson, problemas respiratórios de origem nervosa.

Ossá e suas Simbologias
-Orixá: Oya/Iemanja/Aje
-Cor: Vermelho
– Número: 9
– Representa: A compaixão
-Regência: Marte
-Dia da Semana: Quarta-feira
-Mês: Setembro
-Estação: Inverno
-Pedra Preciosa: Coral
– Elemento: Fogo
-Metal: Cobre
-Planta: Manjericão
-Horário – Das 03:00hs às 05:00hs

Obaluiaê – História e lendas do Orixá que se cobre de palha.

 Obaluiaê – História e lendas do Orixá que se cobre de palha. 

onaluiê

Xapanã (Senhor da Varíola), Obaluaiê (Rei, Senhor da Terra), Omulú (Filho do Senhor), Ainon (Senhor da Terra) e Jeholú (Senhor das Pérolas).

Nascido em Empê, no território Tapá, também chamado de Nupê, percorria o céu e os quatro cantos do mundo, com sua tropa. Era um guerreiro terrível e temido por todos e aqueles que se opunham à sua passagem eram massacrados sem piedade.

Obaluaiê é o orixá ligado ao elemento terra, detentor de seus segredos, senhor das doenças e da morte, representado pelas três cores primitivas do universo, que são o vermelho, o preto e o branco, detendo os três tipos de sangue, ou axés, que existem na natureza, patrono dos cauris e do conjunto dos 16 búzios, lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, oculta sob os saiotes o mistério da morte e do renascimento. Ele é a própria terra que recebe nossos corpos para que vire pó.

Apesar de ser um guerreiro temível e temido, é também conhecido como orixá da humildade, senhor da doença, médico dos médicos, filho primogênito de Oxalá com Nana, dotado de grande criatividade e timidez, precursor da caridade, da humildade e do desapego material. Grande pensador que andava pelos reinos semeando a sabedoria, médico dos pobres, senhor absoluto de todas as doenças de pele e infecciosas.

Obaluaiê é um orixá muito próspero, mede a sua riqueza em cântaros, conta uma lenda que os Mahis souberam de sua chegada iminente em suas terras, apavorados, consultaram um adivinho, que lhes falou “O Grande Guerreiro chegou de Empê! Aquele que tornará esta terra rica e próspera! Se o povo não aceitar, ele a destruirá! É necessário que supliquem que os poupe. Façam-lhe muitas oferendas, todas as que ele goste! Será necessário também que todos se prostenem diante dele, que o respeitem e o sirvam. Logo que o povo o reconheça como pai, ele não combaterá, mas protegerá a todos!”.

Quando Obaluaiê chegou, conduzindo seus ferozes guerreiros, os habitantes de Savalú e Dassa Zumê reverenciaramno, encostando suas testas no chão, e saudaram-no: “Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!” “Respeito e Submissão”. Obaluaiê aceitou os presentes e as homenagens, dizendo que durante suas viagens, desde Empê, sempre encontrou desconfiança e hostilidade. Pediu para construírem um castelo que ali ele viveria, instalando-se assim em Mahis. O país prosperou e enriqueceu.

Outra lenda, conta que Obaluaiê chegando de viagem à aldeia onde nascera, viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os Orixás, mas com a sua medonha aparência não podia entrar na festa, então ficou espreitando pelas fretas do terreiro.

Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupas de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.

Apesar de envergonhado, entrou, mas ninguém se aproximava dele. Iansã que acompanhava tudo que estava acontecendo e compreendia a triste situação de Obaluaiê,esperou que ele estivesse bem no centro do barracão, onde o Xirê estava animado, então Iansã chegou bem perto dele e soprou levantando sua roupa de palha que cobriam sua pestilência. Naquele momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiê pularam para o alto, transformando-as numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão, transformando-o num jovem belo e encantador.

Xangô um dia convidou os orixás para uma festa. Havia muita fartura e todos estavam felizes. No meio da festa, eles se deram conta da ausência de Obaluaiê, que não tinha sido convidado. Temendo sua cólera, os orixás decidiram ir ao seu palácio, todos juntos, levando o que comer e beber. Era necessário pedir desculpas, fazê-lo esquecer a indelicadeza.

Obaluaiê aceitou a homenagem, mas fez chamar a todos os habitantes de sua cidade para participar com ele do banquete.

Orixá Olooke

Apresento a todos o culto de um orixá pouco conhecido no Brasil.

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Orixá Olooke é muito pouco conhecido no Brasil, seu culto chegou ao Brasil por volta do ano de 1856 quando da fundação do “Terreiro do Oloroke” em Salvador pelos africanos Baba Irufa cujo nome Brasileiro era José Firmino dos Santos e Adebolu cujo nome lendário era Maria Bernarda da Paixão conhecida pela alcunha de Maria Violão, isto, por ser uma negra de um corpo com bonitas formas. Maria Violão já veio da áfrica iniciada para o orixá Olooke, da cidade de Ekiti Efon. Até 1936, quando ela teve seu desencarne o Asé Oloroke de Salvador festejou Olooke com todo o ritual de Ekiti Efon e de toda a região Ijesa sendo que o ritual feito atualmente no Ase Oloroke de Bauru é idêntico ao que era realizado no Terreiro de Salvador, matriz de todos os Efon do Brasil, até 1936.

Todo o ritual que era praticado em honra de Olooke no Terreiro de Oloroke em Salvador e que continua a ser praticado no Terreiro do Oloroke de Baum tem ainda a mesma forma em terras Yoruba e até a data do inicio do festival que dura 7 dias é a mesma acontecendo simultaneamente.

Entre os orixás e os Ebora existe um chamado Orisa-Oke.

Entre todos os Oke existe um mestre muito importante de nome Olooke, o dono e senhor das montanhas e anteriormente existiam vários outros Oke junto com ele. Eles também são muito importante e não se deve brincar com eles, pois são a justiça acima de qualquer coisa. Sua importância se deve muito ao fato de que todos os orixá que chegaram no tempo da criação, desceram na terra por intermédio de Olooke, pois Oke foi a primeira ligação entre ode-orun e Õde-aiye, sendo que ele foi a primeira terra firme, uma montanha que elevou-se do fundo do mar a pedido de Olodumare (este escrito faz parte de um longo itan do odu Ofun meji, muito conhecido no Ekiti).

Sem Olooke nenhuma divindade teria chegado na Terra e sendo ele a primeira terra firme, sempre se deve recorda-lo e fazer-lhe oferendas, pois o que aconteceria se ele resolvesse voltar para Okun. Epa mole.

Olooke é a colina, tudo que é elevado e alto, a lava vulcânica também lhe pertence e é a divindade de todas as montanhas da Terra, sendo ainda a força e o guardião de todos os orixás, é inseparável de Obatala e muitas vezes fala por sua boca agora quero esclarecer aqui que Olooke é um orixá com costumes próprios e independente de qualquer Orixá não sendo Oxalá, nem Xangô e nem tão pouco Iroko, como afirmam algumas pessoas. Sua árvore de culto principal é o “Ataparaja”, árvore que nasce na região do Ekiti no alto das montanhas. A árvore Ose (Baoba) é também sua representação e seu arbusto de culto, pois a grandiosidade do Baoba, sua altura, sua magnitude, idade de até 6000 anos que pode Viver, sua solidez faz dela uma das árvores escolhidas por Oloke para seu culto. No Brasil por não existirem estas árvores passou-se a cultuar Oloke ao pé da gameleira branca que serve de culto também para Iroko, e daí começou a confusão que se faz entre estes dois orixás distintos.

Assim como Oxumare se encanta em uma cobra Olooke se encanta em um Leão.

Olooke é um imonle que está na Terra desde os tempos da criação.

Olooke come uma comida feita com as folhas do Ataparaja sempre acompanhado de muitos Igbin.

“Apenon”, cargo da casa de Olooke, é quem sai à sua frente empunhando um grande atori ou Isan com o qual ele afasta as pessoas e abre o caminho para que o orixá passe. Pois ninguém deve tocar em Olooke apenas os homens do Egbe.

As mulheres ficam durante o festival todo na posição de Joko ( agachadas) e não podem olhar jamais o rosto de Olooke, elas são consideradas as escravas de Olooke e uma mulher nunca poderá iniciar um Olooke , mas elas podem ser iniciadas para ele.

Quando Olooke sai para sua festa, as mulheres fazem o ato do “Iborun n ló” que podemos ver onde elas jogam seu pano da costa no chão para que o orixá passe por cima e só as mulheres podem entoar a cantiga que segue:

“Laye Olugban

Iborun a ló

Oro nló.

Laye aresa

Iborun a ló

Oro nló

Oria e lota de lota de

Atare a lokolosun

Fa doko iki kó

Eleda iluram

Em’ a bó o

Eleda iluran

Aí a festa segue com mulheres agachadas sem olhar para o orixá e os homens é que dançam com ele e fazem um sire de mais 60 cânticos.

Temos que falar também sobre o tambor que se toca para Olooke que é o tambor d”agua acompanhado do tambor de vento e muito agogô, aliás existem cânticos dele que só se toca no agogô.

Ao meio do xire, temos um cântico que ao ser entoado todas as pessoas anciãs são convidadas para dançar, esta cantiga louva os mais velhos da terra entre eles Olooke e só quem tem mais de 60 anos é que pode dançar com Olooke esta cantiga.

Mais um ritual deverá ser feito pelas mulheres, o ritual do “FORISA PE”. Todas saem de um quarto de santo carregando talhas de água na cabeça e uma a uma vem dançar a frente de Olooke  que neste momento senta-se em seu trono, é um momento de muito awure e outros orixá poderão chegar para o festejo que já caminha para o final. São entoadas mais cantigas para Olooke dançar e finalmente é cantado um orin onde ele está se despedindo do festival e só voltará novamente no próximo ano. Ele retira-se do barracão ao som de um toque genuinamente Efon que é chamado de “Ekiti”.

Olooke é o rei de todo o Ekiti, aliás, Ekiti quer dizer montanhas esplendorosas e estando Efon dentro do Ekiti esta leva o nome de Ekiti Efon e Olooke é também o rei desta cidade Africana e desta nação no Brasil. Além de um rei, Efon também tem uma Rainha pois foi na cidade de Ekiti Efon que nasceu Osun e assim Osun é a grande Rainha do Efon-ijesa.

Oloke é o guardião de muitos povos no Ekiti, e lá estão localizadas as maiores rochas onde se praticam seu culto. As mais notáveis destas rochas e montes ficam nas cidades de Ekiti-Efon, Ikere-Ekiti e Okemesi-Ekiti. Nobres entre eles são os montes de Ekiti-Efon no limite ocidental com o estado de Osun e próximo a Osogbo, Ikere-Ekiti na parte sul, e montes de Ado-Ekiti na parte central.

O festival Anual de Olooke leva o nome de “OJOKEREGEDE”.