Orixá Xangô
31 de julho de 2015 06:40 / Deixe um comentário
Xangô é o orixá responsável pelo segundo reino, o reino da Terra.
É neste reino que a matéria assume seu estado sólido, sua estrutura sólida.
A aparência do planeta muda radicalmente, de um estado plasmático para o sólido, aparecem na superfície do planeta as rochas vulcânicas, as pedreiras, as montanhas, os cristais, os minerais, a terra….
Xangô é o senhor da justiça, é o senhor das leis, das estruturas….
Esta vibração cósmica geradora regula as leis universais, da matéria e do espírito, é o senhor do karma, sua balança é imparcial…
Determinado, rege todas as situações e ambientes onde se faça necessário o cumprimento das leis, sejam elas leis dos homens, da natureza ou de Deus.
A lei da gravidade, a lei de atração e repulsão, a estrutura atômica, os sistemas planetários, todas as leis são mantidas atuantes pela vibração cósmica de Xangô.
A geometria e a física.
Se observarmos com atenção, verificaremos que vivemos presos, a leis imutáveis, no reino da matéria.
Todas as regras, leis, estruturas, elementos materiais, corpos sólidos, pertencem a seu reino.
É ele quem faz cumprir as leis, suas leis são justas e imparciais.
É nesta vibração que devemos entrar em “ressonância espiritual” quando desejamos que a lei seja cumprida para nós ou para os outros, a lei é única para todos.
È de seu reino os cristais, estruturas que despertam a atenção por sua beleza e rigidez estrutural.
No culto de nação Xangô é às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece porque Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça – representa a autoridade constituída no panteão africano.
Na mitologia, é atribuído a Xangô (enquanto homem, ser histórico) o reinado sobre a cidade-estado de Oyó, posto que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada-
Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.
Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão. Miticamente, o raio é uma de suas armas, que ele envia como castigo.
Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente – a famosa balança da Justiça. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.
O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada. Segundo Pierre Verger, esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta.
Para facilitar a memorização da sua essência, relacionamos abaixo três palavras:
1)Justiça
2)Estruturas
3)Solidez
Embora as lendas e mitos sejam originados do culto de nação, iremos apresentar algumas neste estudo sobre os orixás
LENDA DE XANGÔ – Xangô é reconhecido como o orixá da justiça
30 de julho de 2015 11:24 / Deixe um comentário
Xangô e seus homens lutavam com um inimigo implacável.
Os guerreiros de Xangô, capturados pelo inimigo, eram mutilados e torturados até a morte, sem piedade ou compaixão.
As atrocidades já não tinham limites.
O inimigo mandava entregar a Xangô seus homens aos pedaços.
Xangô estava desesperado e enfurecido.
Xangô subiu no alto de uma pedreira perto do acampamento e dali consultou Orunmilá.
Xangô estava irado e começou a bater nas pedras com o oxé, bater com seu machado duplo.
O machado arrancava das pedras faíscas, que acendiam no ar famintas línguas de fogo, que devoravam os soldados inimigos.
A guerra perdida foi se transformando em vitória.
Xangô ganhou a guerra.
Os chefes inimigos que haviam ordenado o massacre dos soldados de Xangô foram dizimados por um raio que Xangô disparou no auge da fúria.
Mas os soldados inimigos que sobreviveram foram poupados por Xangô.
A partir daí, o senso de justiça de Xangô foi admirado e cantado por todos.
Através dos séculos, os orixás e os homens têm recorrido a Xangô para resolver todo tipo de pendência, julgar as discordâncias e administrar a justiça.
Existem centenas de lendas sobre os orixás, não pretendemos neste estudo aprofundarmos nestas lendas.
Na lenda acima, podemos retirar vários ensinamentos, mas é bastante clara a ligação entre a
Justiça e o Orixá Xangô.
Vamos agora buscar na Umbanda esotérica a origem do significado da palavra Xangô.
Lembramos que os conceitos apresentados, necessariamente não se prendem ao esoterismo ou culto de nação, simplesmente recorremos a estas bibliografias para a sustentação das nossas ideias.
Xangô no conhecimento popular
Elementos do orixá:
Representa a JUSTIÇA, na acepção da palavra.
Elemento e força da natureza: as pedras (vivas), pedreiras à beira mar, etc.
Dia da semana: quarta-feira
Chacra atuante: cardíaco
Planeta regente: Júpiter
Nota musical: fá
cor: Marrom
Saudação: Kaô Cabecile
Negativo: Exu Gira-mundo
Amalá: rabo de vaca, quiabo e camarão
Otí: cerveja preta
Local de entrega: pedreira
Orixá Iansã
29 de julho de 2015 09:43 / Deixe um comentário
Heparrei! Iansã….Senhora dos ventos e das tempestades.
Iansã governa o reino do Ar, tem predomínio sobre tudo aquilo que é gerado através do ar, seja a ventania, os tufões, os trovões, os raios, o som, os incensos, os aromas, a comunicação etc…
Conhecida também como Oiá, é na África nome de um rio, embora não se confunda com o elemento água, como os demais orixás femininos. (Iemanjá, Oxum, Nanã).
Embora seja um orixá bastante conhecido no Brasil, e no início da Umbanda estivesse incluída entre as 7 linhas da Umbanda: (Codificação do primeiro Congresso de Umbanda – 1941)
Oxalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Iansã, Iemanjá, As Almas;
Com o passar do tempo e com o crescimento da chamada linha esotérica esta linha acabou dando lugar juntamente com a linha das almas para os Orixás Iori e Iorimá. (crianças e velhos).
Podemos resumir a vibração cósmica de IANSÃ em três palavras:
1)Expansão
2)Rapidez
3)Comunicação/Som
O temperamento dos que têm Oiá como Orixá de cabeça, costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia.
Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração – tão ou mais radical ainda que a anterior.
São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo – e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de sua vida.
É um dos Orixás do Candomblé que mais penetrou no sincretismo da Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona, na liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco cultuados no Candomblé. Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara, talvez por causa do raio, já que a santa é sempre invocada para proteger um fiel de uma tempestade. O mesmo acontece com Iansã, que deve ser saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter acesso), mas principalmente porque tem sido Iansã uma das mais apaixonadas amantes de Xangô, o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e, conseqüentemente, da tempestade.
Lendas sobre Iansã
28 de julho de 2015 09:57 / Deixe um comentário
Embora as lendas e mitos sejam originados do culto de nação, iremos apresentar algumas neste estudo sobre os orixás.
Iansã foge ligeira e transforma-se no vento
Iansã tinha muitas jóias, que usava com orgulho.
Uma ocasião resolveu sair de casa, mas foi interpelada por seus pais.
Disseram que era perigoso sair com tantas joias e a impediram de satisfazer seu desejo.
Oiá, furiosa, entregou suas jóias a Oxum e fugiu voando, rápida, pelo teto da casa, arrasando tudo o que atravessasse seu caminho.
Oiá tinha se transformado no vento.
Oiá sopra a forja de Ogum e cria o vento e a tempestade
Oxaguiã estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas eram as armas para guerrear.
Ogum fazia as armas, mas fazia lentamente.
Oxaguiã pediu a seu amigo Ogum urgência, mas o ferreiro já fazia o possível.
O ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava como o tempo.
Tanto reclamou Oxaguiã que Oiá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar Ogum a apressar o fabrico.
Oiá se pôs a soprar o fogo da forja de Ogum e seu sopro avivava intensamente as chamas
e o fogo mais forte derretia mais rapidamente o ferro.
Logo Ogum pôde fazer muito mais armas e com mais armas Oxaguiã venceu logo a guerra.
Oxaguiã veio então a agradecer a Ogum.
E na casa de Ogum enamorou-se de Oiá.
Um dia fugiram Oxaguiã e Oiá, deixando Ogum enfurecido e sua forja fria.
Quando mais tarde Oxaguiã voltou à guerra e quando precisou de armas muito urgentemente,
Oiá teve que reavivar a forja, mas não quis voltar para a casa de Ogum.
E lá da casa de Oxaguiã, onde vivia, Oiá soprava em direção à forja de Ogum.
E seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Oxaguiã da de Ogum.
E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas que com furor atiçava.
E o povo se acostumou com o sopro de Oiá cruzando os ares e logo o chamou de vento.
E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oiá a forja de Ogum.
Tão forte que às vezes destruía tudo pelo caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias.
O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oiá e o povo chamava a isso tempestade.
Existem centenas de lendas sobre os orixás, não pretendemos neste estudo aprofundarmos nestas lendas.
Nas lendas acima, podemos tirar varias lições, mas é importante ressaltar a ligação de Iansã com o vento, com o reino do Ar.
Iansã no conhecimento popular
27 de julho de 2015 09:48 / Deixe um comentário
Elementos do orixá:O elemento e força da natureza correspondente Iansã, são as tempestades, raios e ventos.
Dia da semana: Ela atua todos os dias da semana das 12:00hs às 18hs, porém o seu dia de
maior vibração são a quarta-feira e o sábado.
Chacra atuante: frontal e cardíaco
Planeta regente: Lua (no quarto de nova) e Júpiter
cor:amarelo
Saudação: Heparrei
Negativo: Dona Maria Mulambo
Amalá: acarajé (não suporta abóbora)
Otí: champanhe (exclusivamente)
Local de entregas: beira de praia com pedras ou pedreira
Representação no ponto riscado: raios
Qualidades do sete reinos da umbanda
24 de julho de 2015 09:31 / Deixe um comentário
1) Reino do Fogo – Orixá regente Ogum – cor vermelha – Iniciativa
Criação, nascimento, sexo, impulso, iniciativa, luz, calor, rompimento, manutenção, destruição, guerreiros, guerra, cores, tudo que é vermelho, sangue, ódio, paixão, incêndios, bombeiros, velas, queimaduras, ferro, espadas, lanças, escudos, liderança, manutenção da ordem, manutenção da vida, rosas vermelhas, espada de ogum (planta), agressão, princípio, proteção, febre, coração, soldados, militares, exercito, solda, faísca, eletricidade, ondas eletromagnéticas, sol, temperatura, planeta marte, salamandras, brigas, caminhos.
2) Reino da Terra – Orixá regente Xangô – cor marrom – Estrutura
Corpo físico, escola, educação, controle, juízes, leis, regras, justiça, rochas, pedras, cristais, tudo o que é marrom, estrutura, esqueleto, poeira, areia, barreiras, obstáculos, construções, vias, montanhas, pedreiras, rosas amarelas, espada de xangô (planta), machado, prisão, restrição, muros, vasilhames, moveis, imóveis, casa, paredes, balança, contato físico, lentidão, suporte, Karma, Lei de ação e reação, solidez, destino, algemas, ligações fortes, nêutron, minerais, metais, limitação, limites, exercito, agricultores, fazendas, mineradores, sal grosso, sustentação, construtores, aparência, comportamento, fórum, organização.
3) Reino do Ar – Orixá regente Iansã – cor amarela – Expansão
Mente, pensamentos, rapidez, brincadeira, som, musica, cantores, orquestras, comunicação, ventanias, a fala, voz, canto, brisa, tempestade, raios, pedreiras, tudo que é amarelo, oxigênio, respiração, sufocamento, expansão, planeta mercúrio, crescimento, incensos, aromas, perfumes, movimento, tv, radio, livros, imprensa, revistas, fofocas, gritaria, harmonia, dualidade, poeira, crianças, adolescentes, correria, atmosfera, espada de Iansã (planta), furacão, maremotos, cheiros, aroma das flores, mantém a paixão, mantém o fogo, janelas, ar, gases, fumaça, defumação, comunicados, sinos, violão, instrumentos musicais, rojões, trovões, explosões.
4) Reino da Água – Orixá regente Iemanjá – cor azul claro – Adaptabilidade
Emoções, água, mãe, mar, tudo que é azul, emocional, sal marinho, fertilidade, nascimento, gravidez, bebidas, leite, banhos, chuvas, rios, lagoas, cachoeiras, cascatas, flores brancas, perfumes, tintas, líquidos corporais, lagrima, urina, sangue, linfa, suor, adaptabilidade, aceitação, ondas, mares, amor , amor materno, beleza, mulheres, adultas, jovens, e velhas, avó, irmã, tia, amigas, remédios líquidos, lua, prata, menstruação, rins, útero, bexiga, artérias, saliva, gosto, peixes, golfinhos, baleias, navios, marinha, pescadores, marinheiros, praia, areia, suavidade, sensualidade, elegância, charme, fases, períodos, família, delicadeza, explosões emocionais, calmaria, maremotos.
5) Reino das Matas – Orixá regente Oxossi – cor verde – independência
Caboclos, irmãos, primos, professores, sustento, individualidade, independência, liberdade, paciência, remédios, conhecimento, técnicas, trilhas, plantas, arvores, ervas, flores, madeira, tudo o que é verde, chás, banho de ervas, flechas, arco e flecha, índios, direção, única tentativa, animais, insetos, répteis, pássaros, floresta, plantações, independência, solidão, alimentos, alimentação, perseverança, agricultores, fazendas, perigos, ecologia, frutas, ciladas, cobras, fumaça, defumação, cheiro de mato, fumo, troncos, cascaras, folhagens, cipós, verduras, tribos, clãs, macacos, peles de animais, pelos, coco, algodão, tocaias, cordas, objetos de madeira, estomago, digestão, intestino, penas, samambaias.
6) Reino da Humanidade – Orixá regente Oxalá – cor branca – livre arbítrio
Pai, Cristo, pureza, beneficência, ajuda ao próximo, a sociedade, atividades profissionais, fé, profissões, livre arbítrio, diferenças, raças, países, evolução, tudo o que é branco, regras sociais, cidades, economia, cultura, diferenças culturais, estrela, céu, campos, rosa branca, água mineral, perfumes suaves, flores brancas e delicadas, religião, filosofia, sociologia, o planeta Terra, sistema solar, fraternidade, leis naturais, leis de Deus, evangelho, criação da humanidade, roupas brancas, tecnologia, sol, ciência, todos os problemas da humanidade, lugares altos, topo, paz, amor, caridade.
7) Reino das Almas – Orixá regente Omulu – cor preta – espiritualidade
o inconsciente, escravidão, os avós, avô e avó, magia, exús, quiumbas, morte, cemitério, doenças, a cura das doenças, eguns, tudo o que é preto, cor roxa, mistérios, infinito, mundo espiritual, medicina, perturbações, obsessões, prisões, lugares sombrios, vela preta ou preta e branca, pipoca, hospitais, necrotérios, túmulos, velhice, sabedoria, pretos velhos, cruz, cruzeiro, sofrimento, dor, fantasmas, punição, lama, brejo, mangue, transformação, mudança forçada, vingança, câncer, lepra, mediunidade, cura espiritual, hospícios, lentidão, profundezas, expiação, regeneração, transcendência.
LENDA SOBRE OGUM – Ogum dá aos homens o segredo do ferro.
23 de julho de 2015 09:35 / Deixe um comentário
Na Terra criada por Obatalá, em Ifé,
Os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade.
Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole.
Por isso o trabalho exigia grande esforço.
Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa.
Era necessário plantar uma área maior.
Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área da lavoura.
Ossaim, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno.
Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido.
Do mesmo modo que Ossaim, todos os outros orixás tentaram, um por um, e fracassaram
na tarefa de limpar o terreno para o plantio.
Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então.
Quando todos os outros orixás tinham fracassado,
Ogum pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno.
Os orixás, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão.
Ogum respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá.
Os orixás invejavam Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.
Por muito tempo os orixás importunaram Ogum para saber o segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si.
Os orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca de que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente.
Ogum aceitou a proposta.
Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro.
E Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua lança de ferro.
Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comando dos orixás, antes de mais nada ele era um caçador.
Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada.
Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho.
Os orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado.
Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado.
Ogum se decepcionou com os orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora diziam que não era digno de governá-los.
Então Ogum banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu.
Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da árvore de acocô e lá permaneceu.
Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro.
Não o esqueceram.
Todo mês de dezembro, celebram a festa de Iudê-Ogum.
Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogum.
Ogum é o senhor do ferro para sempre.
Existem centenas de lendas sobre os orixás, não pretendemos aprofundarmos nestas lendas.
Na lenda acima, podemos retirar vários ensinamentos, e embora ela afirme que Ogum é o senhor do ferro, se fizermos uma leitura mais cautelosa, verificaremos que Ogum é o
SENHOR DO SEGREDO DO FERRO.
E este segredo, é a FORJA, que nada mais é do que a manipulação adequada do fogo.
É este o segredo que Ogum domina.
Ogum domina o segredo da manipulação do elemento fogo.
É através do uso do fogo que Ogum consegue fazer suas ferramentas e suas armas.
Sem o fogo, Ogum não teria conseguido trabalhar o ferro, obtendo toda a gama de utensílios utilizados pelos caçadores e guerreiros.
Ogum na Umbanda esotérica
22 de julho de 2015 12:00 / Deixe um comentário
Vamos agora buscar na Umbanda esotérica a origem do significado da palavra Ogum.
“Vibração original ou linha de Ogum”.
A linha ou vibração de Ogum é conhecida como linha de São Jorge.
Ogum é a correspondência fonética da palavra AGAUM ou IGAUM ou AGOM ou IGOM.
É o AGNI dos hindus, é a misteriosa palavra mística de evocação sagrada: AUM (ÔM)
UM.
As duas, afinal, vêm a ser a mesma… Ela está contida na palavra UMBANDA, donde foi extraída.
Vejamos seu significado:
AGAUM – O fogo sagrado – AG=Fogo
AGOM
AGUM – O fogo da salvação – IG= fogo
IGAUM
IGUM – ou da gloria – UM, AUM (OM): inovação, glória, salvação
OGUM – inovação mística
A vibração de Ogum é, portanto, o FOGO DA SALVAÇÃO OU DA GLÓRIA, o mediador, o controlador dos choques consequentes ao Karma.
É a linha das demandas da fé, das aflições e das lutas, batalhas, etc. É a divindade que, no sentido místico, protege os guerreiros….”
Em nosso modelo, a vibração cósmica de Ogum, governa o elemento fogo e possui todas as características do elemento.
É o senhor do primeiro reino, lembramos que aquela massa de magma incandescente do princípio do planeta terra, ainda existe no interior do planeta.
Este núcleo central é composto principalmente de ferro (contendo também níquel e outros elementos).
Ogum no conhecimento Popular
21 de julho de 2015 10:02 / Deixe um comentário
Elementos do orixá:
Sincretismo: São Jorge (São Paulo e Rio de Janeiro)
Dia da Semana: terça-feira
Chacra atuante: solar ou solear
Planeta regente: Marte
Nota musical: mi
Cor: vermelho
Saudação: Ogum-Iê
Negativo: Exu Tranca-ruas
Amalá: feijão fradinho, lombo e lingüiça
Otí: cerveja branca
Local de entrega: praia ou campina.
A representação de pontos riscados é feita por espadas.
No culto de nação tem junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual. Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos.
Na Umbanda existem sete tipos diferentes de Ogum, mas Ogum Xoroquê merece um destaque específico, pois é um Orixá masculino duplo, ou seja possui duas formas diferentes de manifestação. É associado à irmandade e afinidade estreita de Ogum com
Exu, pois passa seis meses do ano como Ogum e os outros como Exu, sendo considerado guerreiro feroz, irascível e imbatível.
A lenda de Xapanã…..(uma das lendas)….
20 de julho de 2015 09:46 / Deixe um comentário
“Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Xapanã viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os Orisás.
Xapanã não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência (cheio de chagas e feridas pelo corpo). Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro.
Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.
Apesar de envergonhado, Xapanã entrou, mas ninguém se aproximava dele.
Iansã tudo acompanhava com o canto do olho. Ela compreendia a triste situação de Xapanã e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do salão. O xirê estava animado.
Os Orixás dançavam alegremente.
Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha, levantou-lhe as palhas que cobriam sua pestilência. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Xapanã pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Xapanã, o orixá das doenças, transformara-se num jovem, num jovem belo e encantador.
Xapanã e Iansã tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos dos mortos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.”