Tamara Valentina

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As diferenças ritualísticas e a formação da consciência umbandista.

Ao observarmos o Universo, o macrocosmo e o microcosmo que nos cercam, constatamos que nada é igual, e que Deus, o Pai-Mãe, Olurum, Zambi, Jeová, o Grande Incriado, o Único Eterno, ou como queiramos denominar o Criador, não fez Suas criações todas iguais. Não somos robôs com a mesma programação existencial, pois a diversidade é inerente às almas. Assim sendo, a umbanda nos educa a conviver com essas diferenças, sem o ranço religioso que trazemos em nossos inconscientes milenares, ancorado na disposição psíquica de impor igualdades ao outro. Na verdade, os terreiros são como escolas que nos instruem a aceitar a diversidade ritual com harmonia, numa fraternidade que faz conviver pacificamente com as desigualdades.

É impensável uma entidade militante no movimento umbandista exigir que se deva entrar nesta ou naquela religião, culto, igreja ou filosofia, pois sempre parte da aceitação da fé do consulente, e, a partir daí, o direciona para o amor universal que se esparge em todas as formas de religiosidade existentes na Terra, levando-o a despertar o sentimento crístico de dentro para fora.

Portanto, as formas externas em que se amparam nossa religiosidade no meio terreno nada mais são que escoras psicológicas transitórias, cuja finalidade é melhorar nossa compreensão do Divino, de nossa centelha espiritual, e ensinar a nos relacionarmos de maneira mais profícua com o Sagrado, expandindo nossa consciência no sentido de que fazemos parte de uma gigantesca colcha de retalhos que está pacientemente sendo costurada para nossa reintegração cósmica.

Interiorizamos a umbanda no momento em que nossos espíritos vibram integralmente no amor incondicional, e passamos a não impor que “fora de nossa religião, fé ou igreja não há salvação”.

Assim como os galhos das árvores são de todos os pássaros, as diferenças ritualísticas na umbanda se moldam à diversidade de consciências existentes e contribuem para a evolução coletiva, qual luz solar que clareia todos os telhados.

A umbanda representa no microcosmo humano a força integradora do Universo. A vibração dos orixás, aspectos diferenciados dessa força integradora, ao convergir para ela, oferece um momento de unificação com o Sagrado durante os seus cultos rituais, como se fôssemos peixes de um aquário que retornam ao oceano.

O Universo é como uma grande fraternidade em que o amor é a base que unifica os espíritos. Assim, mesmo nas dimensões de vida onde prepondera a unidade cósmica, o êxtase espiritual vivenciado pelos seres que ali se encontram não significa igualdade entre as consciências.

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Cântico e louvação de Ossanyim (Ossãe)

Ossain-2

Ossanyim (Ossãe) é a entidade das folhas medicinais e litúrgicas. Sua importância é primordial e indispensável. Nenhuma cerimônia poderá ser efetuada sem o seu concurso. É orixá detentor de Axé (força, poder, vitalidade), que nem os deuses podem dispensar. O Axé reside em certas ervas. O nome destas folhas e o seu emprego tornam-se partes secretas ritual do culto dos orixás e vodus.  O símbolo de Ossanyim é uma flecha de ferro sobremontada por sete pontas dirigidas para o alto como as varetas de um guarda-chuva virado de borco. A do centro leva a imagem de um pássaro.

Ossãe vive na floresta. É representada por Aroni, um homem bem no, que só tem uma perna, e que, se diz no Brasil, fuma sempre cachimbo feito de um coquinho de coral colocado sobre um canudo cavado e aspergido por suas folhas preferidas.

No curso das cerimônias e em pleno Xirê, o orixá é saudado aos gritos de “Eu Eu”.

Catendê

ê, ê, Catendê

Catendenganga

Catendê

La Iuanda ê.

Catendenganga

CuruZu

Cutala zambi

Caturamo

Catendenganga

Curuzu.

É abuquequê

Ingô iomim

Pequenininho

Como é

Filecô.

É mologandu

O que, o que

Ganga tubice

O que o cá

É mologandu

O que, o que

Gagatubice

Ganga tubice

O caô câ.

O micatendê

Táta samba.

Ó, ó,

Maruin

O micatendê

Ó, ô

Maruin.

Catendê de

Ladigina

Ô luandê.

Catendê de

Ladigina

Õ luandê.

Catendê de

Ladigina

Ó luandê

Micatendê

Ladigina

Catendenganga

Bibiquaia

Êu a me.

Catendê

Oia bibiquaia

Éu a me

Oia bibiqua¡a.

Cântico e louvação de OMULU

omulu

Na data de 17 de dezembro, inúmeros terreiros realizam respeitosas cerimônias para reverenciar o Orixá Omolu, ou seja, o orixá da varíola e das moléstias da pele, também chamado o dono da terra e dos cemitérios, e ainda, de ”O Médico dos Pobres”. São cerimônias cercadas por denso misticismo.

Omolu foi sincretizado com São Lázaro, visto ser o grande espírito de Lazaro, uma perfeita revelação do orixá, por suas características e pelo seu sofrimento como ser humano, corroído pelas chagas, pela lepra e depois sepultado e ressuscitado. Nenhuma outra criatura encarnaria tão perfeitamente o orixá, que é louvado, igualmente, em alguns terreiro no dia 13 de fevereiro, por constar nesta data, como sendo a da morte de Lázaro. Mas, no entanto, convém ressaltar que sua verdadeira morte só se registrou a 17 de dezembro, isto é, dez meses após a sua ressurreição.

Também chamado de Obaluaiê, quando incorporado, é saudado aos gritos de “latotô”. E começam seus cânticos e louvações:

Cafungue

Catulembaracíme m

Cacenzala ê, ê, ê,

Cafunguê.

Lembaracime

Cocenzala

E ê, ê,

Cafunguê.

Sambuê

É popo de monã.

Sambuê

Sambozanguê

Samboê é

Popo de monã.

E monã

Quere Sumbê

A um belê

Monã

Quere sambucê

Ai um belê.

Caturá

Caturá

Mora coná

Lembauê, Iembauê

Catura,

Mora congá

Lembauê

Acochê.

Cântico e louvação de OXOSSE

Oxossi2

Oxosse é o orixá da caça.

Deve sua importância entre os iorubanos a diversas razões.

Uma delas é de ordem material, já que é Oxosse quem torna as caças frutuosas e garante a alimentação abundante. Uma outra é de ordem médica, porque os caçadores estando muitas vezes na floresta, entram em contato com Ossanyim (Ossãe), divindade das folhas medicinais e litúrgicas. Em Keto existe um Olossanim, perito em folhas e talismãs, que é o guardião de Oxosse. A ultima delas é de ordem social, porque é quase sempre um caçador, sob a proteção de Oxosse, em seus passeios à procura de presa, quem descobre um local favorável à instalação de uma nova fazenda ou de uma futura cidade para instalar-se com sua família.

O lugar de origem de Oxosse é Ikijá, perto de ljébu.

Quando se manifesta é saudado aos gritos de “Okê”. E daí por diante, seus cânticos e louvações têm curso:

Cabila queuala tala

Munzuê

Mamãe gimbe, gimbe,

Um táta ê

Mamãe gimbe á

Ai na ruanda ê

Orerê cabila

Queuala tala

Munzuê

Mamãe Mariá

CabHa

Mamãe Mariá

Cabila

Mukandeõ.

Tem pai

Cabila

Cabila

Tem Mãe

Cabila

Cabila de engoma

ê, ê,

Cabila geringue

Cabila de engoma

É um.

Cabila geringue

Auenda canguira

Munganga enganga

Aio tumba ô

Tauamim aê

Tauamim.

É muca,

Lembelembe

Aê tauaminha

Auenda cangira

Munganga enganga

Aio tumba ô

Tauaminha.

Bambi ê, ê, ê

Bambeu ainguá

Tauá

Bambeu ainguá

Tauá mi

Bambeu ainguá

Tauá.

É adeus cuta!a ginguê

Oiá ginguê õ

Adeus cutala ginguê

Oiá ginguê

Minha iza cutala

Cai a cura

Ai, ai, ai, ai,

Ai, a, adeus cutala

Ginguê, oiá guinguê õ

Oue me fauerá

Que me fauerá

Mínha iza cutala.

Caiza cura

Ai, ai, ai, ai, ai, ai

Adeus cutala

Ginguê oiá

Ginguê oíá, ginguê õ.

Caiza cura

Ai, ai, ai, ai, ai, ai,

Adeus cutala

Ginguê oiá, finguê õ.

À, o oiá me

Ola jabenganga

Olha maçambura

Lembeco

A samba queuá.

Simpatia para vida FINANCEIRA E PROFISSIONAL

Cântico e louvação de OGUM

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Ogum é para os iorubanos e nagôs o orixá dos ferreiros, dos cultivadores e de todos os que trabalham e utilizam o ferro (cabeleireiros, açougueiros, caçadores, pescadores, etc.).

É representado por instrumentos de ferro forjado, com os números 7, 14, 16 e 21, enfileirados sobre um bastão de ferro.

No Brasil, Ogum precede às outras divindades. Abre os caminhos em

todas as circunstâncias.

No curso das oferendas para os outros orixás, ele recebe louvores e ofertas, porque, sem faca forjada, a oferenda não será possível. Durante suas danças montado sobre seus iaôs, imita a guerra, brande um sabre e toma uma expressão feroz. É sincretizado com Santo Antônio, na Bahia, e São Jorge, no Rio de Janeiro. É saudado aos gritos de “Ogun-hê”, e posteriormente, através de seus cânticos e louvações, prossegue o Xirê:

Rose macumbê

Para me sauelâ

Goiaê, aõ, Goiaê aê

Goiaê,

O Luandê o cocê

O muitalalangá.

Cocê imbambiê

Aê cocê.

Cocê embambaiô

Malambê,

Aê cocê.

Cocê biolelê

Biolala

Quiza becum

Cocê biolê,

Biolá.

Tabalacime

E nu tabalandê

O incocê

É nu tabalandê

O incocê.

v Ogum oiá

Ogum oiá ê

De mene

Ogum oiá

De mene

Patacori

É de mene.

Banda minicongo

Aê, aê, aê, aê,

Banda minicongo

É minicongo

É subuqueala.

Aê, aê, aê

Banda minicongo.

É aê, aê

Banda minicongo

É de tereculê

É de tereculê

A Ogum iê

O táta qué

Malembê

Ai Ogum iê

É um táta qué

Malembê.

Cântico e louvação de Exu

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Exu é o mensageiro dos outros orixás.

Ele é também o guardião dos templos, das pessoas, das casas, das cidades.

De caráter irascível ele é a cólera dos orixás e dos homens. Gosta de provocar discórdias e questões, e também acidentes, calamidades publicas e privadas. Obtém tais resultados criando com astúcia os mais diversos mal-entendidos.

É a ele, em primeiro lugar que devem ser feitos os louvores e ofertas ao início de todas as cerimônias ritualísticas, com a finalidade de que elas transcorram na mais perfeita ordem.

E seus cânticos e louvações, então, são entoados:

Bombogira já mucanguê iáiá irerê

Bombogíra já mucanguê iáiá Oiaê

Bombogira cujá conjanjo

Bombogirê gangaiõ lhe que

Bombogirê quinguangue

Gangaiõ, gangaiõ le que Bombo-girê

Tenda, tendá é Bomba-gira

Tendaió

Tenda, tendá é Bombo-girá.

Mavile, mavile mavanguê

Recompenso ê

a, a, a, recompenso.

É um mavile, é um mavile

É um mavile mavango

O quianga ê

O quianga ê ô.

Xô apavenã, Xô apavenã

Minha aldeia ainda é

Xô apavenã

Xô aindaê, Xô ainda é

Minha aldeia ainda é

Xô aindaê.

Niamadobê,

Quírijá

Nelemadogô

Quirijá.

Agongô rongó

Laroiê

É um gó

É um gó

Laroiê.

Toma lá zecu, zecu

Olha zé curiá

Olha Iá zecu, zecu

Olha zé curiá.

Depois que se despacha o padê de Exu, tirase a seguinte cantiga:

Samba angola

Nicrecrenzo ê

Ingrezo.

A seguir, cantar-se então para que o babalorixá ou ialorixá do terreiro, solte a pemba para eliminar todos os maus espíritos, seguindo-se o seguinte cântico:

O que pembê

O que pembeu iza

Casangeô iza

De angola

O que pembê

Samba angola

Que pembê ingoi,

lngoioni gangachô

Que pembê, que pembê

Que pembê ingoi

Que pembê ingoi

Ingoioni gangachõ.

Que pembê

Que pembê

Monanagolê.

OS TOQUES DE ATABAQUES NO RITMO DAS CORIMBAS

atabaques

O atabaque é um tambor usado nas festas religiosas dos negros de origem jeje-nagô e banto.

Também, nos candomblés sincréticos onde entra o elemento ameríndio mais conhecido como “Candomblé de Caboclo”, tal instrumento de percussão faz parte do ritual. Apenas os malês, negros arabizados e que professavam a religião mulçumana não adotavam o uso do atabaque.

Apresenta o atabaque a forma de um cone bastante comprido em relação ao diâmetro, medindo cerca de vinte a›vinte e cinco centímetros na parte superior e de dez a quinze na parte oposta, que se apoia sobre o chão. E, segundo o seu tamanho, recebe em ordem decrescente os nomes, de RUN, CONTRA-RUN, RUMPI E LÉ.

Informam os descendentes de africanos, que os atabaques, antigamente, eram feitos de cerâmica. Depois passaram a ser fabricados com o tronco ocado dos coqueiros e palmeiras e, mais tarde, foi utilizada na sua fabricação a madeira da gameleira (árvore sagrada que adoravam e adoram sob o nome de Iôko ou rôko-irôko). O couro para a percussão, ainda segundo a informação era preparado com a pele dos animais sacrificados nas oferendas aos orixás, excetuando-se o carneiro. Hoje, essa tradição não é mais seguida a rigor. O Run é o maior dos atabaques, alcançando às vezes o comprimento de metro e meio, medindo o , o menor deles de 50 a 70 centímetros.

Os atabaques são percutidos com pequenas varetas de madeira forte, conhecidas pelo nome de agdavi, ou simplesmente, ainda tocados com batidas dos dedos e das mãos. Cada orixá tem o seu toque específico.

Assim, Xangô é recebido com o Alujá; Oxosse com o Aguerê; Obaluaiê com o Opanijé; Oxalá com o Bravum; OXum e lemanjá pedem o Aderê; lansã com o Aguerê ou simplesmente o Egó. Os agdavis são empregados no alujá, bravum e adarrum, este último, um toque especial para chamar os orixás quando demoram a baixar. É um ritmo sincopado, hipnotizante.

Os toques de atabaques variam também com os cânticos. Apenas o alujá não muda o ritmo e, com ele, entoam-se as três primeiras orações, acompanhando-se os outros cânticos na mesma festa, como uma variante. Na umbanda de predominância banto, não se toca o alujá, preferindo-se o barra-vento, que com ele se assemelha. O barra-vento é percutido sem os agdavis.

Atualmente, nos candomblés da Bahia, onde o atabaque é o mais importante instrumento, só encontramos os tipos já citados, sendo que o, vai desaparecendo pouco a pouco das festas de terreiro. Cada tipo de atabaque tem o seu valor distinto, embora situem-se lado a lado no terreiro.

Enquanto o orixá maior não chega, tocam apenas o Contra-Run, o Rumpi e o Lé. Assim que ele desce, o é retirado do terreiro, o Contra-Run passa a ser como Run e o Rumpí, como Lé. O goza de muito privilegio no terreiro. Ele é percutido nos ensaios das filhas de santo, por possuir baixa sonoridade e não ser escutado a distância, evitando reclamações.

Já o Run é o instrumento nobre nos terreiros jeje-nagô, sendo tocado somente quando, seguindo a velha tradição, o orixá-maior chega. Está ainda presente na confirmação dos ogãs e das iaôs e nas entregas de dekás.

Conforme acima configuramos, os atabaques são instrumentos imprescindíveis dentro da ritualística de um XIRE DE ORIXÁS.