Tamara Valentina

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Arquivo mensal: setembro 2014

Obaluaiê – O Banquete do Rei

Em Agosto os terreiros de Umbanda são preparados para a grande festa ao orixá Obaluaiê.

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Algumas casas de Umbanda se dedicam o mês inteiro de agosto para este orixá, onde toda a segunda-feira (dia consagrado ao Obaluaiê) fazem suas rezas e louvor, pedindo proteção e agradecendo pela saúde e a vida.

Para o grande banquete, são preparados vários tipos de comidas, que são colocadas em vasilhas de barro, que serão servidas em folhas de mamona, juntamente com a bebida sagrada, Aluá.

A festa se inicia com o Sabejé, onde Iansã entre no barracão à frente do Obaluaiê, carregando um balaio de pipocas (doburus), que são distribuídas para as pessoas presentes, que em troca contribuem com pequenas quantias em dinheiro.

Após o Sabejé, ao som do cântico do Olubaje, o Babalorisa ou Yalorisá, traz o cortejo seguido pelos filhos, que trazem sobre a cabeça as comidas que serão servidas em folhas de mamona. Dançam em roda, e vão passando ao zelador as vasilhas de barro, que Vão sendo colocadas sobre uma esteira.

As comidas são servidas aos convidados que comem com a mão. Após todos servidos, é colocado uma bacia ou cesto, para que os restos não consumidos sejam depositados. Antes de ser depositada dentro do cesto ou bacia, os convidados passam a comida pelo corpo pedindo saúde e prosperidade.

Durante todo este ritual, os cânticos são entoados e os filhos dançam em volta da grande mesa, louvando o orixá. As comidas são retiradas,e os filhos saem em fila com as vasilhas sobre o ombro, que serão colocadas na casa de Obaluaiê e só serão entregues no dia seguinte.

O barracão está preparado novamente para receber Obaluaiê, Os atabaques anunciam a chegada do orixá e uma alegria contagiante toma conta de todos. O zelador entra no barracão trazendo Obaluaiê, lançando sobre os presentes a pipoca (doburus). Algumas pessoas ao serem tocados pela pipoca entram em transe, incorporando seus orixás, tornando uma grande festa.

Os atabaques tocam o ritmo específico do Obaluaiê – o Opanijé – que significa “ele mata e ele come”, com as mãos espalmadas, a cada movimento de braço que avançam e se recolhem, volvem-se para o alto e para baixo. Quando voltadas para cima significa a vida e para baixo a morte.

Os atabaques anunciam que Obaluaiê irá se retirar, e os filhos, convidados presentes, louvam o orixá, agradecendo sua presença e pedindo sua benção.

Cor: – Preto, branco e vermelho

Metal – Platina, aço e bronze

Dia da Semana – Segunda-feira

Predorninância – Médicos, artes, doenças (pele, coração, câncer e infecciosas) e morte.

Saudação – Atotô.

Comemoração – 18 de Agosto, sincretismo – São Lazaro

Pedras – Onix e Olho-degato

Perfumes – Verbana, Sandalo, Benjaim.

Perguntas para Tâmara Valentina

Perguntas frequentes que sempre recebo por email.

Resolvi colocar aqui para ajudar a todos que me procuram.

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P- Você sentiu que era o orixá lhe dizendo para ser sacerdotisa?

R- Sim.

P- E como foi essa sensação?

R- Foi um momento dolorido no começo, mas depois veio uma satisfação de saber que era uma coisa que sempre amei e que muitos dizem não existir. Vi que realmente existia! Era um poder que podia me deixar doente e também de me curar.

P- Fale sobre a Umbanda cultuada no seu terreiro?

R- A Umbanda daqui é regido pela Iei do orixá, com amor, disciplina e tentando manter o máximo as orientações que eu tive. São três valores: que uma pessoa jamais possa esquecer o amor ao orixá; o respeito ao orixá; e a obediência ao orixá. Eu sigo essas três normas até hoje a soberania do orixá. Na minha casa essa Iei é regra tanto para mim como meus fiIhos-de-santo, clientes e assistentes.

P- Como você cultua o orixá?

R- Orixá é aprendizado. Lógico que tem de haver uma sabedoria, porque se não formos sábios não poderemos entender as mensagens do orixá. Tudo tem que ter sabedoria. Não se pode dar o primeiro passo sem ouvir o orixá primeiro. Temos que buscar no orixá sabedoria para depois caminhar em direção à vontade deles. Tudo é aprendido no dia-a-dia. Um orixá nunca é igual ao outro, como uma cabeça nunca é igual à outra. Então é um mundo de aprendizado que a gente jamais pode dizer: eu sei tudo! Nós estaremos sempre buscando a sabedoria para aprender cada dia mais. A cada dia temos de agradar o orixá. Essa é a minha concepção dentro da minha Umbanda.

P – Quantas pessoas participam das cerimônias?

R- Somos em 15 pessoas no total. São filhos e junto com eles tem a makota, tem o ogã da casa e eu. Vêm alguns adeptos às vezes. Varia muito. Mas contando os que estão sempre presentes é esse número mesmo.

P- Você ja fez trabalho de cura?

R- Já, em várias pessoas. Vou citar uma que me tocou muito. Foi a que me marcou mais e me mostrou que o orixá tem poder. Não é a gente que tem poder, é o orixá. Foi o caso de uma amiga, fiIha-de-santo que o filho era jogador de futebol. Ele sofreu um acidente de moto e ficou entre a vida e a morte no hospital. Aí essa minha filha-de-santo levou essa amiga à minha roça. Quando olhei para ela, vi seu desespero e tentei passar tranquilidade para a moça. Vi que realmente o menino estava entre a vida e a morte. O médico falou que a única coisa era esperar o menino morrer, porque não tinha mais jeito de contornar a situação. Ele estava praticamente com morte cerebral, um coágulo no cérebro e não tinha mais jeito. Ela frequentava um barracão, um terreiro de umbanda, e lá o zelador falou que não tinha mais nada a fazer pelo menino. Então, pedi a OmoIu para me dar um caminho e ver a profundidade do problema. Perguntei ao orixá se ele tinha como me ajudar a salvar aquela vida, pois era o senhor que traz a vida e a morte. Ele então falou que sim e me orientou. Eu fiz as coisas para a moça e em menos de 15 dias o menino saiu da UTI. Hoje ele está bem vivo e jogando sem sequelas nenhuma.

 

P – Qual a sensação de tomar para si essa responsabilidade arriscada?

R – Eu só senti depois do caso passado. Na hora fiquei preocupada com o meu preparo para aquela energia toda, canalizar tudo para salvar uma vida. Uma vida é uma vida. Depois que tudo passou me senti uma pessoa especial para o orixá. Posso não ser alguém especial para as pessoas aqui na Terra, mas para o orixá eu me senti uma pessoa especial. Ele me ouviu, me atendeu e ajudou naquele momento.

P- Já vieram pessoas importantes aqui no seu terreiro?

R- Nomes importantes não. Eu acho que todos que vêm ao terreiro são pessoas importantes.

P – Como você imagina o futuro da Umbanda?

R- Eu só imagino que as origens voltem novamente. A minha vontade é que a Umbanda volte a ser uma religião que a gente se ajude um ao outro, se respeite um ao outro e preste caridade a quem precisa. Que volte a ter amor, humildade, companheirismo a compreensão. Eu espero que o orixá volte a surgir de suas raízes novamente, porque hoje em dia está muito deturpado. A Umbanda em certos aspectos não é mais uma religião, é um meio de comércio e de troca, não uma troca de energia, mas uma troca de favores. Eu gostaria que a Umbanda voltasse a ser raiz, entendeu? Axé significa força. A gente vê que a força da Umbanda está enfraquecendo a cada dia devido aos próprios irmãos que não sabem como se unir. Não sabem prestar ajuda uns aos outros. O que se vê é que cada um quer ser melhor do que o outro e com isso quem perde é a Umbanda.

P- Entre a Umbanda de cultura e o de sabedoria, qual você escolhe?

R- Eu escolho a Umbanda de sabedoria, porque é por meio da sabedoria que existe cultura. Temos novos caminhos abertos, novas idéias e estamos tentando resgatar o passado. Por meios da sabedoria a gente tem tudo.

P- O que deve ser melhorado na Umbanda. O que você faria?

R- O que eu faço é mostrar o valor do orixá para as pessoas e o respeito que se deve ter por ele. Se eu pudesse ter esse poder de passar um pouco da sabedoria do orixá, acho que melhoraria em 50% ou mais.

P- Esse valor vem do aprendizado ou é trazido de longa data por meio de ensinamentos, aconselhamentos? Como e esse valor, essa importância?

R- Para mim, primeiramente, é o respeito, o amor, porque a sabedoria a gente não conquista de uma hora para a outra, e sim após um longo caminho de alegrias, dificuldades, tristezas e conforto. As pessoas têm que dar o tempo certo para as coisas acontecerem e poder aprender a caminhar pelo dia-a-dia. A gente nunca está caminhando, está sempre buscando. Acho que as pessoas devem buscar mais, devem buscar o orixá, devem buscar a si mesmo para poder achar o que querem.

 

P- A religiosidade esta deturpada ou falta aprendizado?

R- Ela ainda consiste no aprendizado. A gente tem que pensar sempre em ser otimista, apesar da maioria das pessoas querer a deturpar e a minoria querer resgatar. Eu sou otimista. Acredito que daremos a volta por cima.

P- Qual seu conselho para quem quer entrar na religião ou ja esta nela?

R- Aconselho as pessoas a observarem mais, a prestar mais atenção e não cobrar dos outros sem dar de si primeiro, porque temos que dar para poder receber. Não estou falando de dinheiro e sim de amor, carinho, compreensão e atitudes.  A pessoa que quer entrar no mundo espiritual deve procurar o lugar certo com qual se identifique pelo sentimento e não pela aparência. Não se julga o livro pela capa.

P- Como se inicia uma pessoa que quer frequentar o terreiro?

R- Recebemos todos com o coração aberto e mente aberta para ensinar e passar a eles o amor, o respeito, o carinho pelo orixá. Tem uma coisa que frisamos sempre: por mais que as pessoas não tenham valores, quando estão no mundo espiritual o valor principal é o orixá. Não vemos cor, raça, condições financeiras. Vemos o orixá e a pessoa. Então fazemos o possível para aquela pessoa se levante na vida e saiba que está dentro de uma religião verdadeira. Da religião ela vai tirar boas coisas para aprender na vida.

P – Indicação de banhos, chás ou receitas para abertura de caminhos?

R- Tem um banho que é de caminho. É de Ogum. Um banho que se faz toda terça-feira de manhã antes de raiar o sol – às quatro horas da manhã precisamente. Acorde de manhã cedinho. Macere uma folha de abre-caminho, com elevante, umas folhas de manga. Tome o banho de corpo inteiro. Depois passe quatro acaçás no corpo e entregue na estrada pedindo a Ogum aberturas de caminho, prosperidade e saúde.

 

P – Como se prepara esse banho?

R- Pegue as ervas e ponha em um balde ou uma bacia. Macere essas ervas frescas e tome banho do pescoço para baixo. Passando a erva o banho do pescoço para baixo. Põe uma roupinha clarinha, vá até uma rua de subida, passe esses quatro acaçás e peça a Ogum que abra os quatro caminhos do mundo para você e por onde você passar. Peça que esses caminhos estejam abertos para você.

P- Como é feito esse acaçá?

R- É feito com farinha de acaçá (farinha do milho branco), água e um pouquinho de mel. Você põe um pouco de água na panela, um pouco de mel e a farinha de acaçá. Vai mexendo até virar um mingau consistente. Deixa esfriar. Depois enrole os acaçãs bem bonitinhos e guarde para passar no corpo. Se a pessoa estiver desempregada e não quer só abrir os caminhos, pois está precisando de uma força financeira, ela deve colocar uma moedinha em cada acaçazinho arrumado em cima de um oberozinho (alguidar). Depois de arrumar esses quatro acaçás, cada um indicando para uma ponteira, coloque uma moedinha em cada um.

P – Indicação também um chá?

R- Tem um bom para problemas de saúde. É um chá para mulheres que têm problema de baixo ventre. É um chá de parietária com oriri e aroeira. Cozinhe essas ervas e tome periodicamente. É bom para inflamação, problemas de rim ou qualquer infecção no baixo ventre.

P – Uma defumação para trazer bons fluidos para dentro de casa?

R- Você pode usar alecrim, erva-doce, cravo e canela, açúcar mascavo e bastante pedra de mirra. Esse defumador é bom passar às quintas-feiras pedindo bastante prosperidade, caminhos abertos, pois é o dia que o povo da mata come. Peça a Oxóssi e Oxumaré que a renovação traga prosperidade para sua casa. Renovação!

P- A intolerância religiosa e como encaro isso.

R- Olha, é muito difícil. A cada dia encontramos mais pessoas intolerantes. Pessoas que não respeitam a religião dos  outros. Pessoas que só querem impor sua vontade. Mas temos de ter jogo de cintura se não nossa religião vai ser mais deturpada ainda. Eu mantenho minha cabeça erguida, minhas tradições e minha educação. Como se diz o velho ditado: “Antes de cobrar educação dos outros, mostre a sua!”. Eu encaro a intolerância com a minha tolerância – da melhor maneira possível.

P – O que deve ser feito para integrar o Estado e as Religiões-afro?

R- Precisamos de um órgão responsável por isto tudo. Mas tem que ser competente, pois há várias federações e nenhuma delas ampara a gente nos momentos críticos. Quando a gente se joga na rede, a rede está furada! Deve existir uma instituição séria, com pessoas competentes e que querem mudar mesmo essa situação. Nossa religião é a menos respeitada no Brasil e no mundo inteiro. Quero que a igualdade venha logo, pois assim teremos o direito de fazer nossos trabalhos onde bem entender. As outras religiões têm este livre-arbítrio e nós não. Vivemos como bicho acuado, dentro de nossos terreiros, sem poder exercer nossa espiritualidade onde queremos – cachoeira, encruzilhada, estrada, campo aberto. Quero realmente que fundem uma instituição que plante o respeito e a igualdade para todos nós.

 

P- Você ja foi agredida?

R -Não, nunca passei por esse mau momento. Não fui agredida fisicamente, mas passei por agressão verbal. Quando fazia um ebó na makota da casa, fui abordada por uma pessoa que arrumou maior confusão. Ela queria que eu tirasse o ebó que tinha começando a fazer me agredindo com palavras e me ameaçando. Para a coisa não ficar pior do que estava, use da minha tolerância. Eu estava cuidando de uma cabeça e para mim o mais importante é a cabeça da pessoa, é o orixá, e não seria naquele momento que eu iria brigar pelos meus direitos.

P- Como você sentiu sendo insultada?

R -Me senti incapaz naquele momento, pois queria preservar a cabeça da makota da minha casa. Eu não pensei em mim, pensei nela. Se eu pensasse em mim, talvez agisse de outra forma.

P – Fale um pouco sobre a Umbada.

R- É uma raiz que foi plantada e buscamos preservar nossa raiz. Cada casa, cada um tem seu modo de ser e seu modo de agir. É uma raiz de profundas igualdades e profundo respeito pelo orixá. É uma raiz que tem poucas casas. É um axé muito fechado. Pra mim representa a vida, minha raiz, meu alicerce e o ar que respiro.

P – Qual mensagem dou aos leitores?

R- Que se amem mais uns aos outros.

 

P – O que fazer para a Umbada chegar ao alcance de todos?

R- Acho que nossa religião chegou para somar, para contribuir, mas a salvação de cada um está em cada um. A gente só pode ajudar aqueles que querem ser ajudados. Nossa religião veio para ajudar.

P- Qual e a essência para a Umbanda se fortalecer e ganhar mais credibilidade junto aos praticantes?

R- Acho que cada um tem que caminhar com o outro – a sabedoria do orixá junto com a sabedoria dos homens, pois estão aqui neste mundo para fazer as coisas acontecerem. A espiritualidade é o caminho. Em nosso mundo de hoje cada um tem que dar a mão aos outros para poderem caminhar juntos. Por isso a sabedoria do orixá e a sabedoria humana têm de caminhar juntas, de mãos dadas, para poderem chegara um mesmo objetivo.

P – Como são as cerimônias na casa?

R- É uma satisfação e uma alegria. Quando tem festa no terreiro eu durmo e acordo eufórica. Faço questão de estar presente em todos os detalhes, arrumar salão, ver comida. Também tomo conta dos filhos com carinho e responsabilidade. Não acho que seja uma carga pesada tratar com bastante carinho, eu acho que é desenvoltura, pois sinto que o orixá me escolheu para aquilo e estou feIiz. Quando vejo um orixá vir feliz à minha casa e sair feliz, alegre, essa é a minha alegria!

 

P- Como se prepara uma cerimônia de Umbanda?

R- Dependendo do orixá e das coisas, no outro dia tem a arrumação da casa e a preparação dos orixás, tudo direitinho. Gostamos de seguir tudo à risca. É a comida dos orixás. Com esses bastidores prontos uma noite antes, no dia da festa é só arrumar o salão. Eu mesmo seleciono com o ogã as cantigas que vão ser tocadas, a hora das paradas, a hora do intervalo para os orixás entrarem. Isso tudo é programado minuciosamente para as coisas saírem bonitas. Quem vem sempre gosta da festa.

P – Qual a sensação de ver o orixá manifestado nos seus filhos?

R- É uma grande honra, uma grande felicidade. Eu digo que orixá também se recupera, porque tenho duas filhas vindas de outro barracão cuja energia do orixá delas já estava quase se esvaindo. Eu consegui com muita luta resgatar a força e a energia desses orixás. Hoje são lindos aqui na casa. Eu me sinto realizada de poder ser um instrumento do orixá.

P – Você acha que a Umbanda precisa de integração de sacerdotes?

R- Sim. Quanto mais uma corrente tiver elos, mais forte vai ficar. Acredito que o ser humano não nasceu para viver só, portanto um sacerdote não precisa viver só. Se houver mais união ficaremos mais fortes. Haverá menos discriminação, menos perseguição. Quando falo de estar juntos é em prol de algo positivo e não “juntar” para achincalhar, falar mais. Tem de ser uma união sob uma mesma bandeira, assim seria melhor para todo mundo.

P- Quais sao os projetos do terreiro para a comunidade?

R- Há muito tempo veio uma idéia e estamos nos programando para isso. É alem de continuar a prestar serviços à comunidade, abrir uma oficina de costura, pois é uma coisa que domino bem e conheço a fundo. Vamos ativar esse projeto no qual vamos ensinar aos jovens, as meninas, no oficio da costura. Assim terão uma profissão.

P- A Casa de Umbanda pode prestar serviço a comunidade?

R- Pode sim. Já prestamos caridade voluntariamente, ajuda psicológica, ajuda espiritual. Essa seria mais uma ajuda prática e manual. Isso resgatará o amor próprio das pessoas, pois verão a possibilidade de aprender e ser valorizadas como seres humanos.

P- Considerações finais

R- A única coisa que eu gostaria de falar é para as pessoas conhecerem a fundo uma religião, seja ela qual for. Escolham uma e se entreguem de corpo, alma e de mente. Eu acredito ou que ninguém neste mundo possa viver sem religião. Todos devem buscar uma religião para poder se sentir seguros e amparados tanto neste mundo como no outro e poder seguir o caminho do bem. Hoje em dia as pessoas não dão amor ao outro nem para si mesmas. Então, se a pessoa busca uma religião na qual se sinta bem, ela vai ter tudo de bom. Isso é muito importante.

Mediunidade e Desenvolvimento Mediúnico

A mediunidade física é um dom inato, necessita de muito tempo e muita paciência para alcançar seu pleno desenvolvimento.

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A correria e o alvoroço dos dias de hoje exigem sucessos instantâneos que não podem produzir grandes médiuns mentais ou físicos, principalmente que sejam capazes de pesquisarem lentamente, de procurar a verdade com paciência e finalmente alcançar a convicção de que a personalidade humana sobrevive após a morte corporal.

O estudo da raça humana dos tempos imemoriais é um objeto de lição para todos, todavia não observamos essas lições que temos aprendido, não vemos o presente no passado; e o que é o presente, senão o resultado dos acontecimentos passados, dos erros anteriores, das tolices consumadas? O que nos falta realmente é simplicidade e conhecimento da essência do espírito.
Quais são os sentimentos durante uma sessão? Ficamos completamente cientes do que é divulgado? Entramos mesmo em transe durante uma sessão? Geralmente ficamos muito lúcidos e podemos ouvir tudo o que é dito, tanto pelas pessoas que estão na sessão como as vozes do espírito em nossa mente.

O médium não começou ainda a realizar o que pretende ser verdadeiramente, no sentido real; ser preparado para se dar em amor e colocar-se a serviço de Deus; realizando isso, o poder que emana do espírito pode mudar não só a si mesmo, mas através dele, possivelmente o mundo todo.

Há muitas religiões diferentes, muitas até confusas, com conflitos de idéias e pensamentos; no entanto só há uma única verdade: verdade da vida eterna, que todos nós morrendo, vivemos. Os espíritos desejam ardentemente o bem estar da humanidade. Muitas pessoas pensam que um médium é como uma máquina; colocamos o dinheiro e automaticamente a máquina funciona. Não é assim. Seria perigoso e fútil para qualquer médium dirigir sessões durante todo o tempo, ao capricho desta ou daquela pessoa, no momento em que desejam.

Os guias espirituais protegem os médiuns, para que não se desgastem, pois pretendem conservar seu poder, com a finalidade de ser usado esses dons para fazer comunicações e fazer caridade, de alto valor para o mundo todo e na necessidade.

A mediunidade deve ser usada eficazmente para ajudar tantas pessoas quanto for possível, sem sobrecarregar as próprias forças e o sistema nervoso.

Devemos estar conscientes que, apesar de sermos médiuns, não devemos esperar por uma vida fácil, nem imaginar que temos o direito a privilégios especiais. Assim foi dito: “Não teremos tudo o quisermos, mas durante todo o tempo em que servimos com fé, seremos providos com tudo o que precisamos.”

Algumas vezes poderão ficar desapontados, deprimidos e sentir que não estão fazendo progresso suficiente. Não se pode precisar o tempo que levará o desenvolvimento espiritual de cada um. Com alguns ele demora anos, com outros aparece muito depressa, se perseverarem. Mas, tenham fé, sejam sinceros de espíritos e usem seus talentos para servirem à comunidade.

A ignorância e o egoísmo dos homens têm trazido grandes sofrimentos para a humanidade e as pessoas perguntam: Por que Deus permite essas coisas? Investiguem e procurem um elo através dos espíritos e lembrem-se da promessa de Jesus quando se reunirem: “Vede, Eu estou sempre com vós”. Sigam em frente, fortalecidos, e saibam que também vocês estarão servindo. Sejam Seus servos, Suas crianças e a Paz Eterna virão até vocês.

Cada ser humano possui uma substância conhecida como ectoplasma, que é a força vital. O corpo físico de um médium possui esta substância em quantidade muito maior do que a maioria das pessoas.

Durante uma sessão mediúnica, esse elemento ou força vital e que algumas pessoas chamam de poder, é retirado do médium e moldado pelos espíritos numa réplica do organismo físico vocal, que dizemos “caixa vocal”. O espírito comunicante concentra seus pensamentos nessa “caixa de voz”, fazendo criar uma freqüência ou vibração, devendo equiparar a freqüência vibratória conforme o aparelho possa receber. Utilizam os médiuns, como veículo de evolução espiritual, tornando-se guias, orientadores e amenizadores do ser humano.

Os espíritos que se comunicam com a matéria, vêm nos dar forças e poder, afim de tornar possível o caminho para várias entidades evoluírem ou outras comunicações de importância para a humanidade.

A personalidade humana sobrevive após a morte corporal, isso devemos admitir e estamos convictos. Percebemos a ruptura dos valores morais, o fracasso da autoridade, a estagnação das igrejas e o empobrecimento da vida familiar e de nossa juventude rebelde que, à procura de algo, é guiada a uma falsa percepção química de alguma outra coisa, que as drogas alucinógenas podem lhe dar momentaneamente , porém a um alto preço. Entre esses abandonados e iludidos jovens podem existir grandes médiuns em potencial, cujos talentos nunca se desenvolverão, pois há poucos espíritos que podem dar convicções mostrando-lhes o caminho da verdade.

A missão da mediunidade é tratar das almas, ajudando-as a se livrarem de suas velhas e estagnadas idéias, medo, ódio e preconceitos, que impedem seus progressos espirituais.

As pessoas precisam saber que um homem é o que ele pensa, e pelos seus pensamentos e ações cria seu próprio céu ou inferno no outro lado da vida.

Conduta Moral,Espiritual e Física dos Médiuns de Umbanda

Instruções Gerais de Conduta Moral,Espiritual e Física dos Médiuns de Umbanda:

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  • Manter dentro e fora do Centro, isto é, na sua vida religiosa ou particular, conduta irrepreensível, de modo a não ser alvo de críticas, pois qualquer deslize neste sentido irá refletir no Templo e mesmo na Umbanda de forma geral.
  • Procurar instruir-se nos assuntos espirituais elevados, lendo os livros indicados pela Direção do Templo, bem como assistindo palestras e participando dos estudos.
  • Conserve sua saúde psíquica, vigiando constantemente o aspecto moral.
  • Não alimente vibrações negativas de ódio, rancor, inveja, ciúme, etc.
  • Não fale mal de ninguém, pois não é juiz, e via de regra, não se pode chegar às causas pelo aspecto grosseiro dos efeitos.
  • Não julgue que o seu guia ou protetor é o mais forte, o mais sabido, muito mais “tudo” do que o de seu irmão, aparelho também.
  • Não viva querendo impor seus dons mediúnicos, comentando, insistentemente, os feitos do seu guia ou protetor. Tudo isso pode ser bem problemático e não se esqueça de que você pode ser testado por outrem e toda a sua conversa vaidosa ruir fragorosamente.
  • Dê paz ao seu protetor, no astral, deixando de falar tanto no seu nome. Assim você está se fanatizando e aborrecendo a Entidade, pois, fique sabendo, ele, o Protetor, se tiver mesmo “ordens e direito de trabalho” sobre você, tem ordens amplas e pode discipliná-lo, cassando-lhe as ligações mediúnicas; e mesmo infringindo-lhe castigos materiais, orgânicos, financeiros e etc.
  • Quando for para ao rito, não vá aborrecido e quando lá chegar, não procure conversas fúteis. Recolha-se a seus pensamentos de fé, de paz e, sobretudo, de caridade pura, para com o próximo.
  • Lembre-se sempre de que sendo você um médium considerado pronto ou desenvolvido, é de sua conveniência tomar banhos propícios determinado por sua entidade. Se for médium em desenvolvimento, procure saber quais os banhos e defumadores mais indicados, o que será dado pela Direção do Templo.
  • Não use “guias”(colares) de qualquer natureza sem ordem comprovada de sua entidade protetora responsável direta e testada no Templo, ou então, somente por indicação do médium chefe, se for pessoa reconhecidamente capacitada.
  • Não se preocupe em saber o nome do seu protetor (tentar adivinhar) antes que ele julgue necessário. É muito importante para você, não tentar reproduzir, de maneira alguma quaisquer gestos ou pontos riscados.
  • Não mantenha convivência com pessoas más, invejosas, maldizentes, etc. Isso é importante para o equilíbrio de sua aura, dos seus próprios pensamentos. Tolerar a ignorância não é partilhar dela.
  • Acostume-se a fazer todo o bem que puder, sem visar recompensa ou agradecimentos.
  • Tenha ânimo forte, através de qualquer prova ou sofrimento, confie e espere.
  • Faça “recolhimentos” diários, a fim de meditar sobre suas ações, pelo menos por 30 minutos.
  • Lembre-se de que todos nós erramos, pois o erro é da condição humana e, portanto ligado à dor, a sofrimentos vários e conseqüentemente, às lições com suas experiências… Sem dor, sofrimentos, lições, experiência, não há carma, não há humanização nem polimento íntimo. O importante é que não erre mais, ou melhor, que não caia nos mesmos erros. Passe uma esponja no passado, erga a cabeça e procure a senda da reabilitação: para isso, “mate” a sua vaidade e não se importe, de maneira alguma, com o que os outros disserem ou pensarem a seu respeito. Faça tudo para ser tolerante, compreensivo, humilde, pois assim só poderão dizer boas coisas de você.
  • Zele por sua saúde física com uma alimentação racional e equilibrada.
  • Não abuse de carnes vermelhas, fumo ou quaisquer excitantes.
  • No dia de rito, regule a sua alimentação e faça tudo para se encaminhar aos trabalhos espirituais, LIMPO DE CORPO E ESPÍRITO.
  • De véspera e após a sessão, não tenha contato sexual.
  • Tenha sempre em mente que, para qualquer pessoa, especialmente o médium, os bons espíritos somente assistem com precisão, se verificarem uma boa dose de HUMILDADE ou simplicidade NO CORAÇÃO (e não só nas palavras)
  • A VAIDADE, O ORGULHO E O EGOÍSMO CAVAM O TÚMULO DO MÉDIUM.
  • Aprenda lentamente a orar confiando em JESUS, o regente do planeta Terra. Cumpra as ordens ou conselhos de seu protetor. Ele é seu grande e talvez único amigo de fato e quer a sua felicidade.
  • Seja pontual e não faltar aos ritos que tiver em seu terreiro.
  • Mantenha um bom relacionamento com seus irmãos de fé evitando fofocas, dissabores e conversas improdutivas e invejosas.

Auto-Demanda

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Temos na Umbanda uma “Doutrina de Demanda”, ou seja, qualquer problema que a pessoa esteja passando é visto como sendo uma demanda e muitas vezes é esquecida a responsabilidade da pessoa envolvida. Vejamos:

No Kardecismo tudo é encarado como um carma, (do sânscrito, ação), ou seja, resultado de nossas ações passadas, as vezes mal entendidos, como se fosse uma conta bancária que temos que saldar, e de qualquer forma a pessoa entende a sua responsabilidade.

No Budismo todo sofrimento é visto como uma ilusão decorrente do apego à matéria onde se entende que a pessoa tem a responsabilidade de se desapegar da matéria para livrar-se do sofrimento.

No Judaísmo, o ser reconhece os seus pecados e muitas vezes usa um “Bode Expiatório” para livrar-se dos erros por ele cometido, o “Bode” simboliza o sacrifício e mais do que isso, o auto-sacrificio para alcançar a absolvição.

No Catolicismo nascemos predestinados e podemos melhorar nossa situação, reconhecendo os nossos pecados, “Somos Todos Pecadores”, pedindo perdão e rezando para obter a absolvição e no catolicismo não há sacrifício animal, pois Jesus o “Ultimo Cordeiro”, dando seu “Sangue Por Nós” tendo assim o dom do perdão.

No Taoísmo o Tão é o Tudo, é o equilíbrio. O sofrimento vem quando a pessoa luta contra a sua natureza, quando age de forma antinatural, quando deixa de seguir o rumo do rio e a responsabilidade é assumida por reconhecer que está vivendo sem equilíbrio, a busca pelo “caminho Novo”, é algo que deve ser alcançado pelo ser.

Na Umbanda vivemos a “Doutrina da Demanda” que muito nos tem prejudicado, pois as pessoas tem esquecido as suas responsabilidades.Se analisarmos a maioria das demandas são feitas por nós mesmos com nossos comportamentos desregrados. Na “Doutrina da Demanda”, quando um filho de Fé não consegue resolver seus problemas, ele põe a culpa na Religião e se afasta dela, como se a Religião fosse uma fabrica de milagres ou como se os Guias fossem “Deus” que tudo podem.Vamos assumir a responsabilidade por nossa situação e lembrar que o melhor que a Religião nos oferece não são milagres de solução material, mas de “Reforma Intima”.Dêem um basta á “Doutrina da Demanda”, expliquem aos médiuns e consulentes que podemos sim, limpa-los, desobsediá-los, quebrar demandas e encaminhar espíritos, mas o grande responsável pelas “Portas Negativas” que se abrem é a própria pessoa que uma vez limpa, deve dar início a reforma interior.O mundo exterior de cada um é apenas um reflexo do seu mundo interior, não existem grandes mudanças no exterior, na matéria, sem a mudança interior espiritual.Se vale a pena citar um exemplo, me lembro de um senhor que ao ver inúmeras amarras negativas e trabalhos serem desfeitos queria ele o nome da pessoa que tinha feito aquilo para o seu mal, e após insistir em saber quem tinha lhe feito mal, o Caboclo que estava atendendo solicitou ao Cambone que fosse buscar um espelho para que aquele senhor pudesse ver quem realmente o prejudicava…

Que Oxalá nos abençoe sempre

Saravá!

Paz e Luz a todos!!!

A vida de Oxalá – Orixá da Criação!

Oxalá, orixá da criação, o patrono, o nosso Pai, orixá de natureza calma e pacífica. Diferentemente da figura de só bondade das outras religiões, o nosso Obatalá (Oxalá) é um guerreiro e responsável pela criação do ser humano.

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 Enfrentou várias provações para que tudo saísse bem. O próprio orixá, mesmo com sua grandeza, também recebeu de Olodumaré missões e restrições para que o mundo seguisse o caminho do crescimento.

A princípio o mundo era apenas água. Foi a pedido de Olodumaré que Oxalá jogou a terra sobre as águas, soltou uma galinha de cinco dedos um pombo para que espalhassem a terra.

Oxalá trouxe à Terra um companheiro indispensável para essa missão: lfá ou Orumilá, grande conselheiro e vidente que guiou os passos de Oxalá por essa incumbência na terra. Oxalá também recebeu de Olodumaré, as árvores sagradas como o Igê Opê Dendezeiro, indispensável ao culto e também fonte de alimento para o povo africano. Nos referimos à África como matriz do mundo porque nossas lendas foram trazidas de lá pelos ancestrais, mas sabemos também que o continente africano é o mais antigo de todos. Voltando à criação dos seres humanos, Oxalá, usando o barro e a água, criou o ser. Olodumaré Ihe soprou a vida (omé), mas foi pelas mãos de Oxalá, que esculpia os seres humanos, que o mundo pode então crescer e multiplicar.

O nome “Osalá” varia em determinados lugares ou nações de religiões diferentes. Na Umbanda, Oxalá é Jesus Cristo, eles se identificam e um representa o outro. O panteão dos orixás fun fun ou orixás brancos é de um grupo complexo de orixás jovens e de anciões patronos da religião lyoruda, Oxalufon (o grande orixá dos fon), Orisala, Obtala, Obarisa, além de serem nomes próprios, acabam sendo titulos de grandeza, sabedoria e prosperidade. Já Osogian, seu filho mais próximo e de forma fun fun, é de natureza guerreira e perseverante, pois nunca se contenta com a derrota, ou a falta de coragem, e luta para melhorar o crescimento do mundo.

No Brasil as variações de Oxalá são bastante grandes. As figuras Oxalufon e Oxagian (o velho e o novo) se difundiram mais. O tipo Oxalo ufan, sempre respeitado em todas as Umbandas brasileiras, traz em seu culto a cerimônia das “Águas de Oxalá”, em lembrança a sua peregrinação e sofrimento.

Conta a lenda que Oxalá, por ser soberano e nunca aceitar as limitações, desobedecendo os presságios de Ifá, iniciou uma viagem ao reino de Xangô, seu filho querido. Oxalá recebeu então o pedido de levar três trocas de roupa, sabão da costa e Ori. Oxalá era muito respeitado, por isso acreditava que nada de mal lhe aconteceria. Ele saiu em sua viagem caminhando somente com seu Opá Xoró – símbolo que representa todos os orixás e sua majestade. No caminho encontrou Exu com um pote cheio de azeite de dendê. Exu pediu ajuda alegando estar muito pesado e Oxalá, com sua bondade, não soube negar o pedido. Ifá lhe havia dito para não negar nenhum favor. Quando colocou o pote na cabeça, ele tombou e manchou sua roupa branca, deixando-o muito nervoso. O dendê é sua quizila e o seu tabu.

Exu saiu rindo de Oxalá, que foi ao rio, tomou banho, trocou de roupa e se Iambuzou de ori (manteiga da costa). Despachou a roupa e seguiu viagem. Mais a frente encontrou outro viajante que pediu ajuda para carregar um pote que continha “adi”, óleo feito do coquinho de dendê que também é seu tabu. O pote se quebrou e o óleo sujou a roupa de Oxalá. O viajante era Exu que mais uma vez saiu rindo. Oxalá se irritou e foi ao rio para se lavar. Trocou a roupa do ebó e seguiu viagem. Mais à frente encontrou novamente Exu com outra forma diferente que pede novamente ajuda com uma barrica cheia de carvão. Oxalá colocou-a nas costas e ela se quebrou. O carvão sujou toda sua roupa. Mesmo muito irritado, Oxalá não deixou de cumprir seu ritual e mais uma vez faz o ebó com a roupa suja e se lava no rio. Agora, dando mais atenção aos presságios de Ifá, procura ter mais cautela. Próximo ao reino de Xangô, Oxalá avista um cavalo branco de extrema beleza pastando. Ele o reconhece, pois era um presente que havia ganhado e resolve levá-Io a Xangô. O próprio cavalo reconhece Oxalá que o alimenta com milho. Os guardas do palácio, não reconhecendo Oxalá, o acusam de roubar o cavalo. Batem nele e o levam para a prisão onde fica por sete anos esquecido.

O reino de Xangô entra em decadência. Nada mais floresce. Nada mais se cria. O rei decide procurar lfá que o alerta sobre uma injustiça feita em seu reino com um homem vestido com roupas brancas que foi preso e torturado. Xangô sai pessoalmente em busca desse prisioneiro. Enfim, o encontra e pede aos soldados que libertem Oxalá todo sujo e coberto de poeira. Xangô, de joelhos, pede que tragam água da fonte e prepara roupas limpas do mais branco linho. Xangô então resolve punir os soldados, mas Oxalá o impede. Xangô não entende, mas Oxalá conta que não obedeceu aos presságios do Odu Egionilé e por três vezes encontrou Exu, como havia sido previsto. Ele não podia reclamar as mazelas senão não existiria mais. Até mesmo os guardas, que de tanto bater quebraram-lhe as pernas deixando-o coxo, Oxalá perdoava. Xangô (Airá), ao lado de Oxalá o tempo todo, não se conformava com a injustiça e pedia a Oxalá deixar vingá-lo, alegando que tal injustiça não poderia fazer parte do reino; senão todos os maus juízes nunca seriam justos e acabariam por condenar pessoas inocentes como foi Oxalá. Xangô então sugeriu que pusessem em uma cabana no mato alguns amuletos e que os soldados fossem atraídos para lá. Pela própria cobiça de obter os amuletos, seriam punidos com problemas no corpo.

Oxalá pensou e concluiu que seria uma boa forma de fazer justiça sem vingança. Essa cabana recebeu o nome de “Ilê lgbó”. Os soldados entraram na cabana e saíram cheios de defeitos físicos. A partir desse dia todos que nascessem com defeitos físicos se voltariam para o culto de Oxalá.

Oxalá, restabelecido, resolve voltar às suas terras (lfon) e Xangô pede a Airá lntelé que seja seus olhos, boca e pernas, contando a todos o sofrimento de Oxalá para que o desrespeito e a injustiça nunca mais se repitam. Assim vão, Airá e seu eterno amigo, carregando-o nas costas.

Em sua homenagem carregamos até os dias de hoje vasos com água pura e limpa para lavar os assentos de Oxalá, e seus símbolos, lavando também nossas cabeças para que os pensamentos ruins, e mesmo a injustiça, nunca façam parte de nossas vidas. Aos filhos de Oxalá ficou o dever de respeitar suas proibições e nunca mais montar ou usar qualquer tipo de utensílio feito de couro do animal (cavalo), sabendo que seu filho Oxogian nunca deixou de procurá-lo, resolve passar em Ejigbó. Oxalá então é recebido com muita festa e são servidas várias comidas brancas, entre elas o inhame pilado – no Brasil essa festa recebeu o nome de “Festa do Pilão”, celebrada com grande alegria no terreiro do Gantois de mãe Carmem, filha de Oxogian, uma das maiores sacerdotisas de Oxogian do Brasil.

Em São Paulo, uma das casas que também enaltece o orixá, é a casa de Pai Itabíi, filho de Oxogian, com uma festa de muito Axé.

Nós do Ilê Olá Omi As¡ Opó Araka contamos todos os anos com a presença de nosso querido babalorixá Pérsio de Xangô que,junto a minha mãe Iyalorixá Carmen D’Oxum e a Iyá Efun Terezinha D’Oxalá e todos do Egbé, humildemente mantém a tradição. Além de carregar água em homenagem a Oxalá, em silêncio e descalços, fazemos a festa do Pilão de Oxogian.

Ana Carolina – Combustível

 

 

Fiz de você meu combustível
Meu horizonte, meu abrigo
E num momento mais sensível
Quis ter você sempre comigo

Não vou deixar cair o nível
Te transformando num castigo
Eu, que pensei ser invencível
Não me dei conta do perigo

Sei que fui fanática, suicida
Abri mão da própria vida
Fui refém e fui bandida
Por querer te amar demais

Quase entrei num beco sem saída
Mas depois da despedida
Volto ao ponto de partida
Pra encontrar o amor

Não tenho mais alternativa
Esqueça o que você me deve
Não quero mais ter recaída
Melhor pensar que não me serve

Me machuquei, mas estou viva
Tudo que é seu vou devolver
Embora eu esteja prevenida
Preciso parar de te ver

Sei que fui fanática, suicida
Abri mão da própria vida
Fui refém e fui bandida
Por querer te amar demais

Quase entrei num beco sem saída
Mas depois da despedida
Volto ao ponto de partida
Pra encontrar o amor em paz
Pra encontrar o amor

Fiz de você meu combustível
Meu horizonte, meu abrigo
E num momento mais sensível
Quis ter você sempre comigo

Não vou deixar cair o nível
Te transformando num castigo
Eu que pensei ser invencível
Não me dei conta do perigo

Sei que fui fanática, suicida
Abri mão da própria vida
Fui refém e fui bandida
Por querer te amar demais

Quase entrei num beco sem saída
Mas depois da despedida
Volto ao ponto de partida
Pra encontrar o amor

Sei que fui fanática, suicida
Abri mão da própria vida
Fui refém e fui bandida
Por querer te amar demais

Quase entrei num beco sem saída
Mas depois da despedida
Volto ao ponto de partida
Pra encontrar o amor em paz
Pra encontrar o amor em paz
Pra encontrar o amor

 

Bloqueios Energéticos

diluindo ondas cincentas

BLOQUEIOS ENERGÉTICOS são estreitamentos, obstruções ou reduções na velocidade de fluxo nos canais de circulação de energias (meridianos da acupuntura), ou entupimento ou redução da velocidade de rotação dos chacras, causados por desequilíbrios físicos, emocionais ou espirituais.

Podem, ser provocados pela própria pessoa ou mesmo por outras pessoas ou entidades e, geralmente, caracterizam-se, à visão do clarividente, por massa de tonalidade escura e aspecto denso pairando próxima ou aderida à região onde está instalado o distúrbio. Essa massa pode assumir a forma de nuvem, de visgo, de bolha e outras.

Na primeira análise, tudo indica que os bloqueios têm início no interior do canal, quando as energias começam a ganhar maior densidade, notadamente na junção do canal principal com os chacras. A partir daí, se persistirem os motivos que levaram a essa distorção, pode o bloqueio ir se espalhando para a periferia do chacra, ultrapassar seu diâmetro, envolver a parte externa a se estender por toda a área onde está situado o chacra. As vezes, ocorre um espalhamento que atinge até outros chacras próximos, ficando todos com a mesma cor. Esta é a hipótese para as cores dos bloqueios.

Exemplo: ao baixar a frequência, a energia toma a cor proporcional à frequência que se acumula no canal e se espalha.

Quando o chacra está lento ou parado, veem-se várias cores. Quando em rotação normal, vê-se um brilho típico de luz (tipo lâmpada de 6ow acesa).

Como já dissemos anteriormente, pensamentos e sentimentos negativos geram energias que têm uma frequência mais baixa, vibrando menos intensamente. Com a diminuição do padrão vibratório, a energia tende a se tornar mais densa, mais pegajosa, mais viçosa, com movimentos mais lentos, podendo aglutinar-se facilmente.

Os bloqueios energéticos, em geral, começam com atitudes, pensamentos e sentimentos negativos da pessoa, repetidos com certa regularidade e por algum tempo, os quais provocam a diminuição da sua frequência vibratória fazendo com que, consequentemente, suas energias se tornem mais densas e comecem a acumular em determinados pontos, dificultando, inclusive, o fluxo de energia para outras regiões do corpo.

Conforme o local onde está instalado o bloqueio, é possível determinar a origem do mesmo. Assim, bloqueios que atingem os rins, por exemplo, em geral têm a ver com pensamentos e sentimentos de medo, insegurança, etc. Já os bloqueios que atingem os pulmões são, geralmente, originados em sentimentos de tristeza. Bloqueios que atingem o fígado nascem da raiva, da cólera, da agressividade. E os bloqueios que atingem o sistema digestório, especialmente o estômago, têm a ver com ansiedade.

Os bloqueios energéticos podem também ser causados por assediadores ou obsessores, encarnados e desencarnados, mas, ainda assim, terão causa primária nos comportamentos da própria pessoa, pois só podem ser provocados por terceiros por sintonia com os mesmos.

Exatamente como acontece com as formas-pensamento, inclusive as larvas astrais, bloqueios energéticos surgem em consequência da conduta material, mental, emocional e espiritual da pessoa e podem causar desde leve desconforto, até doenças e perturbações graves, dependendo da intensidade, do tempo e da profundidade.

O restabelecimento do fluxo de energias pode ser feito por qualquer técnica de aplicação de energia, acompanhada de orientação à pessoa para que mude seus hábitos, de forma a garantir que eles não voltem a se formar.

A prevenção é feita pela manutenção de hábitos físicos, mentais, emocionais e espirituais equilibrados, saudáveis, especialmente por meio de pensamentos e sentimentos positivos.

LIGAÇÕES CÁRMICAS

COMPREENDA AS RAZOES DAS GRANDES AFINIDADES

 

lei do retorno

Aquela sensação de que conhecemos uma pessoa há mais tempo do que a nossa própria vida, muitas vezes, mexe conosco de maneira intensa. A explicação geral, segundo teorias de vidas passadas, é que aquelas pessoas com quem temos os mais fortes laços emocionais, de alguma forma, estiveram ligadas a nós em uma outra existência.

Segundo Ted Andrews, autor do livro Como conhecer suas vidas passadas, se o relacionamento de outrora foi afetivo, é bastante provável que o amor permaneça em uma nova vida. Por isso, as circunstâncias da vida atual podem favorecer o fortalecimento de um sentimento antigo. O autor lembra ainda que o poder de escolha sempre existirá, então, não necessariamente uma pessoa que amou no passado será o seu par na vida atual.

 

Aprendizagem

Para o estudioso Ted Andrews, todos os nossos relacionamentos são cármicos e proporcionam a oportunidade de aprender novas lições. Uma família, por exemplo, pode estar unida por uma mesma missão, como a a de desenvolver a tolerância. Assim, um membro da família pode agir de maneira intolerante, fazendo com que todos precisem lidar com o significado desse problema.

Da mesma forma, os colegas de trabalho também podem estar unidos por uma lição em comum. Por essas razões, observar padrões que se repetem entre sua família ou grupo de trabalho pode trazer grandes revelações sobre sua missão nesta vida.

 

Lembranças remotas

Algumas reflexões a respeito de sua convivência com as pessoas próximas trazem respostas sobre quem foi em outras existências. Analise que tipo de emoções sente na presença das pessoas queridas.

O autor dá alguns exemplos: se está sempre disposto(a) a ajudar os outros, pode ter sido, no passado, um agente da lei. Se tem o constante desejo de proteger uma certa pessoa, mesmo que ela seja mais velha que você, pode ter sido a mãe dela em uma outra vida.

Por outro lado, se espera proteção constante de alguém, é possível que essa pessoa tenha sido seu pai ou tutor. Segundo Ted Andrews, “nós aprendemos as nossas maiores lições através de outras pessoas”.

As ligações cármicas podem se dar de maneiras diferentes.

 

Lei da compensação

É possível ser atraído(a) ao contato com uma determinada pessoa (seja pessoal ou profissional) apenas para resolver algum aspecto pontual do passado, seja uma experiência positiva ou negativa.

Encaixam-se nesse padrão aquelas pessoas diante de quem nos sentimos automaticamente familiarizados, ou aquelas que nos incomodam, sem que haja uma justificativa racional ç para isso.

Esse tipo de ligação pode causar algumas confusões. Ao sentir-se envolvido(a) por alguém, é comum imaginar precipitadamente que essa pessoa é o amor da sua vida.

O autor alerta, inclusive, que isso acontece muito com pessoas que se acometem sempre do mesmo erro, apaixonando-se repetidamente pelo mesmo tipo de parceiro(a) (indivíduos diferentes, mas de personalidades semelhantes) e repetindo situações traumáticas.

Observar os padrões ajuda a evitar relacionamentos que não têm potencial para dar certo, afinal, não basta uma ligação cármica para ser feliz ao lado de alguém.

 

Companheiros de alma

 Esta é uma ligação em que duas almas são extremamente compatíveis em muitos aspectos: físico, emocional, espiritual… Não é à toa que, geralmente, escolhemos alguém especial com quem compartilhar a nossa vida.

Como podemos ter tido mais de uma existência, é possível que tenhamos também vários companheiros de alma, que podem fazer presença como um amigo, um familiar ou o cônjuge. Pode ser alguém do sexo oposto ou do mesmo sexo, formando laços distintos, mas sendo sempre uma relação importante. São pessoas que têm personalidade própria, independente da outra, mas têm uma enorme afinidade e um amor incondicional recíproco.

Juntos, crescem espiritualmente e aprofundam as dimensões do amor e da felicidade.

 

Alma gêmea

Com base em seus estudos, Ted Andrews acredita que pessoas que se amam podem ser “companheiros de alma? Já “alma gêmea? segundo ele, refere-se a um “encontro da parte

interior de nós que precisa ser unida com os nossos aspectos exteriores”. Ou seja, a visão deste autor é diferente da de algumas teorias que afirmam que alma gêmea é uma outra pessoa que constitui a nossa metade ideal. Para o autor, isto não seria possível, já que cada alma é uma unidade.

É claro que, numa metáfora romântica, podemos chamar o nosso amor de “alma gêmea”. Mas é preciso compreender a importância de ser feliz consigo mesmo(a) para encontrar o verdadeiro aprendizado espiritual.

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